Candidato da coligação governista e atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa venceu o primeiro turno das eleições do país, realizada neste domingo (22). Ele terá como adversário no segundo turno o ultraliberal de direita, Javier Milei, que em agosto havia vencido a votação das primárias e aparecia nas pesquisas recentes como favorito para vencer o pleito.
Com 95% dos votos apurados, Massa, de 51 anos, tinha 36,4% e Milei, de 53 anos, 30,1% do total, mas os dois não podem ser mais alcançados pela terceira colocada na corrida, a candidata conservadora e ex-ministra de Segurança e gestão Mauricio Macri, Patricia Bullrich, que teve 23,8% e Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País) está em quarto lugar, com 6,8% dos votos.
Em números gerais, Sergio Massa teve 8,6 milhões de votos. Já Javier Milei obteve 7,2 milhões de votos. Como no Brasil, o voto no país vizinho, que tem hoje 40% de sua população abaixo da linha da pobreza, é obrigatório.
Abstenção recorde
De acordo com dados da justiça eleitoral local, 74% dos argentinos aptos a votar (35 milhões no total) foram às urnas. É o menor índice de participação eleitoral desde a volta da democracia ao país, em 1983, quando houve a redemocratização no país.
Segundo informações da Direção Nacional Eleitoral, 74% do eleitorado apto a votar compareceu às urnas. Em 2019, 80% dos eleitores foram às urnas para escolher o presidente.
Na Argentina, para ganhar no primeiro turno um candidato deve ter 45% dos votos ou 40% com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado. O segundo turno ocorre no próximo dia 19 de novembro. Desde que as regras eleitorais atuais foram implementadas, em 1994, só houve segundo turno duas vezes.
Nas eleições argentinas, a apuração ocorre em duas fases. Na primeira, os mesários de cada seção eleitoral contam as cédulas e enviam as atas de votação à Direção Nacional Eleitoral, onde é feita a totalização preliminar. Em seguida, ocorre uma contagem manual, com o resultado definitivo sendo proclamado em até duas semanas.
O secretário-geral da Presidência, Julio Vitobello, informou que as eleições, que também elegeram deputados e senadores, ocorreram em clima de tranquilidade e normalidade.