Bastidores. O estilista e artista italiano Filippo Sorcinelli, responsável por criar as vestes litúrgicas do papa Francisco durante todo o seu pontificado, ganhou destaque nos últimos dias após conceder uma entrevista na qual refletiu sobre sua trajetória como homem gay e católico praticante. Sorcinelli, que há 25 anos desenha trajes para o Vaticano, assinou desde a roupa da primeira missa de Francisco até a mitra usada em seu velório.

Fundador do Atelier Lavs, o alfaiate também é fotógrafo, perfumista e dono da marca de fragrâncias Unum. Natural de Mondolfo, na Itália, ele começou a trabalhar com arte sacra aos 23 anos e se notabilizou por unir tradição e sofisticação nas peças litúrgicas, respeitando sempre o simbolismo da Igreja.

“Criar arte sacra é transmitir uma mensagem ao mundo. Eu não estaria vivo hoje se não tivesse vivido esses momentos de fé”, disse ele à revista Vogue americana. Apesar de manter um profundo respeito pela Igreja, Sorcinelli revelou o desejo de encerrar sua colaboração com o Vaticano após a morte de Francisco. “Sinto a necessidade de terminar esta experiência”, declarou.

Na entrevista, ele também falou sobre os desafios de ser um homem gay dentro da Igreja Católica. “Sou alguém que anseia por respeito, lutando contra a batalha absurda entre quem eu sou e o que esperam de mim”, desabafou.

Conhecido pelo estilo elegante e por suas criações em preto, Sorcinelli já foi premiado pelo Instituto Pontifício Litúrgico e teve seu trabalho exposto no Museu Diocesano de Milão.