COMPORTAMENTO: “Quando a relação não é estável, o sexo é mais excitante”

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Leia a entrevista com Regina Navarro Lins, que está lançando o livro “O Sexo no Casamento”.

POR Redação SRzd22/07/2006|6 min de leitura

COMPORTAMENTO: “Quando a relação não é estável, o sexo é mais excitante”
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“Sexo indesejado é comum no casamento”, afirma, com a propriedade de quem já ouviu muitos desabafos em consultórios, a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins. Ela e o romancista e dramaturgo Flávio Braga, seu marido há seis anos, lançam, no Rio de Janeiro, no dia primeiro de agosto, o livro “O Sexo no Casamento”, da coleção Amores Comparados.

A coleção alia literatura e crítica para analisar a vida cotidiana. A escolha dos temas apresentados reflete as questões mais inquietantes do relacionamento humano na sociedade atual. Cada volume apresenta duas histórias de ficção, escritas por Flávio Braga. Uma ambientada na atualidade e outra em qualquer época do passado. És narrativas, baseadas em pesquisa histórica e casos de consultório, são acrescidos comentários de Regina Navarro Lins, que faz uma análise dos temas abordados.

Em “O Sexo no Casamento”, Flávio Braga envereda-se pela Idade Média para contar a triste história da jovem Ollena. Na história seguinte, aborda os meandros amorosos de três casais no Rio de Janeiro. Regina, por sua vez, a partir das narrativas de Flávio, faz uma análise sobre o casamento de hoje e ajuda a compreender os relacionamentos amorosos e sexuais atuais.

A carioca Regina Navarro Lins, autora do best-seller “A cama na varanda”, revela que no casamento é comum haver conflito entre a diminuição do desejo sexual e o aumento da ternura e do companheirismo entre os parceiros.

SRZD: De que forma você aborda no livro o comportamento sexual no casamento?

Existem pessoas casadas há 30 anos que têm um ótimo sexo. Mas são exceções. Sexo indesejado é comum no casamento. É muito maior do que se imagina o número de mulheres que fazem sexo sem nenhuma vontade. Há muitas tentativas de postergar a obrigação que elas se impõem para manter o casamento, mas às vezes não tem jeito. Quando o marido se mostra impaciente, o carinho e a amizade que sente por ele, ou o medo de perdê-lo, faz com que a mulher se submeta ao sacrifício. E esse é um assunto que não se conta para ninguém, nem para a melhor amiga Quando a mulher perde o tesão pelo marido, deseja intensamente voltar a senti-lo. Principalmente, se a convivência é prazerosa e o marido possui diversas características que lhe agradam. Entretanto, bom relacionamento conjugal não leva necessariamente a relações conjugais eróticas.

SRZD: O sexo depois do casamento é diferente de antes? De que maneira?

Quando a relação não é estável o sexo é mais excitante. A Organização Mundial de Saúde recomenda exercícios moderados e saudável atividade sexual a doentes do coração. Li há alguns anos uma declaração do médico Ivan Gyarfas, na época diretor da unidade de doenças cardiovasculares da OMS, afirmando que sexo é bom, mas praticado em casa é melhor que na rua. “Tende a ser menos excitante”, dizia ele. No casamento observa-se o conflito entre a diminuição do desejo sexual e o aumento da ternura e companheirismo entre os parceiros. Não é raro encontrarmos casais que, apesar de viverem juntos, têm na ausência total do desejo sexual a tônica da relação. E por mais que se esforcem, não adianta: a atração sexual não pode ser imposta. Assim, numa relação estável, o sexo acaba se tornando um hábito ou um dever. Embora menos freqüente, a ausência do desejo sexual também ocorre no marido em relação à mulher.

SRZD: O que há em comum entre a intimidade conjugal da Idade Média e o sexo praticado no casamento moderno?

Na Idade Média, e até há algum tempo, o sexo era um dever conjugal, que a mulher tinha que cumprir. Não interessava ao marido se havia desejo por parte dela ou não. Ela tinha que estar sempre pronta para satisfazê-lo. O sexo era uma obrigação. Talvez o ponto em comum com os casamentos atuais seja o fato de muitas mulheres, embora por motivos diferentes, também fazerem sexo sem nenhuma vontade.

SRZD: Quem está mais preocupado com a qualidade do sexo, o homem ou a mulher?

A mulher. Numa sociedade patriarcal, como ainda é a nossa, o homem vai para o sexo preocupado em provar que é macho, para cumprir um papel. O medo de perder a ereção faz com que muitos deles tenham pressa e não aproveitem o prazer que o sexo pode proporcionar.

SRZD: Que implicações a correria da vida moderna tem na vida sexual dos casais?

É claro que se a pessoa está estressada o sexo é afetado. Afinal, é o que temos de biológico mais ligado ao emocional. Mas acredito que, em geral, quem gosta mesmo de sexo sempre encontra um tempinho para sentir prazer e proporcionar prazer ao outro.

SRZD: A curta duração dos casamentos atualmente tem a ver com o sexo?

Antigamente, as pessoas não se separavam porque as expectativas em relação ao casamento eram outras. Esperava-se que o marido fosse provedor e respeitador. A esposa deveria ser boa dona-de-casa, cuidar do marido e dos filhos. Sendo assim, estava tudo certo; não havia motivos para se separar. A partir da década de 1940, com a entrada do amor no casamento, as expectativas mudaram. As pessoas se casam esperando obter prazer sexual e realização afetiva. Se uma dessas duas expectativas não se cumpre, separa-se.

SRZD: Que próximo assunto você planeja abordar numa futura publicação?

O livro que estamos lançando agora pertence à coleção Amores Comparados, que eu e Flávio Braga, meu marido, estamos fazendo juntos. Ele é escritor de ficção, então o livro mistura ficção e ensaio. Sempre são duas histórias de ficção, e eu comento cada uma delas. Uma se passa numa época do passado e outra na atualidade. Sempre vai ser assim. No primeiro volume, O Sexo no Casamento, a primeira história se passa na Itália do século XIV, eu comento. Depois vem a história da atualidade, que também comento. O segundo volume, Fidelidade, a primeira história se passa na Roma Antiga; o terceiro, Separação, a primeira é na década de 1950… e assim por diante. Tanto para a ficção como para o ensaio estamos pesquisando muito cada época. No dia 1º de agosto vamos lançar o primeiro volume. Depois vai sair um volume a cada três meses.

O Sexo no Casamento – Vol I
Coleção Amores Comparados
Regina Navarro Lins e Flávio Braga
Editora BestSeller
168 páginas
Preço: R$ 19,90

“Sexo indesejado é comum no casamento”, afirma, com a propriedade de quem já ouviu muitos desabafos em consultórios, a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins. Ela e o romancista e dramaturgo Flávio Braga, seu marido há seis anos, lançam, no Rio de Janeiro, no dia primeiro de agosto, o livro “O Sexo no Casamento”, da coleção Amores Comparados.

A coleção alia literatura e crítica para analisar a vida cotidiana. A escolha dos temas apresentados reflete as questões mais inquietantes do relacionamento humano na sociedade atual. Cada volume apresenta duas histórias de ficção, escritas por Flávio Braga. Uma ambientada na atualidade e outra em qualquer época do passado. És narrativas, baseadas em pesquisa histórica e casos de consultório, são acrescidos comentários de Regina Navarro Lins, que faz uma análise dos temas abordados.

Em “O Sexo no Casamento”, Flávio Braga envereda-se pela Idade Média para contar a triste história da jovem Ollena. Na história seguinte, aborda os meandros amorosos de três casais no Rio de Janeiro. Regina, por sua vez, a partir das narrativas de Flávio, faz uma análise sobre o casamento de hoje e ajuda a compreender os relacionamentos amorosos e sexuais atuais.

A carioca Regina Navarro Lins, autora do best-seller “A cama na varanda”, revela que no casamento é comum haver conflito entre a diminuição do desejo sexual e o aumento da ternura e do companheirismo entre os parceiros.

SRZD: De que forma você aborda no livro o comportamento sexual no casamento?

Existem pessoas casadas há 30 anos que têm um ótimo sexo. Mas são exceções. Sexo indesejado é comum no casamento. É muito maior do que se imagina o número de mulheres que fazem sexo sem nenhuma vontade. Há muitas tentativas de postergar a obrigação que elas se impõem para manter o casamento, mas às vezes não tem jeito. Quando o marido se mostra impaciente, o carinho e a amizade que sente por ele, ou o medo de perdê-lo, faz com que a mulher se submeta ao sacrifício. E esse é um assunto que não se conta para ninguém, nem para a melhor amiga Quando a mulher perde o tesão pelo marido, deseja intensamente voltar a senti-lo. Principalmente, se a convivência é prazerosa e o marido possui diversas características que lhe agradam. Entretanto, bom relacionamento conjugal não leva necessariamente a relações conjugais eróticas.

SRZD: O sexo depois do casamento é diferente de antes? De que maneira?

Quando a relação não é estável o sexo é mais excitante. A Organização Mundial de Saúde recomenda exercícios moderados e saudável atividade sexual a doentes do coração. Li há alguns anos uma declaração do médico Ivan Gyarfas, na época diretor da unidade de doenças cardiovasculares da OMS, afirmando que sexo é bom, mas praticado em casa é melhor que na rua. “Tende a ser menos excitante”, dizia ele. No casamento observa-se o conflito entre a diminuição do desejo sexual e o aumento da ternura e companheirismo entre os parceiros. Não é raro encontrarmos casais que, apesar de viverem juntos, têm na ausência total do desejo sexual a tônica da relação. E por mais que se esforcem, não adianta: a atração sexual não pode ser imposta. Assim, numa relação estável, o sexo acaba se tornando um hábito ou um dever. Embora menos freqüente, a ausência do desejo sexual também ocorre no marido em relação à mulher.

SRZD: O que há em comum entre a intimidade conjugal da Idade Média e o sexo praticado no casamento moderno?

Na Idade Média, e até há algum tempo, o sexo era um dever conjugal, que a mulher tinha que cumprir. Não interessava ao marido se havia desejo por parte dela ou não. Ela tinha que estar sempre pronta para satisfazê-lo. O sexo era uma obrigação. Talvez o ponto em comum com os casamentos atuais seja o fato de muitas mulheres, embora por motivos diferentes, também fazerem sexo sem nenhuma vontade.

SRZD: Quem está mais preocupado com a qualidade do sexo, o homem ou a mulher?

A mulher. Numa sociedade patriarcal, como ainda é a nossa, o homem vai para o sexo preocupado em provar que é macho, para cumprir um papel. O medo de perder a ereção faz com que muitos deles tenham pressa e não aproveitem o prazer que o sexo pode proporcionar.

SRZD: Que implicações a correria da vida moderna tem na vida sexual dos casais?

É claro que se a pessoa está estressada o sexo é afetado. Afinal, é o que temos de biológico mais ligado ao emocional. Mas acredito que, em geral, quem gosta mesmo de sexo sempre encontra um tempinho para sentir prazer e proporcionar prazer ao outro.

SRZD: A curta duração dos casamentos atualmente tem a ver com o sexo?

Antigamente, as pessoas não se separavam porque as expectativas em relação ao casamento eram outras. Esperava-se que o marido fosse provedor e respeitador. A esposa deveria ser boa dona-de-casa, cuidar do marido e dos filhos. Sendo assim, estava tudo certo; não havia motivos para se separar. A partir da década de 1940, com a entrada do amor no casamento, as expectativas mudaram. As pessoas se casam esperando obter prazer sexual e realização afetiva. Se uma dessas duas expectativas não se cumpre, separa-se.

SRZD: Que próximo assunto você planeja abordar numa futura publicação?

O livro que estamos lançando agora pertence à coleção Amores Comparados, que eu e Flávio Braga, meu marido, estamos fazendo juntos. Ele é escritor de ficção, então o livro mistura ficção e ensaio. Sempre são duas histórias de ficção, e eu comento cada uma delas. Uma se passa numa época do passado e outra na atualidade. Sempre vai ser assim. No primeiro volume, O Sexo no Casamento, a primeira história se passa na Itália do século XIV, eu comento. Depois vem a história da atualidade, que também comento. O segundo volume, Fidelidade, a primeira história se passa na Roma Antiga; o terceiro, Separação, a primeira é na década de 1950… e assim por diante. Tanto para a ficção como para o ensaio estamos pesquisando muito cada época. No dia 1º de agosto vamos lançar o primeiro volume. Depois vai sair um volume a cada três meses.

O Sexo no Casamento – Vol I
Coleção Amores Comparados
Regina Navarro Lins e Flávio Braga
Editora BestSeller
168 páginas
Preço: R$ 19,90

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