Após cumprir todos os protocolos, subir no pódio, receber a medalha, dar entrevista para as emissoras de televisão e passar pela zona mista, Rayssa Leal voltou à Vila Olímpica e teve uma recepção digna de campeã.
Segundo relatos, ela foi aplaudida de pé por uma fila de atletas. Até os que estavam na academia na hora da sua chegada pararam os exercícios para celebrar a conquista. As jogadoras do vôlei, por sua vez, fizeram questão de, uma a uma, dar um abraço na medalhista
Na madrugada desta segunda-feira (26), a brasileira, de apenas 13 anos, conquistou a medalha de prata na modalidade street do skate.
Com o feito, ela se tornou a atleta mais jovem da história do Brasil a subir ao pódio em Olimpíadas. Aos 13 anos e 203 dias, bateu o recorde de Rosângela Santos, bronze em Pequim 2008 com 17 anos no 4x100m do atletismo.
“Fadinha” é, também, a mais jovem brasileira a participar dos Jogos. A marca anterior era de Talita Rodrigues, nadadora que foi finalista no 4x100m livre em 1948, nos Jogos de Londres. Na ocasião, tinha 13 anos e 347 dias.
Rayssa terminou a decisão somando um total de 14.64. O ouro ficou com a japonesa Momiji Nishiya, também de 13 anos, cinco meses mais velha que Rayssa. A também japonesa Funa Nakayama completou o pódio, com 14,49.
“Não caiu a ficha ainda. Poder representar o Brasil e ser uma das mais novas a ganhar uma medalha. Eu estou muito feliz, esse dia vai ser marcado na história. Eu tento ao máximo me divertir porque eu tenho certeza que se divertindo as coisas fluem. Deixa acontecer naturalmente, se divertindo”, afirmou a atleta, que cativou o público brincando, dançando, aplaudindo as manobras das adversárias e se divertindo enquanto competia contra as melhores do mundo na final em Tóquio.
Rayssa também fez piada com a medalha ao dizer: “pesa mais do que eu”. Ela demonstrou surpresa ao descobrir que tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram.
“O que é isso minha gente? Desde que comecei minhas redes sociais eu queria ter um milhão, hoje tenho dois, olha isso!”, festejou.
Ao notar, já no refeitório da Vila Olímpica, que passou a ser seguida pela atriz da Rede Globo Bruna Marquezine, ela deu um grito que assustou os presentes.
A ex-namorada do jogador Neymar, aliás, foi uma das famosas que postaram suas homenagens nas redes sociais. A atriz escreveu: “Eu acredito em fadas, acredito, acredito”, fazendo menção ao apelido “Fadinha”, que a atleta leva desde mais nova.
A jovem skatista acredita que a medalha dará um impulso ao skate feminino e incentivará meninas como ela a não terem medo de praticar a modalidade.
A medalha de Rayssa é a terceira do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Antes dela, Kelvin Hoefler, também do skate, ganhou uma prata, e Daniel Cargnin, do judô, levou o bronze.