Em época de polarizações radicais e perigosas, o esporte é quem segue fazendo a sua parte ao democratizar as relações humanas. Na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, área que sofre o preconceito de ser “exclusiva” para os privilegiados, a iniciativa do clube de futebol que leva o nome do bairro e do Interfut, empresa especializada no ensino e na gestão de carreira de novos talentos, promove a inclusão social e o desenvolvimento humano.

“O esporte já se mostrou ser uma ferramenta eficaz de inclusão. Isto significa dizer que temos, além da preocupação com a formação de futuros atletas, a de preparar cidadãos com condição de buscar, em pé de igualdade, um lugar na sociedade”, concluiu Kléber Leite Filho, diretor do Interfut.

O clube entra com o suporte físico: campo, camisa e visibilidade. Já o Interfut propõe a gestão da base através do conceito de unir o melhor do futebol mundial, ao aplicar a experiência de seis anos à frente da escola do Barcelona no Brasil, com uma equipe multidisciplinar montada para garantir a qualidade e a formação integral dos atletas. A melhor parte é que aqueles que mais se destacam entre as valências esportivas, sociais e educacionais, têm a possibilidade de se desenvolver pessoalmente fora do país, através de bolsas de estudos em universidades, proporcionadas pela prática do futebol.

Em dois anos de parceria, meninos de comunidades carentes têm recebido os mesmos valores sociais e os mesmos ensinamentos que quaisquer outros que vivenciam a experiência proporcionada pela parceria nas divisões de base do Clube Atlético Barra da Tijuca. Casos, por exemplo, dos zagueiros Jean e Guilherme, moradores da Gardênia Azul e de Rio das Pedras, ambos jogadores do time Sub-16, campeão da Dana Cup deste ano, na Dinamarca e campeão invicto das séries B1 e B2 do Campeonato Estadual Sub-17.

A equipe conquistou o título estadual no último domingo, na na Arena Interfut, ao empatar na finalíssima com o Itaboraí em 2 a 2 porque havia vencido o primeiro jogo por 3 a 0, na casa do adversário.

“Foi meu primeiro trabalho na base do clube. Por isso, este título tem uma emoção especial. Temos um projeto sério aqui, com pessoas capacitadas para trabalhar, além de uma estrutura invejável. Isso ficou bem evidente na decisão”, afirmou Thiago Camillis, técnico campeão da categoria.

Na categoria Sub-16, o time conquistou a Dana Cup, na Dinamarca e o quinto lugar no Torneio Guilherme Embry (Campeonato Carioca), atrás apenas dos quatro grandes e a frente de clubes tradicionais como Boavista, Nova Iguaçu, Portuguesa e Olaria. Combinação que confere posição de destaque ao Barra da Tijuca/Interfut nas divisões de base do futebol carioca. O objetivo é ser a quinta força entre os clubes da cidade, representando o famoso bairro carioca.