Sistema imunológico pode vencer Covid-19 sem produzir anticorpos, diz estudo

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

Um grupo de cientistas suecos que avaliou a imunidade de pessoas à Covid-19 encontrou algumas com células do sistema imune que se “lembravam” do vírus e sabiam atacá-lo. Estranhamente, alguns desses indivíduos não manifestaram sintomas e tiveram resultado negativo em testes sorológicos para a doença. Descrito em estudo publicado sexta-feira (14) na revista “Cell”, o […]

POR Redação SRzd17/08/2020|3 min de leitura

Sistema imunológico pode vencer Covid-19 sem produzir anticorpos, diz estudo

Laboratório. Foto: Agência Petrobras

| Siga-nos Google News

Um grupo de cientistas suecos que avaliou a imunidade de pessoas à Covid-19 encontrou algumas com células do sistema imune que se “lembravam” do vírus e sabiam atacá-lo. Estranhamente, alguns desses indivíduos não manifestaram sintomas e tiveram resultado negativo em testes sorológicos para a doença.

Descrito em estudo publicado sexta-feira (14) na revista “Cell”, o achado reforça uma noção crescente de que a imunidade de tipo celular — na qual “células assassinas” do sistema imune matam células contaminadas com o vírus — é crucial na resposta do organismo ao Sars-CoV-2 . Nos casos mais extremos, o sistema imune conseguiria derrotar o vírus até mesmo sem produzir anticorpos, proteínas que atacam diretamente os patógenos.

As células em questão, capazes de desencadear uma reação contra o vírus por ação “citotóxica” (tóxica para outras células), são conhecidas como linfócitos T. Cientistas já desconfiavam do papel importante delas, porque o nível de produção de anticorpos em pessoas egressas de infecções por Covid-19 geralmente cai. Pela primeira vez, porém, foram encontradas pessoas cujos linfócitos T tinham “memória” do Sars-CoV-2 (sinal de infecção prévia), mas que não estavam produzindo anticorpos.

Os pesquisadores, liderados por Marcus Buggert, do Instituto Karolinska, de Estocolmo, afirmam que “muitos indivíduos com Covid-19 leve ou assintomática, depois da exposição ou infecção pelo Sars-CoV-2 , geraram respostas duráveis e funcionais de células T de memória, não raro na ausência de resposta detectável de anticorpos”.

Alguns desses indivíduos, contam os pesquisadores, testaram negativo nos exames sorológicos (que detectam anticorpos produzidos contra o vírus), mas tinham sido diagnosticados por exames de RT-PCR (que detecta a presença do vírus em si) meses antes.

Essa é uma boa notícia. “Sugere que a exposição natural ou infecção deve prevenir episódios recorrentes de Covid-19”, dizem os cientistas, ao menos durante alguns meses. Os autores da pesquisa sugerem até mesmo que estudos que buscam saber a prevalência da doença na sociedade usando exames sorológicos podem estar subestimando o espalhamento da Covid-19.

Para fazer a pesquisa, os cientistas do Karolinska recrutaram 206 moradores da Suécia que tinham tido diferentes experiências relacionadas à Covid-19, indo desde assintomáticos, passando por casos leves até os severos.

Como forma de comparação, analisaram também amostras de sangue coletadas de outros voluntários no meio de 2019, que não poderiam ter sido infectadas pela Covid-19. Curiosamente algumas dessas amostras (28%) também tinham linfócitos T que reagiam ao Sars-CoV-2, o que os pesquisadores dizem ser algo esperado. Isso ocorreu provavelmente por causa de infecções prévias por outros tipos de coronavírus, mais inofensivos, que circularam em anos anteriores.

Entre os pacientes sem anticorpos, mas que cederam amostras de sangue recentemente, essa proporção foi maior, de 40% a 60%, possivelmente elevada em função da grande prevalência do novo Coronavírus.










Um grupo de cientistas suecos que avaliou a imunidade de pessoas à Covid-19 encontrou algumas com células do sistema imune que se “lembravam” do vírus e sabiam atacá-lo. Estranhamente, alguns desses indivíduos não manifestaram sintomas e tiveram resultado negativo em testes sorológicos para a doença.

Descrito em estudo publicado sexta-feira (14) na revista “Cell”, o achado reforça uma noção crescente de que a imunidade de tipo celular — na qual “células assassinas” do sistema imune matam células contaminadas com o vírus — é crucial na resposta do organismo ao Sars-CoV-2 . Nos casos mais extremos, o sistema imune conseguiria derrotar o vírus até mesmo sem produzir anticorpos, proteínas que atacam diretamente os patógenos.

As células em questão, capazes de desencadear uma reação contra o vírus por ação “citotóxica” (tóxica para outras células), são conhecidas como linfócitos T. Cientistas já desconfiavam do papel importante delas, porque o nível de produção de anticorpos em pessoas egressas de infecções por Covid-19 geralmente cai. Pela primeira vez, porém, foram encontradas pessoas cujos linfócitos T tinham “memória” do Sars-CoV-2 (sinal de infecção prévia), mas que não estavam produzindo anticorpos.

Os pesquisadores, liderados por Marcus Buggert, do Instituto Karolinska, de Estocolmo, afirmam que “muitos indivíduos com Covid-19 leve ou assintomática, depois da exposição ou infecção pelo Sars-CoV-2 , geraram respostas duráveis e funcionais de células T de memória, não raro na ausência de resposta detectável de anticorpos”.

Alguns desses indivíduos, contam os pesquisadores, testaram negativo nos exames sorológicos (que detectam anticorpos produzidos contra o vírus), mas tinham sido diagnosticados por exames de RT-PCR (que detecta a presença do vírus em si) meses antes.

Essa é uma boa notícia. “Sugere que a exposição natural ou infecção deve prevenir episódios recorrentes de Covid-19”, dizem os cientistas, ao menos durante alguns meses. Os autores da pesquisa sugerem até mesmo que estudos que buscam saber a prevalência da doença na sociedade usando exames sorológicos podem estar subestimando o espalhamento da Covid-19.

Para fazer a pesquisa, os cientistas do Karolinska recrutaram 206 moradores da Suécia que tinham tido diferentes experiências relacionadas à Covid-19, indo desde assintomáticos, passando por casos leves até os severos.

Como forma de comparação, analisaram também amostras de sangue coletadas de outros voluntários no meio de 2019, que não poderiam ter sido infectadas pela Covid-19. Curiosamente algumas dessas amostras (28%) também tinham linfócitos T que reagiam ao Sars-CoV-2, o que os pesquisadores dizem ser algo esperado. Isso ocorreu provavelmente por causa de infecções prévias por outros tipos de coronavírus, mais inofensivos, que circularam em anos anteriores.

Entre os pacientes sem anticorpos, mas que cederam amostras de sangue recentemente, essa proporção foi maior, de 40% a 60%, possivelmente elevada em função da grande prevalência do novo Coronavírus.










Notícias Relacionadas

Ver tudo