Palmares vira série no Canal Curta!

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

Intitulado “Quilombo de Palmares”, a história do maior quilombo da História do Brasil e seu grande líder Zumbi, será transformada em seriado de cinco episódios, de 50 minutos cada, pela Palmares Produções e Jornalismo. O patrocínio é do FSA (Fundo Setorial de Audiovisual) e da Agencia Nacional de Cinema (Ancine), e será exibido ainda este […]

POR Redação SRzd18/11/2016|6 min de leitura

Palmares vira série no Canal Curta!
| Siga-nos Google News

Intitulado “Quilombo de Palmares”, a história do maior quilombo da História do Brasil e seu grande líder Zumbi, será transformada em seriado de cinco episódios, de 50 minutos cada, pela Palmares Produções e Jornalismo. O patrocínio é do FSA (Fundo Setorial de Audiovisual) e da Agencia Nacional de Cinema (Ancine), e será exibido ainda este ano pelo Canal Curta!

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

As filmagens do documentário começam no próximo domingo durante as comemorações do 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, uma homenagem a morte do líder palmarino Zumbi, ocorrida em 20 de novembro 1695. Nos eventos marcados para esta data, serão tomados depoimentos de militantes de causa negra a respeito de Palmares.

O seriado, inédito na TV brasileira, conta a história de uma sociedade sem ódio, democrática, que abrigava, em seus onze mocambos, a utopia de negros, índios, mestiços e brancos que combatiam a escravidão colonial.

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

Trata-se de uma das mais densas reconstituições de uma história que ocorreu há mais de três séculos e meio, que repercute até hoje no imaginário da sociedade brasileira.

Com direção de Carlos Nobre, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Dias Campos, o seriado terá locações em Angola, Senegal, Congo, Portugal e nos estados de Alagoas e Pernambuco.

Em Angola, serão documentados os vestígios dos portos escravistas de Luanda e Cabinda. Por ali, embarcaram, no século XVI, milhares de escravos da etnia mbundo, que, no Brasil, fugiam do cativeiro e formaram a primeira população do quilombo de Palmares.

Também serão objeto do seriado a Ilha de Gorée, no Senegal, outra porta de comércio de escravos com o Brasil no século XVI. Nessa local, podem ainda serem encontrados a Casa de Escravos, que abrigava os africanos antes da sua partida forçada para o Brasil.

As filmagens no Brasil vão se concentrar fortemente na cidade de União dos Palmares, em Alagoas, que, no início do século XVI, era o Quilombo de Palmares, formado por 11 mocambos (aglomerações negras de fugitivas das fazendas de cana-de-açúcar) com população, na época, de 30.000 pessoas.

Para Nobre, Asbeg e Martins, a obra quer ser uma grande discussão sobre a escravidão e a história dos excluídos da sociedade colonial brasileira. O documentário revela que Palmares, em Alagoas, onde o quilombo existiu durante mais de 100 anos, na Serra da Barriga, foi uma sociedade diferente, que tinha um modelo mais democrático de viver no Brasil daquela época.

O documentário vai reconstituir a ação de seus principais líderes, a busca por liberdade e justiça, a miscigenação nos mocambos, as oficinas de armas de defesa dos quilombolas, as táticas de guerrilha criadas pelos palmarinos para enfrentar mais 40 expedições militares montadas pelo colonialismo português para destruir o quilombo.

Segundo os diretores do seriado, a história de Palmares ainda é desconhecida pela maioria da população em virtude dela ser excluída dos livros didáticos, pois, contraria a história oficial. Para eles, Palmares era uma sociedade organizada, com lideranças carismáticas e movida pelo sonho de ter uma sociedade democrática.

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

Ganga Zumba e Zumbi passaram para a história como os maiores líderes de Palmares, e no último episódio do seriado, serão analisados pelo legado que deixaram para a história negra brasileira.

Zumbi, por exemplo, é o mais aclamado herói afro. Sua morte, em 20 de novembro 1695, pelas tropas portuguesas, provocou a criação do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em todo o Brasil.
Ele ainda é homenageado pelo país a dentro com monumentos, nomes de bairros, loteamentos, aeroportos, escolas, centros culturais, cidades, universidades, grupos musicais, entre outros.
Em cada final dos episódios, estão previstos depoimentos de negros anônimos como pescadores, garis, ambulantes, serventes, agricultores, peixeiros, estivadores, carpinteiros, entre outros, que contam, como descendentes de escravos, como são as suas vidas atualmente.

OS DIRETORES:

CARLOS NOBRE – Jornalista, pesquisador e escritor. Professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e pesquisador associado do Nirema (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) do Departamento de História da PUC-Rio. Mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Autor de nove livros, entre eles, “ O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro” (2010) e “Um abraço forte em Zumbi: militância e pensamento na Áfrika Carioka”(2015). Coordenador da coleção de livros “Personalidades Negras” da Editora Garamond. Tem dois Prêmios Esso de Jornalismo. Atualmente, finaliza a biografia do sacerdote afro João Alves Torres Filho (1914-1971), “Joãozinho da Gomeia”.

JOSÉ CARLOS ASBEG – Cineasta. Dirigiu mais de 20 documentários sobre temas de grande relevância social. Em 1989, fundou a Palmares Produções e Jornalismo Ltda, especializada em produções de filmes sobre cultura negra, direitos humanos, cultura política, sindicalismo, entre outros. Dirigiu os documentários “Heróis da Resistência”(2009), “1958: o ano em que o mundo descobriu o Brasil” (2008), “Cultura Negra” (2007), “Escravidão”(2003), “Sobreviventes”(2004), “ A construção da igualdade” (2006), entre outros. Foi produtor dos seguintes documentários “ Cidadão Boilense” (Prêmio de melhor filme do festival É Tudo Verdade, em 2009), “Samba no Trem”(2004) e “Vigário Geral” (2003). Dirigiu diversos documentários educativos para a TV brasileira e também campanhas publicitárias e políticas no Brasil e no exterior.

LUIZ ARNALDO DIAS CAMPOS – Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense( UFF), roteirista e diretor, com um foco sobre as temáticas negra e indígena. É roteirista e realizador dos curta-metragens “Histórias do Mar” (ficção ambientada durante a Revolta da Chibata), “Chama Verequete” ( sobre o mestre negro do carimbó do Pará) “O Vento das Palavras” ( sobre a rebelião zapatista no México), do telefilme “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados” ( sobre o Tambor de Mina, religião afro-amazônida) entre outros trabalhos. Atualmente finaliza o documentário de longa-metragem “Aikewara, a Ressurreição de um Povo”, sobre a saga deste povo indígena do Sul do Pará e a minissérie de ficção “Diários da Floresta” , baseado no livro do mesmo nome da antropóloga Betty Mindlin. Carioca , vive em Belém do Pará desde 1996.

Intitulado “Quilombo de Palmares”, a história do maior quilombo da História do Brasil e seu grande líder Zumbi, será transformada em seriado de cinco episódios, de 50 minutos cada, pela Palmares Produções e Jornalismo. O patrocínio é do FSA (Fundo Setorial de Audiovisual) e da Agencia Nacional de Cinema (Ancine), e será exibido ainda este ano pelo Canal Curta!

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

As filmagens do documentário começam no próximo domingo durante as comemorações do 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, uma homenagem a morte do líder palmarino Zumbi, ocorrida em 20 de novembro 1695. Nos eventos marcados para esta data, serão tomados depoimentos de militantes de causa negra a respeito de Palmares.

O seriado, inédito na TV brasileira, conta a história de uma sociedade sem ódio, democrática, que abrigava, em seus onze mocambos, a utopia de negros, índios, mestiços e brancos que combatiam a escravidão colonial.

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

Trata-se de uma das mais densas reconstituições de uma história que ocorreu há mais de três séculos e meio, que repercute até hoje no imaginário da sociedade brasileira.

Com direção de Carlos Nobre, José Carlos Asbeg e Luiz Arnaldo Dias Campos, o seriado terá locações em Angola, Senegal, Congo, Portugal e nos estados de Alagoas e Pernambuco.

Em Angola, serão documentados os vestígios dos portos escravistas de Luanda e Cabinda. Por ali, embarcaram, no século XVI, milhares de escravos da etnia mbundo, que, no Brasil, fugiam do cativeiro e formaram a primeira população do quilombo de Palmares.

Também serão objeto do seriado a Ilha de Gorée, no Senegal, outra porta de comércio de escravos com o Brasil no século XVI. Nessa local, podem ainda serem encontrados a Casa de Escravos, que abrigava os africanos antes da sua partida forçada para o Brasil.

As filmagens no Brasil vão se concentrar fortemente na cidade de União dos Palmares, em Alagoas, que, no início do século XVI, era o Quilombo de Palmares, formado por 11 mocambos (aglomerações negras de fugitivas das fazendas de cana-de-açúcar) com população, na época, de 30.000 pessoas.

Para Nobre, Asbeg e Martins, a obra quer ser uma grande discussão sobre a escravidão e a história dos excluídos da sociedade colonial brasileira. O documentário revela que Palmares, em Alagoas, onde o quilombo existiu durante mais de 100 anos, na Serra da Barriga, foi uma sociedade diferente, que tinha um modelo mais democrático de viver no Brasil daquela época.

O documentário vai reconstituir a ação de seus principais líderes, a busca por liberdade e justiça, a miscigenação nos mocambos, as oficinas de armas de defesa dos quilombolas, as táticas de guerrilha criadas pelos palmarinos para enfrentar mais 40 expedições militares montadas pelo colonialismo português para destruir o quilombo.

Segundo os diretores do seriado, a história de Palmares ainda é desconhecida pela maioria da população em virtude dela ser excluída dos livros didáticos, pois, contraria a história oficial. Para eles, Palmares era uma sociedade organizada, com lideranças carismáticas e movida pelo sonho de ter uma sociedade democrática.

Palmares. Foto: Divulgação
Palmares. Foto: Divulgação

Ganga Zumba e Zumbi passaram para a história como os maiores líderes de Palmares, e no último episódio do seriado, serão analisados pelo legado que deixaram para a história negra brasileira.

Zumbi, por exemplo, é o mais aclamado herói afro. Sua morte, em 20 de novembro 1695, pelas tropas portuguesas, provocou a criação do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em todo o Brasil.
Ele ainda é homenageado pelo país a dentro com monumentos, nomes de bairros, loteamentos, aeroportos, escolas, centros culturais, cidades, universidades, grupos musicais, entre outros.
Em cada final dos episódios, estão previstos depoimentos de negros anônimos como pescadores, garis, ambulantes, serventes, agricultores, peixeiros, estivadores, carpinteiros, entre outros, que contam, como descendentes de escravos, como são as suas vidas atualmente.

OS DIRETORES:

CARLOS NOBRE – Jornalista, pesquisador e escritor. Professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e pesquisador associado do Nirema (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) do Departamento de História da PUC-Rio. Mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Autor de nove livros, entre eles, “ O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro” (2010) e “Um abraço forte em Zumbi: militância e pensamento na Áfrika Carioka”(2015). Coordenador da coleção de livros “Personalidades Negras” da Editora Garamond. Tem dois Prêmios Esso de Jornalismo. Atualmente, finaliza a biografia do sacerdote afro João Alves Torres Filho (1914-1971), “Joãozinho da Gomeia”.

JOSÉ CARLOS ASBEG – Cineasta. Dirigiu mais de 20 documentários sobre temas de grande relevância social. Em 1989, fundou a Palmares Produções e Jornalismo Ltda, especializada em produções de filmes sobre cultura negra, direitos humanos, cultura política, sindicalismo, entre outros. Dirigiu os documentários “Heróis da Resistência”(2009), “1958: o ano em que o mundo descobriu o Brasil” (2008), “Cultura Negra” (2007), “Escravidão”(2003), “Sobreviventes”(2004), “ A construção da igualdade” (2006), entre outros. Foi produtor dos seguintes documentários “ Cidadão Boilense” (Prêmio de melhor filme do festival É Tudo Verdade, em 2009), “Samba no Trem”(2004) e “Vigário Geral” (2003). Dirigiu diversos documentários educativos para a TV brasileira e também campanhas publicitárias e políticas no Brasil e no exterior.

LUIZ ARNALDO DIAS CAMPOS – Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense( UFF), roteirista e diretor, com um foco sobre as temáticas negra e indígena. É roteirista e realizador dos curta-metragens “Histórias do Mar” (ficção ambientada durante a Revolta da Chibata), “Chama Verequete” ( sobre o mestre negro do carimbó do Pará) “O Vento das Palavras” ( sobre a rebelião zapatista no México), do telefilme “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados” ( sobre o Tambor de Mina, religião afro-amazônida) entre outros trabalhos. Atualmente finaliza o documentário de longa-metragem “Aikewara, a Ressurreição de um Povo”, sobre a saga deste povo indígena do Sul do Pará e a minissérie de ficção “Diários da Floresta” , baseado no livro do mesmo nome da antropóloga Betty Mindlin. Carioca , vive em Belém do Pará desde 1996.

Notícias Relacionadas

Ver tudo