Uma pessoa transgênero pode enfrentar diversas adversidades para adequar sua vida social a sua identidade de gênero. Uma delas é o processo burocrático na alteração do nome de batismo em documentos oficiais. Nos Estados Unidos, os pais de um adolescente transgênero batalham na justiça para que um juiz ratifique o nome de seu filho. Eles afirmam que o magistrado violou seus direitos constitucionais ao negar o pedido de ratificação.
No último mês, o casal Leigh e Kylen Whitaker entraram com um pedido para corrigir o nome de seu filho de Heidi para Elliott. A solicitação foi negada pelo juiz Joseph Kirby, que alegou que o jovem não possui maturidade para tal decisão. Para o juiz, a adolescência é um período de exploração de identidade e, portanto, impossibilita a tomada de decisões adultas. “O tribunal foi confrontado com um pedido de uma pessoa de 15 anos que não tem idade, maturidade, conhecimento e estabilidade para tomar esta decisão”, tradução livre da decisão promulgada pelo juiz.
Em depoimento ao canal americano WKRC, os pais de Elliot revelaram que o magistrado fez perguntas que os surpreenderam. De acordo com Leigh, Joseph Kirby teria questionado o adolescente se a decisão teria sido influenciada por casos relatados na mídia, como a transição de gênero de Caitlyn Jenner (ex-atleta famosa e mãe das personalidades Kylie e Kendall Jenner).
O casal afirma ter ficado ofendido com a situação imposta ao seu filho e alega que Elliot passou por diversos procedimentos para confirmar sua identidade de gênero. Entre eles, diversos encontros com terapeutas e consultas em um hospital especializado em pessoas transgêneras. Para Leigh e Kylen Whitaker, a ratificação do nome do filho é fundamental para o bem social de Elliot, visto que o nome de batismo do adolescente causa constrangimento por aparecer em documentos oficiais e escolares.