90,6% da população diz que há racismo no Brasil, mas 97,5% não se considera racista

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Pesquisa sobre o racismo no Brasil feita pelo Atlas Político e divulgada neste sábado (5) traz dados de diferentes estratos sociais que ajudam, em meio às discussões sobre o emblemático assassinato de João Alberto, homem negro espancado até a morte por seguranças de um Carrefour em Porto Alegre, a entender qual a percepção do brasileiro […]

POR Redação SRzd05/12/2020|3 min de leitura

90,6% da população diz que há racismo no Brasil, mas 97,5% não se considera racista

Mulher chorando. Foto: Pikit

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Pesquisa sobre o racismo no Brasil feita pelo Atlas Político e divulgada neste sábado (5) traz dados de diferentes estratos sociais que ajudam, em meio às discussões sobre o emblemático assassinato de João Alberto, homem negro espancado até a morte por seguranças de um Carrefour em Porto Alegre, a entender qual a percepção do brasileiro com relação à temática racista.

Um dos dados que mais chama a atenção no levantamento é contraditório: 90,6% dos entrevistados reconhecem a existência do racismo no Brasil, enquanto 5,7% das pessoas não reconhecem e 3,6% não sabem responder.

Apesar da maioria da população admitir o problema social, no entanto, quase ninguém se diz racista: 97,5% dos entrevistados dizem que não são racistas, enquanto apenas 2,5% admitem o racismo.

A pesquisa Atlas Político foi realizada através de entrevistas com pessoas de todas as regiões do país entre os dias 20 e 22 de novembro, ou seja, logo nos dias seguintes ao assassinato de João Alberto no Carrefour. O crime aconteceu no dia 19 daquele mês. O estudo, naturalmente, abordou o tema com os entrevistados.

Homem negro é espancado até a morte por seguranças no Carrefour. Foto: Reprodução

Para a maioria da população (52,7%), o assassinado de João Alberto teve motivações racistas. 25,9,% dos entrevistados disseram que o racismo não foi um componente do crime em Porto Alegre e outros 21,4% não souberam responder ou não ouviram falar do caso.

Discriminação

Apesar da maior parte da população brasileira se declarar negra (56,10%), segundo dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento do Atlas Político mostra que a maior parte dos brasileiros afirma nunca ter se sentindo discriminada por conta de sua cor ou raça (69,9%). Apenas 30,1% dos entrevistados disseram já terem sido discriminados por este motivo. A população que mais se diz discriminada por conta de sua cor ou raça é a indígena (86%), seguida da população amarela (58%) e da população preta (54%).

Cotas raciais

Outro dado da pesquisa que chama a atenção é que os entrevistados, em sua maioria, apoiam o sistema de cotas raciais em universidades públicas. 46,2% se dizem favoráveis a essas políticas afirmativas, enquanto 39,7% se dizem contra e outros 14,1% não sabem.

Racismo estrutural

Entre outros dados, o Atlas Político mostra também que 58,9% das pessoas acham que o racismo no Brasil é frequente e estrutural, enquanto uma minoria (14%) diz que o problema é infrequente e outros 3,5% afirmam ser inexistente.










Pesquisa sobre o racismo no Brasil feita pelo Atlas Político e divulgada neste sábado (5) traz dados de diferentes estratos sociais que ajudam, em meio às discussões sobre o emblemático assassinato de João Alberto, homem negro espancado até a morte por seguranças de um Carrefour em Porto Alegre, a entender qual a percepção do brasileiro com relação à temática racista.

Um dos dados que mais chama a atenção no levantamento é contraditório: 90,6% dos entrevistados reconhecem a existência do racismo no Brasil, enquanto 5,7% das pessoas não reconhecem e 3,6% não sabem responder.

Apesar da maioria da população admitir o problema social, no entanto, quase ninguém se diz racista: 97,5% dos entrevistados dizem que não são racistas, enquanto apenas 2,5% admitem o racismo.

A pesquisa Atlas Político foi realizada através de entrevistas com pessoas de todas as regiões do país entre os dias 20 e 22 de novembro, ou seja, logo nos dias seguintes ao assassinato de João Alberto no Carrefour. O crime aconteceu no dia 19 daquele mês. O estudo, naturalmente, abordou o tema com os entrevistados.

Homem negro é espancado até a morte por seguranças no Carrefour. Foto: Reprodução

Para a maioria da população (52,7%), o assassinado de João Alberto teve motivações racistas. 25,9,% dos entrevistados disseram que o racismo não foi um componente do crime em Porto Alegre e outros 21,4% não souberam responder ou não ouviram falar do caso.

Discriminação

Apesar da maior parte da população brasileira se declarar negra (56,10%), segundo dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento do Atlas Político mostra que a maior parte dos brasileiros afirma nunca ter se sentindo discriminada por conta de sua cor ou raça (69,9%). Apenas 30,1% dos entrevistados disseram já terem sido discriminados por este motivo. A população que mais se diz discriminada por conta de sua cor ou raça é a indígena (86%), seguida da população amarela (58%) e da população preta (54%).

Cotas raciais

Outro dado da pesquisa que chama a atenção é que os entrevistados, em sua maioria, apoiam o sistema de cotas raciais em universidades públicas. 46,2% se dizem favoráveis a essas políticas afirmativas, enquanto 39,7% se dizem contra e outros 14,1% não sabem.

Racismo estrutural

Entre outros dados, o Atlas Político mostra também que 58,9% das pessoas acham que o racismo no Brasil é frequente e estrutural, enquanto uma minoria (14%) diz que o problema é infrequente e outros 3,5% afirmam ser inexistente.










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