Principal estreia desta quinta-feira, dia 04, nos cinemas brasileiros, “Venom” (Idem – 2018) é aguardado com ansiedade pelos fãs da Marvel, acostumados ao padrão de qualidade instituído nos últimos anos. Porém, neste longa o padrão é mantido somente no que tange à técnica, uma vez que seu roteiro foi negligenciado. Dirigido por Ruben Fleischer, […]
POR Ana Carolina Garcia03/10/2018|4 min de leitura
Principal estreia desta quinta-feira, dia 04, nos cinemas brasileiros, “Venom” (Idem – 2018) é aguardado com ansiedade pelos fãs da Marvel, acostumados ao padrão de qualidade instituído nos últimos anos. Porém, neste longa o padrão é mantido somente no que tange à técnica, uma vez que seu roteiro foi negligenciado.
Dirigido por Ruben Fleischer, o longa conta a trajetória de Eddie Brock (Tom Hardy), repórter renomado que perde tudo após entrevistar o misterioso Carlton Drake (Riz Ahmed), homem megalomaníaco que decide brincar de Deus em sua empresa, a Fundação Vida. Um de seus experimentos inclui simbiontes colocados em humanos com o intuito de criar uma espécie capaz de sobreviver em outro planeta, mas sem pensar nas consequências. Ao investigar a Fundação, Eddie acidentalmente se torna hospedeiro de Venom e vê sua vida virar de cabeça para baixo mais uma vez.
A história parte de uma premissa interessante, sobretudo por se tratar de um filme de origem de personagem, mas o roteiro pobre em conteúdo influencia diretamente o resultado final, pois aposta todas as suas fichas na ação em detrimento de uma trama consistente. Isto se deve ao fato de não explorar satisfatoriamente o lado psicológico de Eddie Brock, cada vez mais dominado por Venom, optando pela solução mais fácil, a do humor, para aproximar o público infanto-juvenil e lucrar mais nas bilheterias. Só que este filme pede uma atmosfera mais sombria e violenta que poderia ter sido explorada com propriedade se os produtores tivessem tido a coragem de focar prioritariamente na fatia adulta do público, como “Logan” (Idem – 2017) fez.
Utilizando uma trilha sonora incessante para conceder grandiosidade onde não há, “Venom” ainda abraça a pieguice travestida de humor ao mostrar o personagem título dando conselhos amorosos a Eddie, que sofre com a separação de Anne Weying (Michelle Williams). Neste ponto, vale ressaltar que Williams e Hardy fazem o possível diante do material que lhes foi oferecido, mas são profissionais mal aproveitados neste longa, que conta com um vilão fraco e caricato, interpretado por Riz Ahmed.
Com referências visuais a clássicos como “O Exorcista” (The Exorcist – 1973) e “Alien – O Oitavo Passageiro” (Alien – 1979), assim como a “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” (Deepwater Horizon – 2016), “Venom” se perde também na questão do tempo, uma vez que os primeiros hospedeiros dos simbiontes na Malásia Oriental vagam por meses como se fossem zumbis, criaturas exploradas por Ruben Fleischer na comédia “Zumbilândia” (Zombieland – 2009), cuja continuação tem lançamento previsto para 2019.
No fim das contas, “Venom” é uma produção que tenta levar às telas uma trama sobre ganância e poder desmedidos, mas que não consegue encontrar o meio-termo necessário para atingir plateias de todas as idades com a mesma eficiência de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (Spider-Man: Homecoming – 2017) e tantos outros títulos da própria Marvel, por exemplo, produzidos pela Sony, Fox ou Disney.
* “Venom” tem duas cenas pós-créditos.
Assista ao trailer oficial legendado:
Principal estreia desta quinta-feira, dia 04, nos cinemas brasileiros, “Venom” (Idem – 2018) é aguardado com ansiedade pelos fãs da Marvel, acostumados ao padrão de qualidade instituído nos últimos anos. Porém, neste longa o padrão é mantido somente no que tange à técnica, uma vez que seu roteiro foi negligenciado.
Dirigido por Ruben Fleischer, o longa conta a trajetória de Eddie Brock (Tom Hardy), repórter renomado que perde tudo após entrevistar o misterioso Carlton Drake (Riz Ahmed), homem megalomaníaco que decide brincar de Deus em sua empresa, a Fundação Vida. Um de seus experimentos inclui simbiontes colocados em humanos com o intuito de criar uma espécie capaz de sobreviver em outro planeta, mas sem pensar nas consequências. Ao investigar a Fundação, Eddie acidentalmente se torna hospedeiro de Venom e vê sua vida virar de cabeça para baixo mais uma vez.
A história parte de uma premissa interessante, sobretudo por se tratar de um filme de origem de personagem, mas o roteiro pobre em conteúdo influencia diretamente o resultado final, pois aposta todas as suas fichas na ação em detrimento de uma trama consistente. Isto se deve ao fato de não explorar satisfatoriamente o lado psicológico de Eddie Brock, cada vez mais dominado por Venom, optando pela solução mais fácil, a do humor, para aproximar o público infanto-juvenil e lucrar mais nas bilheterias. Só que este filme pede uma atmosfera mais sombria e violenta que poderia ter sido explorada com propriedade se os produtores tivessem tido a coragem de focar prioritariamente na fatia adulta do público, como “Logan” (Idem – 2017) fez.
Utilizando uma trilha sonora incessante para conceder grandiosidade onde não há, “Venom” ainda abraça a pieguice travestida de humor ao mostrar o personagem título dando conselhos amorosos a Eddie, que sofre com a separação de Anne Weying (Michelle Williams). Neste ponto, vale ressaltar que Williams e Hardy fazem o possível diante do material que lhes foi oferecido, mas são profissionais mal aproveitados neste longa, que conta com um vilão fraco e caricato, interpretado por Riz Ahmed.
Com referências visuais a clássicos como “O Exorcista” (The Exorcist – 1973) e “Alien – O Oitavo Passageiro” (Alien – 1979), assim como a “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” (Deepwater Horizon – 2016), “Venom” se perde também na questão do tempo, uma vez que os primeiros hospedeiros dos simbiontes na Malásia Oriental vagam por meses como se fossem zumbis, criaturas exploradas por Ruben Fleischer na comédia “Zumbilândia” (Zombieland – 2009), cuja continuação tem lançamento previsto para 2019.
No fim das contas, “Venom” é uma produção que tenta levar às telas uma trama sobre ganância e poder desmedidos, mas que não consegue encontrar o meio-termo necessário para atingir plateias de todas as idades com a mesma eficiência de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (Spider-Man: Homecoming – 2017) e tantos outros títulos da própria Marvel, por exemplo, produzidos pela Sony, Fox ou Disney.