Clima tenso. Ana Cláudia Lemos, recordista brasileira e sul-americana dos 200 metros rasos, detonou o comentarista Rodrigo Nascimento, do SporTV, do Grupo Globo, após a eliminação do Brasil na prova dos 4x100m masculino, nos Jogos Olímpicos de Paris.

“Rodrigo, comentarista do SporTV, falando besteira. Como sempre o atleta passando pano para o treinador do 4×100, treinador esse que é o treinador dele pessoal”, iniciou a atleta, nas redes sociais.

“Alô, SporTV, além de comentar muito mal, tá passando pano. Gente, que absurdo é esse?”, questionou ela, que depois acrescentou: “Um comentarista que deveria falar a verdade, tá dizendo que os atletas têm que repensar? Conta aqui, Rodrigo, os bastidores, conta a falta de treinos, sua reunião entre os atletas. Você não se diz capitão? Desculpa, você não é capitão e precisa aprender a falar o que de fato aconteceu”.

Bastidores

O ponto citado pela velocista diz respeito à relação de Rodrigo com Victor Fernandes, técnico contratado pela Confederação Brasileira de Atletismo para treinar as equipes masculina e feminina do 4x100m.

A reunião citada aconteceu nos Estados Unidos, no início do ano, e Nascimento, treinado por Victor Fernandes, teria barrado a participação de atletas.

Na visão de Ana, o profissional da TV passou pano para os homens pois todos são orientados pelo mesmo treinador.

O Brasil foi eliminado, nesta quinta-feira (8), do revezamento 4x100m masculino. O quarteto brasileiro fez o tempo de 38s73 e não conseguiu avançar de fase, terminando na 14ª colocação geral. A final do 4x100m masculino ocorrerá nesta sexta-feira (9), às 14h47, de Brasília.

O que disse o comentarista

Na transmissão da prova, Rodrigo Nascimento, que é lutador do UFC, culpou os atletas pelo resultado e disse ser responsável por tudo que fala.

Ele criticou o desempenho dos colegas de equipe, afirmando que a largada foi ruim e que ninguém correu como esperado.

“Infelizmente, não fizemos uma boa largada, não tivemos uma corrida boa de todo mundo. Olhando as parciais, a gente viu que ninguém correu muito bem. Já sabia um pouquinho, pela fase que estamos passando na velocidade. Agora é fechar o ciclo, virar a página de alguma forma e rever tudo o que foi feito de errado, o que a gente pode acertar novamente porque não pode ficar assim, não podemos ficar fora das grandes competições com o currículo que a gente tem”, iniciou.

“Para finalizar o assunto, os atletas têm que ser responsáveis pelo resultado. Vejo muita gente cobrando dirigentes, cobrando treinadores. Não. Quem entra em pista? Os atletas. A gente está bem treinado. Isso eu estou falando porque carreguei esse pino durante três anos. Essa é a minha palavra de atleta. Me responsabilizo por tudo que eu falo”, continuou.

“Treinamos, tivemos todo o investimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) para conseguir chegar e entregar o nosso melhor. Hoje não conseguimos, infelizmente. Mas a gente, como atleta, temos (sic) que nos responsabilizar. Colocar a mão na consciência”, completou.

“Temos um individual forte? Temos. Mas já vimos em várias competições que quando chega nesse momento, não conseguimos um bom resultado. Temos que reparar que nossa melhor chance de medalha olímpica é no revezamento, é por equipes”, finalizou.

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— Ana Claudia L Silva OLY (@AnaC_Lemos) August 8, 2024