Estado de alerta. Nesta quarta-feira (1º), a Ucrânia interrompeu o fornecimento de gás russo através de seu território, marcando o fim de um contrato de trânsito que vigorava desde 2019. A decisão provocou reações imediatas em países do leste europeu, como Moldávia e Eslováquia, que agora enfrentam o risco de desabastecimento energético.
A Moldávia declarou estado de emergência por 60 dias em antecipação à crise. O país, que depende majoritariamente do gás russo e enfrenta tensões internas com a região separatista da Transnístria, teme os impactos do corte no meio do inverno. Moradores da capital, Chisinau, expressaram preocupação com a situação, com alguns recorrendo à compra de velas e geradores como precaução diante da incerteza sobre o futuro imediato.
A presidente moldava, Maia Sandu, denunciou as ações russas como chantagem energética e acusou Moscou de tentar influenciar as eleições legislativas de 2025. Apesar de oferecer ajuda humanitária aos habitantes da Transnístria, a região separatista rejeitou a assistência e reafirmou sua lealdade ao Kremlin.
A Eslováquia, por sua vez, sinalizou a possibilidade de tomar represálias contra Kiev devido à interrupção no fornecimento, já que o gás russo era uma das principais fontes de energia da região.
Impacto na Europa
Quase um terço do gás russo consumido na Europa passava pela Ucrânia, e seu corte foi considerado um marco histórico, com o governo ucraniano destacando que a Rússia sofrerá perdas financeiras.
Apesar dos esforços da Europa para reduzir a dependência do gás russo desde 2022, países do leste ainda enfrentam dificuldades em diversificar suas fontes de energia. O gás restante é transportado por gasodutos submarinos ou via navios-tanque. Especialistas alertam que a transição para fontes alternativas será desafiadora e demorada.