Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Bagdá (Iraque) neste sábado (4) para a cerimônia fúnebre do o general Qasem Soleimani, comandante da Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã. Ele foi assassinato durante um bombardeio promovido pelos Estados Unidos na capital iraquiana na última quinta-feira (2).
O evento foi marcando por um clima de tensão. Bandeiras norte-americanas foram queimadas e o grito de “morte à América” foi uníssono. Além do corpo de Soleimani, foram velados os corpos de outros cinco líderes mortos no mesmo ataque.
A multidão em Bagdá também estava lá para lamentar a morte de Abu Mahdi al-Muhandis, morto na mesma operação norte-americana. O iraquiano comandou o grupo Kataib Hezbollah, apoiado pelo Irã, e liderou efetivamente as unidades de Mobilização Popular – um guarda-chuva de milícias no Iraque dominado por grupos alinhados com o Irã.
O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdul Mahdi participou do funeral, assim como o chefe das forças pró-Irã no parlamento iraquiano, Hadi Al Ameri, o ex-primeiro-ministro Nuri Al Maliki e vários chefes de facções xiitas.
De acordo com informações iniciais, os corpos dos iranianos seriam levados de avião, no sábado à noite, para o Irã. O país declarou três dias de luto pelo general assassinado, e seu funeral será realizado na terça-feira em sua cidade natal, Kerman.
Os laços entre os Estados Unidos e o Irã se deterioraram claramente desde que Washington abandonou o acordo nuclear com Teerã, em 2018, e voltou a impor duras sanções à República Islâmica.
Bombardeio para “evitar guerra”
Em declaração dada na tarde desta sexta-feira (3), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o assassinato do general Qasem Soleimani deveria ter acontecido “há anos atrás” e que seu objetivo foi “evitar uma guerra”.
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