Um dos mais experientes repórteres da RecordTV, Rodrigo Vianna, foi demitido nesta sexta-feira (17) em meio à pandemia do Coronavírus.

Cítico do governo de Jair Bolsonaro, o profissional esteve de licença dias atrás por suspeita de estar com o Covid-19. No entanto, seu exame deu negativo.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo denunciou esta semana a emissora paulista ao Ministério Público do Trabalho (MPT) “para apurar a conduta e a responsabilidade da empresa na proteção de seus profissionais da contaminação pelo Coronavírus”. A disputa entre as duas partes pode explicar o desligamento.

Segundo o colunista Mauricio Stycer, do UOL, Rodrigo Vianna havia feito questionamentos, em março, em um grupo de WhatsApp de profissionais do canal, sobre como a RecordTV estava lidando com o isolamento de funcionários que trabalhavam próximos a um cinegrafista infectado com o Covid-19.

A emissora negou, em nota publicada no site de Cristina Padiglione, que tivesse se descuidado na política de isolamento dos funcionários. Segundo a Record, 1.700 funcionários estão neste momento em home office, férias ou afastados por pertencerem a grupos de risco ou estarem em quarentenas eventuais. Há hoje 1.050 profissionais trabalhando em jornalismo e transmissão “com todas as proteções possíveis”, assegura a direção da empresa.

A RecordTV não comenta a demissão de Vianna. Internamente fala-se que o profissional tinha um salário muito alto e que esse fato provocou a decisão.

Rodrigo Vianna já trabalhou, entre outros veículos, como “Folha de S. Paulo”, “TV Cultura” e “Rede Globo”. Foi para RecordTV logo depois da reeleição de Lula em 2006.