O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou neste sábado (14) de “agressão contra um Estado soberano” o ataque dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria. Ele também acusou Washington de ajudar terroristas que atuam no país árabe. A Rússia é a maior aliada do regime sírio de Bashar al-Assad.
“Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil e toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio”, disse Putin, em comunicado divulgado pelo Kremlin.
Putin ainda pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que será realizada neste sábado (14). O líder russo também negou que há evidências de uso de armas químicas no subúrbio de Douma. O suposto uso de armas químicas é uma das principais justificativas dos EUA e aliados para o ataque a Síria na noite desta sexta-feira (13).
Opositores sírios, agentes humanitários e paramédicos alegam que mais de 40 pessoas foram mortas no dia 7 de abril em um suposto ataque químico em Douma, cidade controlada por rebeldes na região de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, a capital da Síria.
Para a Rússia, entretanto, o argumento do uso de armas químicas é um enredo “pré-programado” para justificar o ataque que teria outras motivações. Neste sábado (14), o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou que “tais ações [os ataques a Síria] não serão deixadas sem consequências”. Segundo a embaixada russa, há um enredo pré-armado que está sendo implementado. “Novamente, estamos sendo ameaçados”, disse a nota.
Apoiados por França e Reino Unido, os Estados Unidos decidiram retaliar o regime de Bashar al-Assad pelo suposto ataque químico em Duma. Na madrugada deste sábado (14) foram lançados bombardeios na Síria. Segundo a ministra da Defesa da França, os ataques aéreos atingiram o “principal centro de pesquisas” e “duas unidades de produção do programa clandestino químico” do regime sírio.