O Réveillon e a Sirene da Sapucaí

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“Não entendi o enredo desse samba, 2016”! Amigos sambistas, amantes e artífices da arte maior que é a escola de samba: 2016 acabou! E já vai tarde. Houve ganhos, é claro, porque já dizia Lavoisier que “na natureza, nada se cria, nada se perde: tudo se transforma”. Transformamos agruras em luta, dores em esperança, mortes […]

POR Hélio Rainho30/12/2016|4 min de leitura

O Réveillon e a Sirene da Sapucaí
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“Não entendi o enredo desse samba, 2016”!

Amigos sambistas, amantes e artífices da arte maior que é a escola de samba: 2016 acabou!

E já vai tarde. Houve ganhos, é claro, porque já dizia Lavoisier que “na natureza, nada se cria, nada se perde: tudo se transforma”. Transformamos agruras em luta, dores em esperança, mortes em inspiração de vida, descalabros políticos em reivindicação. Foram muitos os maus momentos. O noticiário nosso de cada dia foi traumático e assustador. O Brasil, em particular, foi atropelado. O
Rio Olímpico da mentira mal apagou as luzes da festinha e sucumbiu num caos miserável que nenhum falso político previu na tarde de sorteio dos Jogos Olímpicos.

No samba, também convivemos com vaidades e arrogâncias dos que embriagam-se com os elogios e indignam-se com a reflexão. Sim, até soubemos superar os “maus desfiles” de 2016. Mas fica muito difícil contabilizar as perdas e danos e não considerar tantos fatos ruins acumulados e em sequência.

Uma constatação, porém: não somos arautos do caos!Precisamos repensar nossos caminhos e identificar não o que se perdeu, mas o que há para se conquistar.

E qual é o poder que todos temos nas mãos? Qual é a magia, a fé, o encanto que temos? Qual é o cálice sagrado, a transubstanciação, a pedra filosofal, o caminho da alquimia para mudarmos tudo em 2017?

O poder do povo do samba está no carnaval! Não na festa da rua, mas na Escola de Samba que irrompe a avenida. Na sirene ensurdecedora que anuncia o abrir do portão, trazendo um “ano novo” para a escola e seus componentes. Ali efetivamente acontece o “réveillon”, cuja tradução mais provável tem origem no verbo francês “réveiller”, que significa “acordar” ou “reanimar” (em sentido figurado).

Para nós, integrantes do corpo cósmico das escolas de samba, o ano não “vira” agora. “Vira” o tal “2016”, esse forasteiro rebelde e inconsequente, ano de um calendário menos vivo em nosso cotidiano. O ano “vira” é quando ergue-se imponente o grito da sirene chamando a escola de samba pra passar. Ali renovamos as nossas esperanças de vitória, pisando o chão da avenida com nossa emoção de defender o pavilhão, nossas lágrimas de comoção e desafio. Ali lembramos que “passou um ano”, que temos nova chance de “renascer”, que ainda estamos na disputa.

O relógio do sambista está lá. No rompimento da fronteira mágica daquele portão. Findo o desfile, a vida só recomeça quando, após mais um ano de barracão e novos sonhos, a sirene toca e o portão abre-se de novo. Então esse será sempre o nosso réveillon de sambista!

No mais, o que nos resta? Celebrar a vida, o sonho, o encanto de carnavalizar a vida, cenografar lugares reais, compor alegorias de paixão, desenhar figurinos imaginários para as cores do nosso dia-a-dia. A batucada da vida está no cotidiano: além do sonho da avenida, dos pavilhões, dos artistas!

Saberemos driblar os infames como driblamos os chatos de crachá pendurado no pescoço que abarrotam as margens da avenida sem terem função nem amor a nada. E deixaremos para trás tudo o que quisermos que vire cinzas, fim de festa, reverso da folia!

A todos os leitores, amigos, sambistas e curiosos…um bom 2017!

Não com aquela esperança enlatada e forçosa de quem cumpre tabela pra fazer pose. Mas com a esperança viva e única da chama que arde em cada um de nós…a magia do sambista…”o perfume da flor”, “o tom da vida”, “uma história de amor, meu amor”…”pra que juízo”?

“Abre a janela…vem ver”!
2017 vem chegando…aguardemos todos…a sirene vai tocar!

“Não entendi o enredo desse samba, 2016”!

Amigos sambistas, amantes e artífices da arte maior que é a escola de samba: 2016 acabou!

E já vai tarde. Houve ganhos, é claro, porque já dizia Lavoisier que “na natureza, nada se cria, nada se perde: tudo se transforma”. Transformamos agruras em luta, dores em esperança, mortes em inspiração de vida, descalabros políticos em reivindicação. Foram muitos os maus momentos. O noticiário nosso de cada dia foi traumático e assustador. O Brasil, em particular, foi atropelado. O
Rio Olímpico da mentira mal apagou as luzes da festinha e sucumbiu num caos miserável que nenhum falso político previu na tarde de sorteio dos Jogos Olímpicos.

No samba, também convivemos com vaidades e arrogâncias dos que embriagam-se com os elogios e indignam-se com a reflexão. Sim, até soubemos superar os “maus desfiles” de 2016. Mas fica muito difícil contabilizar as perdas e danos e não considerar tantos fatos ruins acumulados e em sequência.

Uma constatação, porém: não somos arautos do caos!Precisamos repensar nossos caminhos e identificar não o que se perdeu, mas o que há para se conquistar.

E qual é o poder que todos temos nas mãos? Qual é a magia, a fé, o encanto que temos? Qual é o cálice sagrado, a transubstanciação, a pedra filosofal, o caminho da alquimia para mudarmos tudo em 2017?

O poder do povo do samba está no carnaval! Não na festa da rua, mas na Escola de Samba que irrompe a avenida. Na sirene ensurdecedora que anuncia o abrir do portão, trazendo um “ano novo” para a escola e seus componentes. Ali efetivamente acontece o “réveillon”, cuja tradução mais provável tem origem no verbo francês “réveiller”, que significa “acordar” ou “reanimar” (em sentido figurado).

Para nós, integrantes do corpo cósmico das escolas de samba, o ano não “vira” agora. “Vira” o tal “2016”, esse forasteiro rebelde e inconsequente, ano de um calendário menos vivo em nosso cotidiano. O ano “vira” é quando ergue-se imponente o grito da sirene chamando a escola de samba pra passar. Ali renovamos as nossas esperanças de vitória, pisando o chão da avenida com nossa emoção de defender o pavilhão, nossas lágrimas de comoção e desafio. Ali lembramos que “passou um ano”, que temos nova chance de “renascer”, que ainda estamos na disputa.

O relógio do sambista está lá. No rompimento da fronteira mágica daquele portão. Findo o desfile, a vida só recomeça quando, após mais um ano de barracão e novos sonhos, a sirene toca e o portão abre-se de novo. Então esse será sempre o nosso réveillon de sambista!

No mais, o que nos resta? Celebrar a vida, o sonho, o encanto de carnavalizar a vida, cenografar lugares reais, compor alegorias de paixão, desenhar figurinos imaginários para as cores do nosso dia-a-dia. A batucada da vida está no cotidiano: além do sonho da avenida, dos pavilhões, dos artistas!

Saberemos driblar os infames como driblamos os chatos de crachá pendurado no pescoço que abarrotam as margens da avenida sem terem função nem amor a nada. E deixaremos para trás tudo o que quisermos que vire cinzas, fim de festa, reverso da folia!

A todos os leitores, amigos, sambistas e curiosos…um bom 2017!

Não com aquela esperança enlatada e forçosa de quem cumpre tabela pra fazer pose. Mas com a esperança viva e única da chama que arde em cada um de nós…a magia do sambista…”o perfume da flor”, “o tom da vida”, “uma história de amor, meu amor”…”pra que juízo”?

“Abre a janela…vem ver”!
2017 vem chegando…aguardemos todos…a sirene vai tocar!

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