Atingir uma boa pontuação na redação do Enem é essencial para potencializar as chances de entrar em uma boa faculdade. Alcançar os tão sonhados mil pontos, então, pode ser o fator decisivo para o estudante conseguir a aprovação. Mas isso não é nada fácil.
Para se ter uma ideia, na última edição do Enem, apenas 77 candidatos tiraram nota máxima, número que corresponde a 0,001% dos 5,8 milhões de alunos que fizeram a prova.
Para os estudantes que estão em fase pré-vestibular e desejam tirar mil na redação do Enem, a professora Marina Sestito, coordenadora de redação do Stoodi – plataforma de educação a distância com foco em Enem e pré-vestibular – preparou uma lista com as cinco principais técnicas para gabaritar na redação do exame.
Confira:
1) Domine as competências que serão cobradas
O Enem se baseia em cinco esferas de avaliação para a correção das redações. A primeira e a quarta estão relacionadas à linguagem: a primeira diz respeito ao uso dos recursos formais da Língua Portuguesa, enquanto a quarta trata do uso dos recursos coesivos necessários à composição do texto. A segunda e a terceira dizem respeito ao conteúdo e a quinta tem a ver com a solução do problema abordado.
Competência 1 – “Aqui, o aluno precisa buscar clareza de linguagem e domínio da norma culta da língua portuguesa. É preciso respeitar as regras de concordância, de regência, de pontuação e os aspectos ortográficos. No momento em que o corretor for avaliar esse quesito, além de analisar os erros, também é considerada a frequência em que eles acontecem e a gravidade de cada um deles”, comenta Marina.
Competência 2 – “Nesse tópico, será avaliada a composição da redação. É preciso fazer um texto com começo, meio e fim – a famosa sequência ‘introdução, desenvolvimento e conclusão’ -, contemplando todas as esferas do tema solicitado.
Competência 3 – “Nesta competência é avaliada a argumentação do aluno. Ele precisa justificar todas as afirmações que fizer, com dados concretos e informações relevantes. As tarefas exigidas pela redação do ENEM são: relacionar, selecionar, organizar e interpretar. Neste item, portanto, avalia-se a capacidade do candidato de defender um ponto de vista”, explica a professora.
Competência 4 – “Aqui, é avaliada a estruturação do texto: a relação entre os parágrafos, a relação entre os elementos de um mesmo parágrafos e os recursos utilizados para retomar as ideias apresentadas em momentos anteriores do texto. Também é recomendado o uso diversificado de recursos coesivos, sem tantas repetições de um mesmo termo”, completa Marina.
Competência 5 – “Este é, sem dúvida, o aspecto que mais diferencia o texto Enem dos outros modelos de redação. É nessa Competência que será avaliada a capacidade do candidato de apresentar soluções ao problema abordado. Uma boa proposta de intervenção precisa apontar agentes, ações e meios para a efetivação dessas medidas, com detalhamentos de como essas ações podem ser colocadas em prática, tudo sempre relacionado ao tema que está sendo discutido e aos problemas que foram apresentados no decorrer do Desenvolvimento”.
2) Fale somente aquilo que conhece
“É importante que o candidato conheça os elementos trazidos ao texto. Ele precisa buscar informações e referências que dialoguem com a questão discutida. Pode-se utilizar dados da própria prova ou de fatos divulgados pela mídia. Não se pode, de forma alguma, inventar informações e autores”, indica Marina, ressaltando que é importante, também, que os conceitos apresentados tenham implicações lógicas, tragam relações de causa e consequência, para que seja mantida a coesão da redação.
“É preciso encaixar os dados de forma que façam sentido para o texto, para o argumento, relacionamento com a linha de raciocínio”, finaliza.
3) Fique atento para não zerar
Mais de 206 mil candidatos tiraram zero na redação por deixarem em branco ou faltarem no segundo dia, e outros 84 mil, por infringirem regras ou não seguirem os critérios de avaliação.
Segundo Marina, “é comum vermos candidatos zerando a redação por fugirem ao tema, por cópia de texto ou texto insuficiente, e outras questões que merecem maior atenção, pois não é permitido propostas que ferem os direitos humanos, deixar recado para o corretor ou fazer brincadeiras. E isso acontece com certa frequência”, explica.
4) Organize seu pensamento
“Sempre recomendamos que o aluno fique no famoso ‘arroz com feijão’, que faça o básico, sem rebuscar a linguagem, já que isso pode prejudicar muito a clareza do texto, recurso cobrado na competência 1”, orienta a professora lembrando que é importante que o aluno identifique o problema que vai ser discutido. “O tema apresentado será sempre focado em problemas que afetam a sociedade. Se o aluno vive no Brasil e está antenado ao que acontece à sua volta, vai saber discutir a problemática trazida como tema do Enem”, pontua.
5) Otimize seu tempo
A professora recomenda que o aluno leve, no máximo, entre 1h e 1h30 para fazer a redação. “É interessante fazer um rascunho e um roteiro argumentativo antes de organizar as ideias em tópicos, o que facilita o raciocínio e diminui o tempo de escrita”, diz.