Diz a lenda urbana que Belo Horizonte é a cidade com a maior relação bares por habitante do Brasil. Sem praias para freqüentar, o belorizontino elegeu o buteco como seu lazer preferido, tradição que é mantida nos bairros, no centro e nos points da cidade, o eterno charme da Savassi e seus cafés/leituras, até a modernidade da torre do Alta Vila Center Class, onde funciona o Hard Rock Café, inaugurado recentemente. A mania pelo buteco é tão arraigada entre os mineiros que o tradicional festival etílicogastronômico “Comida de Buteco”, já está em sua 7ª edição, com mais de 300 mil visitantes nos bares credenciados que disputam o prêmio do melhor tira-gosto da cidade.
A capital mineira tem opções para todos os gostos, desde o tradicional como a “Cantina do Lucas”, no Edifício Maleta, no centro, que existe há mais de 40 anos e é o segundo bar tombado no Brasil. Lá, trabalhava o garçom mais velho do país, o Senhor Olímpio Munhoz, que morreu em 2003, aos 84 anos. O lugar atrai intelectuais, artistas, políticos e jornalistas e foi ponto de encontro de ativistas políticos nos anos 60.
Outro bar tradicional, que funciona 24 horas, e vive cheio nas madrugadas é o “Bolão”, em Santa Tereza, região leste, procurado pelo famoso espaguete, reforço necessário depois da balada.
Na Savassi, a danceteria “Máscaras” atrai o público dos “mais de trinta” os apreciadores das músicas das décadas dos anos 60 a 80, e que fica quase em frente à outra casa noturna, A Obra, que recebe outro tipo de público: bandas independentes com músicas que variam entre o black music, indies, alternativos, electro, surf rock, e punk rock.
Em outro extremo, subindo a BR-356, partindo da Savassi, há a sofisticada “naSala Lounge e Disco”, no Ponteio Lar Shopping, freqüentada por público com idade média a partir de 25 anos e considerada uma das melhores casas noturnas da cidade. A decoração foi projetada pelo premiado arquiteto Gustavo Penna. Os sons que embalam as pistas de dança são o house e o black music, executados por DJs badalados. Também sofisticado é o “Empório Santo Antônio”, no alto da avenida Raja Gabaglia, que mistura o rústico e o moderno, e onde não falta o chopp geladíssimo. Próximo, há a região das Seis Pistas, onde se concentram dezenas de bares e boates, preferidos por jovens.
A Pampulha também tem novas opções, a lagoa e a obra de Niemeyer e as curvas da Igreja de São Francisco, que passou por obras de revitalização, recebendo uma linda luz azulada. Na orla da lagoa é possível encontrar bares e restaurantes de variados estilos e os clientes podem contemplar o mais famoso cartão postal de Belo Horizonte.
Já os alternativos elegeram como um dos bares preferidos o “Reciclo Bar” com decoração totalmente feita de produtos reciclados, produzidos na Asmare (Associação dos Catadores de Papel). Apresentações semanais de músicas brasileiras, como samba de raiz, MPB e bossa nova, marcam a programação.
Outros bairros que se destacam pelo lazer noturno são o Santo Antônio, onde se localizam alguns bares tradicionais, e o São Pedro, ao lado da Savassi, todos na zona sul. São dezenas de cafés, restaurantes, pubs, bares com pista para dança e choperias.
Acontecem também nos bares as apresentações de bandas famosas, como a Sgt Peppers, premiada mundialmente várias vezes como uma das melhores bandas covers dos Beatles. A banda faz apresentações nos fins de semana e emociona até às lágrimas os fãs de Paul, George, Ringo e John, com seus arranjos criativos, cheios de nostalgia.
Quem gosta de se afastar mais do urbano, de prédios e concreto, e sentir um clima de natureza, pode pegar a BR-040, em direção a São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, um vilarejo da metade do século XVIII, em Nova Lima, na região metropolitana. As pousadas ficam cheias no final de semana de turistas em busca das matas e cachoeiras da região e também dos restaurantes, que servem desde a tradicional comida mineira e gastronomia internacional. Nos finais de semana é praticamente impossível trafegar de carro nesta vilazinha de uma só rua, tal o número de visitantes que recebe. Um local também muito procurado pela turma apaixonada pelos esportes radicais.
Gastronomia também vem sendo o forte dos bairros Jardim Canadá e Vale do Sol, às margens da BR-040, com a inauguração de restaurantes que vem ganhando fama pela sofisticação e qualidade do atendimento e da comida. Não só são freqüentados pela população de Belo Horizonte como também pelos moradores das dezenas de condomínios que surgem a cada dia na região, a maioria de moradores que afastaram-se um pouco mais da capital mineira em busca de segurança e qualidade de vida.
O certo é que vai ser difícil não encontrar um visitante que acabe pegando o jeito mineiro, e depois de curtir a noite, solte o famoso “é Bom demaais”,