Rodrigo Alvarez pede demissão da Rede Globo após 23 anos

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O jornalista Rodrigo Alvarez pediu demissão da Rede Globo após 23 anos. Correspondente na Europa, o profissional trabalhava na empresa desde 1996, quando foi contratado pela GloboNews no Rio de Janeiro como trainee de editor de imagens. Em comunicado divulgado pelo colunista Daniel Castro no “UOL” na tarde desta terça (17), o diretor-geral de Jornalismo, […]

POR Redação SRzd 17/12/2019| 5 min de leitura

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Rodrigo Alvarez. Foto: Acervo Pessoal/Rodrigo Alvarez

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O jornalista Rodrigo Alvarez pediu demissão da Rede Globo após 23 anos. Correspondente na Europa, o profissional trabalhava na empresa desde 1996, quando foi contratado pela GloboNews no Rio de Janeiro como trainee de editor de imagens.

Em comunicado divulgado pelo colunista Daniel Castro no “UOL” na tarde desta terça (17), o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, disse que Rodrigo decidiu “dar uma pausa”.

Leia o texto na íntegra:

“Creio que foi em junho desse ano, numa de nossas conversas no Brasil, que Rodrigo Alvarez me disse que acreditava que um ciclo se fechava para ele: o de correspondente no exterior. Não que ele estivesse cansado do maravilhoso trabalho de ser os olhos e ouvidos dos brasileiros no mundo. O entusiasmo era o mesmo. Mas entusiasmo pelo que a gente rótula de grandes matérias ou matérias especiais. O dia a dia, com múltiplas entradas ao vivo, não lhe dava mais o mesmo prazer que antes. Consciente de que a vida do correspondente, hoje mais do que nunca, são as grandes matérias, mas o dia a dia também, Rodrigo decidiu dar uma pausa. Creio que contribuiu para a decisão dele a vida de escritor, que ele consolidou. Ele me disse que ele e a família não voltariam ao Brasil, mas trocariam a França pelos Estados Unidos. Eu lamentei a decisão, mas respeitei. E nos últimos seis meses ele brilhou em nossos telejornais como em todos os anos anteriores.

Quantas vezes temos o privilegio de ver colegas realizarem seus sonhos profissionais? Quem conhece o Rodrigo sabe que ele sonhou ser correspondente internacional desde que entrou para o jornalismo da Globo, em 1996, como trainee de editor de imagens na GloboNews Rio. Aos 45 anos, cheio de saúde e energia, Rodrigo encerra por
vontade própria essa etapa na carreira dele aqui na Globo.

O editor de imagens virou repórter da madrugada poucos anos depois de entrar na TV. E fez a primeira reportagem internacional quando vendeu o carro, comprou uma câmera e foi para o Vale do Silício gravar sozinho um especial sobre o boom das empresas de internet. Lá, entrevistou os fundadores do Google, que na época tinha só 200 funcionários. Por coincidência, na mesma semana em que a série foi ao ar, Alvarez, o cinegrafista Eglédio Vianna e o técnico Márcio Couto flagraram um momento histórico: o naufrágio da plataforma P36 da Petrobras, em Macaé, no Rio de Janeiro. Uma cobertura memorável, de que todos nós lembramos.

Nos Estados Unidos, onde ocupou seu primeiro posto internacional, a partir de 2006, Alvarez foi correspondentes de leste a oeste, em Nova York e na Califórnia. Uma de suas grandes missões foi cobrir o massacre da Universidade de Virgínia, em 2007. Ele e o cinegrafista Orlando Moreira foram os primeiros a entrar com uma câmera escondida no dormitório onde um estudante havia matado 32 pessoas. No ano seguinte, com o cinegrafista Sérgio Telles, Rodrigo rodou 18 estados americanos de carro para uma série do Jornal da Globo sobre a eleição presidencial de 2008, que terminou com a vitória de Barack Obama. A aventura na estrada, entrevistando eleitores, rendeu um livro – o primeiro de Alvarez. O segundo veio pouco depois, na sequência de mais um evento marcante: o terremoto que destruiu o Haiti e provocou uma enorme calamidade humanitária, em 2010.

De volta ao Brasil, trabalhou na redação de São Paulo. E depois aceitou ocupar o posto de Jerusalém. Foi de lá que ele saiu para cobrir, em 2013, o longo e emocionante funeral de Nelson Mandela. No ano seguinte, abasteceu nossos telejornais com matérias na linha de frente do conflito Israel-Palestina. A cobertura da Guerra de Gaza foi um de seus mais brilhantes trabalhos na Globo. Mais recentemente, Alvarez também foi um dos nossos correspondentes que acompanharam o êxodo de refugiados do Oriente Médio para a Europa – o maior deslocamento humano forçado desde o fim da Segunda Guerra. Em 2016, já como correspondente em Berlim, seguiu acompanhando o drama dos refugiados, e também a onda de terrorismo na Europa. Em 2018, mudou sua base para Paris. E continuou viajando. Com os cinegrafistas Mário Camera e Lucas Marshal, e o correspondente Rodrigo Carvalho, Alvarez mostrou para o Brasil o cinematográfico e bem-sucedido resgate dos meninos que passaram quase vinte dias presos em uma caverna alagada no norte da Tailândia.

Depois de todos esses postos, de todas essas viagens e histórias, Alvarez termina hoje sua jornada na Globo com uma parceria especial. Londres precisou de um reforço de última hora para cobrir a eleição britânica. No escritório, Cesar Cardoso, que lá em 1996 foi o primeiro professor do trainee Rodrigo Alvarez numa ilha, teve o prazer de editar, para o JN desta noite, a última matéria do ex-aluno que virou correspondente.

Ao Rodrigo, agradeço tudo o que fez na Globo, felicito-o e desejo boa sorte nos novos desafios. Sei que dará certo, porque sempre deu. Quando na Califórnia, em meio a grande êxito, me chamou para uma conversa e sugeriu que seria melhor ir para Nova York. E foi. Na cidade, marcou presença no Fantástico e nos telejornais. Um dia, em visita ao Rio, me disse que precisava voltar ao Brasil, para se recarregar. E a volta foi um período maravilhoso. Ao fim de um período, aceitou ir para Jerusalém e brilhou. Depois foi para Berlim e, por sugestão dele, depois para Paris. Sempre com êxito. É por isso a minha certeza. Quando a inquietude se instala em Rodrigo e a vontade de mudar aparece forte, a consequência sempre é boa.”

O jornalista Rodrigo Alvarez pediu demissão da Rede Globo após 23 anos. Correspondente na Europa, o profissional trabalhava na empresa desde 1996, quando foi contratado pela GloboNews no Rio de Janeiro como trainee de editor de imagens.

Em comunicado divulgado pelo colunista Daniel Castro no “UOL” na tarde desta terça (17), o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, disse que Rodrigo decidiu “dar uma pausa”.

Leia o texto na íntegra:

“Creio que foi em junho desse ano, numa de nossas conversas no Brasil, que Rodrigo Alvarez me disse que acreditava que um ciclo se fechava para ele: o de correspondente no exterior. Não que ele estivesse cansado do maravilhoso trabalho de ser os olhos e ouvidos dos brasileiros no mundo. O entusiasmo era o mesmo. Mas entusiasmo pelo que a gente rótula de grandes matérias ou matérias especiais. O dia a dia, com múltiplas entradas ao vivo, não lhe dava mais o mesmo prazer que antes. Consciente de que a vida do correspondente, hoje mais do que nunca, são as grandes matérias, mas o dia a dia também, Rodrigo decidiu dar uma pausa. Creio que contribuiu para a decisão dele a vida de escritor, que ele consolidou. Ele me disse que ele e a família não voltariam ao Brasil, mas trocariam a França pelos Estados Unidos. Eu lamentei a decisão, mas respeitei. E nos últimos seis meses ele brilhou em nossos telejornais como em todos os anos anteriores.

Quantas vezes temos o privilegio de ver colegas realizarem seus sonhos profissionais? Quem conhece o Rodrigo sabe que ele sonhou ser correspondente internacional desde que entrou para o jornalismo da Globo, em 1996, como trainee de editor de imagens na GloboNews Rio. Aos 45 anos, cheio de saúde e energia, Rodrigo encerra por
vontade própria essa etapa na carreira dele aqui na Globo.

O editor de imagens virou repórter da madrugada poucos anos depois de entrar na TV. E fez a primeira reportagem internacional quando vendeu o carro, comprou uma câmera e foi para o Vale do Silício gravar sozinho um especial sobre o boom das empresas de internet. Lá, entrevistou os fundadores do Google, que na época tinha só 200 funcionários. Por coincidência, na mesma semana em que a série foi ao ar, Alvarez, o cinegrafista Eglédio Vianna e o técnico Márcio Couto flagraram um momento histórico: o naufrágio da plataforma P36 da Petrobras, em Macaé, no Rio de Janeiro. Uma cobertura memorável, de que todos nós lembramos.

Nos Estados Unidos, onde ocupou seu primeiro posto internacional, a partir de 2006, Alvarez foi correspondentes de leste a oeste, em Nova York e na Califórnia. Uma de suas grandes missões foi cobrir o massacre da Universidade de Virgínia, em 2007. Ele e o cinegrafista Orlando Moreira foram os primeiros a entrar com uma câmera escondida no dormitório onde um estudante havia matado 32 pessoas. No ano seguinte, com o cinegrafista Sérgio Telles, Rodrigo rodou 18 estados americanos de carro para uma série do Jornal da Globo sobre a eleição presidencial de 2008, que terminou com a vitória de Barack Obama. A aventura na estrada, entrevistando eleitores, rendeu um livro – o primeiro de Alvarez. O segundo veio pouco depois, na sequência de mais um evento marcante: o terremoto que destruiu o Haiti e provocou uma enorme calamidade humanitária, em 2010.

De volta ao Brasil, trabalhou na redação de São Paulo. E depois aceitou ocupar o posto de Jerusalém. Foi de lá que ele saiu para cobrir, em 2013, o longo e emocionante funeral de Nelson Mandela. No ano seguinte, abasteceu nossos telejornais com matérias na linha de frente do conflito Israel-Palestina. A cobertura da Guerra de Gaza foi um de seus mais brilhantes trabalhos na Globo. Mais recentemente, Alvarez também foi um dos nossos correspondentes que acompanharam o êxodo de refugiados do Oriente Médio para a Europa – o maior deslocamento humano forçado desde o fim da Segunda Guerra. Em 2016, já como correspondente em Berlim, seguiu acompanhando o drama dos refugiados, e também a onda de terrorismo na Europa. Em 2018, mudou sua base para Paris. E continuou viajando. Com os cinegrafistas Mário Camera e Lucas Marshal, e o correspondente Rodrigo Carvalho, Alvarez mostrou para o Brasil o cinematográfico e bem-sucedido resgate dos meninos que passaram quase vinte dias presos em uma caverna alagada no norte da Tailândia.

Depois de todos esses postos, de todas essas viagens e histórias, Alvarez termina hoje sua jornada na Globo com uma parceria especial. Londres precisou de um reforço de última hora para cobrir a eleição britânica. No escritório, Cesar Cardoso, que lá em 1996 foi o primeiro professor do trainee Rodrigo Alvarez numa ilha, teve o prazer de editar, para o JN desta noite, a última matéria do ex-aluno que virou correspondente.

Ao Rodrigo, agradeço tudo o que fez na Globo, felicito-o e desejo boa sorte nos novos desafios. Sei que dará certo, porque sempre deu. Quando na Califórnia, em meio a grande êxito, me chamou para uma conversa e sugeriu que seria melhor ir para Nova York. E foi. Na cidade, marcou presença no Fantástico e nos telejornais. Um dia, em visita ao Rio, me disse que precisava voltar ao Brasil, para se recarregar. E a volta foi um período maravilhoso. Ao fim de um período, aceitou ir para Jerusalém e brilhou. Depois foi para Berlim e, por sugestão dele, depois para Paris. Sempre com êxito. É por isso a minha certeza. Quando a inquietude se instala em Rodrigo e a vontade de mudar aparece forte, a consequência sempre é boa.”

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