Relembre a trajetória de Tarcísio Meira, ícone da televisão brasileira
Morreu nesta quinta-feira (12), o ator Tarcísio Meira, aos 85 anos. Ele e a mulher, a atriz Glória Menezes, de 86, foram internados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 6 de agosto, diagnosticados com Covid-19. Glória apresentou sintomas leves, enquanto Tarcísio precisou ser intubado. A atriz segue internada. Considerado um dos maiores atores […]
POR Redação SRzd12/08/2021|5 min de leitura
Morreu nesta quinta-feira (12), o ator Tarcísio Meira, aos 85 anos. Ele e a mulher, a atriz Glória Menezes, de 86, foram internados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 6 de agosto, diagnosticados com Covid-19. Glória apresentou sintomas leves, enquanto Tarcísio precisou ser intubado. A atriz segue internada.
Considerado um dos maiores atores da teledramaturgia, Tarcísio Magalhães Sobrinho nasceu em São Paulo em 1935 e adotou o sobrenome da sua mãe, Meira, para a carreira artística. Começou no teatro na década de 1950 e estreou na televisão em 1959, na extinta TV Tupi, no teleteatro “Noites Brancas”. Dois anos depois, o ator contracenou pela primeira vez com Glória Menezes. Eles se casaram no ano seguinte e em 1964 tiveram o único filho, Tarcísio Filho.
Em 1963, o casal trocou a Tupi pela Excelsior, onde participou da primeira novela diária da televisão brasileira, “25499 Ocupado”, de Dulce Santucci, um sucesso estrondoso. Ainda em 1963, fez o seu primeiro filme, “Casinha Pequenina”, com Mazzaropi. Antes de ir para a Rede Globo, trabalhou em mais nove novelas da Excelsior,
entre elas “Ambição (1964)”, “A Deusa Vencida (1965)” e “Almas de Pedra (1966),” todas de Ivani Ribeiro.
Sua estreia na Globo aconteceu em 1967, na novela “Sangue e Areia”. A adaptação do romance do espanhol Blasco Ibañez escrita por Janete Clair fez com que Tarcísio e Glória se tornassem um dos pares românticos favoritos do público. Também marcou o início de uma parceria duradoura: ele protagonizou mais seis novelas da autora.
“Irmãos Coragem”, de 1970, na qual viveu o mocinho João Coragem, foi um dos maiores sucessos da fase preto e branco da TV brasileira. Para se ter uma ideia, o seu penúltimo capítulo deu mais audiência que a final da Copa do Mundo.
O casal esteve presente em mais um momento marcante da história da televisão brasileira. O “Caso Especial Meu Primeiro Baile”, inspirado no francês Carnet de Baile, de Jacques Prévert, foi o primeiro programa inteiramente gravado em cores a ser exibido na televisão brasileira.
Entre novelas, séries e teleteatros, Tarcísio carimbou seu nome em mais de 60 trabalhos. Outro momentos marcantes em sua trajetória envolvem participações em: “Cavalo de Aço (1973)”, “O Semideus (1973)”, “Guerra dos Sexos (1983)”, “O Tempo e o Vento (1985)”, “Desejo (1990)”, “Rei do Gado (1996)”, “Torre de Babel (1998)”, “Hilda Furacão (1998)”, “A Muralha (2000)”, “O Beijo do Vampiro (2002)”, “Senhora do Destino (2004)”, “Páginas da Vida (2006)”, “A Favorita (2008)”, “A Lei do Amor (2016)” e “Orgulho e Paixão (2018)”, última novela de sua carreira, onde deu vida ao Lorde Williamson.
Tarcísio também marcou presença no cinema, principalmente nos anos 1970 e 1980. O primeiro filme em que atuou foi Casinha Pequenina, de 1963.
Em recente entrevista à Quem, o ator falou sobre envelhecer: “Não tem nada de melhor na velhice, tudo é pior. Envelhecer é uma coisa muito chata. Tem limitações físicas e intelectuais cada vez maiores. A memória não é mais a mesma. A morte está aí. Qualquer hora ela chega. Que chegue bem. Não penso muito nisso. Me preocupo em ficar bem, cuidar da minha saúde, não saio por aí fazendo loucuras. Faço minhas consultas, vejo como coisas que estão erradas comigo e procuro corrigi-las, faço academia, minha ginastiquinha … Não faço tanto quanto deveria, mas faço”.
Ao ser questionado sobre a sua importância para TV, em entrevista para a “Veja” em dezembro de 2019, Tarcísio respondeu: “Sou louco pela televisão. Quando entrei na TV, o artista brasileiro só era conhecido por uma elite que frequentava o teatro. Uma elite que não era formada por muitas pessoas, mas suficiente para manter o teatro funcionando. O artista tinha a preocupação de fazer um espetáculo popular, mas não ganhava o bastante para se manter. Eu mesmo trabalhei no fórum de São Paulo como escrevente. Com o advento da teledramaturgia, o ator brasileiro finalmente chegou ao povo como ele queria: uma novela revelou-se uma forma de fazer um teatro popular de fato”.
Morreu nesta quinta-feira (12), o ator Tarcísio Meira, aos 85 anos. Ele e a mulher, a atriz Glória Menezes, de 86, foram internados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 6 de agosto, diagnosticados com Covid-19. Glória apresentou sintomas leves, enquanto Tarcísio precisou ser intubado. A atriz segue internada.
Considerado um dos maiores atores da teledramaturgia, Tarcísio Magalhães Sobrinho nasceu em São Paulo em 1935 e adotou o sobrenome da sua mãe, Meira, para a carreira artística. Começou no teatro na década de 1950 e estreou na televisão em 1959, na extinta TV Tupi, no teleteatro “Noites Brancas”. Dois anos depois, o ator contracenou pela primeira vez com Glória Menezes. Eles se casaram no ano seguinte e em 1964 tiveram o único filho, Tarcísio Filho.
Em 1963, o casal trocou a Tupi pela Excelsior, onde participou da primeira novela diária da televisão brasileira, “25499 Ocupado”, de Dulce Santucci, um sucesso estrondoso. Ainda em 1963, fez o seu primeiro filme, “Casinha Pequenina”, com Mazzaropi. Antes de ir para a Rede Globo, trabalhou em mais nove novelas da Excelsior,
entre elas “Ambição (1964)”, “A Deusa Vencida (1965)” e “Almas de Pedra (1966),” todas de Ivani Ribeiro.
Sua estreia na Globo aconteceu em 1967, na novela “Sangue e Areia”. A adaptação do romance do espanhol Blasco Ibañez escrita por Janete Clair fez com que Tarcísio e Glória se tornassem um dos pares românticos favoritos do público. Também marcou o início de uma parceria duradoura: ele protagonizou mais seis novelas da autora.
“Irmãos Coragem”, de 1970, na qual viveu o mocinho João Coragem, foi um dos maiores sucessos da fase preto e branco da TV brasileira. Para se ter uma ideia, o seu penúltimo capítulo deu mais audiência que a final da Copa do Mundo.
O casal esteve presente em mais um momento marcante da história da televisão brasileira. O “Caso Especial Meu Primeiro Baile”, inspirado no francês Carnet de Baile, de Jacques Prévert, foi o primeiro programa inteiramente gravado em cores a ser exibido na televisão brasileira.
Entre novelas, séries e teleteatros, Tarcísio carimbou seu nome em mais de 60 trabalhos. Outro momentos marcantes em sua trajetória envolvem participações em: “Cavalo de Aço (1973)”, “O Semideus (1973)”, “Guerra dos Sexos (1983)”, “O Tempo e o Vento (1985)”, “Desejo (1990)”, “Rei do Gado (1996)”, “Torre de Babel (1998)”, “Hilda Furacão (1998)”, “A Muralha (2000)”, “O Beijo do Vampiro (2002)”, “Senhora do Destino (2004)”, “Páginas da Vida (2006)”, “A Favorita (2008)”, “A Lei do Amor (2016)” e “Orgulho e Paixão (2018)”, última novela de sua carreira, onde deu vida ao Lorde Williamson.
Tarcísio também marcou presença no cinema, principalmente nos anos 1970 e 1980. O primeiro filme em que atuou foi Casinha Pequenina, de 1963.
Em recente entrevista à Quem, o ator falou sobre envelhecer: “Não tem nada de melhor na velhice, tudo é pior. Envelhecer é uma coisa muito chata. Tem limitações físicas e intelectuais cada vez maiores. A memória não é mais a mesma. A morte está aí. Qualquer hora ela chega. Que chegue bem. Não penso muito nisso. Me preocupo em ficar bem, cuidar da minha saúde, não saio por aí fazendo loucuras. Faço minhas consultas, vejo como coisas que estão erradas comigo e procuro corrigi-las, faço academia, minha ginastiquinha … Não faço tanto quanto deveria, mas faço”.
Ao ser questionado sobre a sua importância para TV, em entrevista para a “Veja” em dezembro de 2019, Tarcísio respondeu: “Sou louco pela televisão. Quando entrei na TV, o artista brasileiro só era conhecido por uma elite que frequentava o teatro. Uma elite que não era formada por muitas pessoas, mas suficiente para manter o teatro funcionando. O artista tinha a preocupação de fazer um espetáculo popular, mas não ganhava o bastante para se manter. Eu mesmo trabalhei no fórum de São Paulo como escrevente. Com o advento da teledramaturgia, o ator brasileiro finalmente chegou ao povo como ele queria: uma novela revelou-se uma forma de fazer um teatro popular de fato”.