CONSUMO: Nem sempre vale tudo para ser bonito e cheiroso

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

Secreções de animais, urina, insetos prensados ou cozidos vivos são alguns dos ingredientes usados na indústria de cosméticos, higiene e produtos de beleza.

POR Redação SRzd 6/6/2006| 3 min de leitura

Placeholder Image

Secreções de animais, urina, insetos prensados ou cozidos vivos são alguns dos ingredientes usados na indústria de cosméticos, higiene e produtos de beleza.

| Siga-nos Google News

A química Maria de Lourdes Feitosa cheira carro por carro que sai da montadora da Volkswagem em São Bernardo do Campo (SP): seu nariz analisa se o aroma de cola de assoalho, borracha, solventes e plásticos se combinam harmoniosamente para formar o famoso ‘cheiro de carro novoâ?. O francês Yves de Chiris comanda equipes que pesquisam, maceram, cheiram, combinam e criam para famosas grifes seus perfumes mais caros. Combinar ingredientes e tirar da mistura perfumes não é um trabalho fácil. Algumas fragrâncias chegam a ter mais de 300 matérias-primas em sua composição. A questão é: quais são elas?

Aquele inocente vidro de perfume pode conter coisas que nem a mais insana das mentes imaginaria. Por exemplo: um dos mais conhecidos fixadores de aromas é o almíscar, que não é uma planta exótica das estepes russas, mas a secreção seca obtida dolorosamente dos órgãos genitais de animais como cervo almiscareiro, castor, rato silvestre e outros. A substância também é conhecida pelo nome fashion de musk oil. Hoje, por causa dos inúmeros protestos e boicotes contra produtos que usam esse ingrediente de origem animal, ele vem sendo substituído por similar sintético.

Outro fixador usado na perfumaria é o âmbar (outro nome exótico que nos remete a cenários como o misterioso Oriente), uma substância que o cachalote produz dentro do seu intestino para protegê-lo de espinhos de alguns animais que come. Depois que ele a expele, o âmbar tem que ficar um tempo ‘em repousoâ? para que adquira o odor característico ‘ terroso, como se diz. Fresco, ele tem cheiro de fezes. Como baleias em geral estão em extinção, o âmbar é raro e caro ‘ e usado apenas na chamada perfumaria de luxo.

Os ácidos que encontramos em cosméticos são um capítulo à parte. O ácido caprílico é retirado do leite de cabra; os genéricos ‘ácidos graxos naturaisâ? são, na verdade, sebo bovino; o ácido esteárico pode vir da gordura de vacas e ovelhas ‘ em alguns países, é extraído de cães e gatos sacrificados. Genericamente, porém, é obtido pela destilação de uma substância gordurosa encontrada no estômago dos porcos. Álcoois também têm procedências estranhas: o álcool cetílico natural, por exemplo, vem do esperma de baleia e golfinhos.

Se você acha crueldade cozinhar siris vivos, pode não saber o que se faz para conseguir o famoso aminoácido da seda do seu xampu preferido: o casulo é fervido com a larva dentro, e o bicho se contorce lá dentro até ser cozido. A cochonilha ou carmim, um pigmento vermelho que aparece em xampus e blushs, é obtido espremendo-se a fêmea do inseto cochonilha ‘ são precisos cerca de 70 mil animais para se conseguir meio quilo de corante.

Outros dois ingredientes comuns nos cosméticos e produtos de higiene são a lanolina, uma emulsão que nada mais é do que a gordura da lã de ovelhas, e que se consegue quase que ‘coandoâ? a água do banho do animal; e a uréia (cujo derivado é o ácido úrico) é obtida destilando-se… urina.

Muitos desses ingredientes hoje já foram substituídos por similares sintetizados. Mas não todos. Algumas empresas baniram o componente animal dos seus produtos, como Lush, Weleda e Phebo: fabricam hoje os chamados Produtos Vegan (seus ingredientes naturais são de origem vegetal). Se você não quer comprar nada cujo aroma permaneça no corpo à base de secreção de testículos, habitue-se a ler sempre o rótulo.

Para saber quais as empresas que fabricam produtos vegan, acesse Guia Vegano.

A química Maria de Lourdes Feitosa cheira carro por carro que sai da montadora da Volkswagem em São Bernardo do Campo (SP): seu nariz analisa se o aroma de cola de assoalho, borracha, solventes e plásticos se combinam harmoniosamente para formar o famoso ‘cheiro de carro novoâ?. O francês Yves de Chiris comanda equipes que pesquisam, maceram, cheiram, combinam e criam para famosas grifes seus perfumes mais caros. Combinar ingredientes e tirar da mistura perfumes não é um trabalho fácil. Algumas fragrâncias chegam a ter mais de 300 matérias-primas em sua composição. A questão é: quais são elas?

Aquele inocente vidro de perfume pode conter coisas que nem a mais insana das mentes imaginaria. Por exemplo: um dos mais conhecidos fixadores de aromas é o almíscar, que não é uma planta exótica das estepes russas, mas a secreção seca obtida dolorosamente dos órgãos genitais de animais como cervo almiscareiro, castor, rato silvestre e outros. A substância também é conhecida pelo nome fashion de musk oil. Hoje, por causa dos inúmeros protestos e boicotes contra produtos que usam esse ingrediente de origem animal, ele vem sendo substituído por similar sintético.

Outro fixador usado na perfumaria é o âmbar (outro nome exótico que nos remete a cenários como o misterioso Oriente), uma substância que o cachalote produz dentro do seu intestino para protegê-lo de espinhos de alguns animais que come. Depois que ele a expele, o âmbar tem que ficar um tempo ‘em repousoâ? para que adquira o odor característico ‘ terroso, como se diz. Fresco, ele tem cheiro de fezes. Como baleias em geral estão em extinção, o âmbar é raro e caro ‘ e usado apenas na chamada perfumaria de luxo.

Os ácidos que encontramos em cosméticos são um capítulo à parte. O ácido caprílico é retirado do leite de cabra; os genéricos ‘ácidos graxos naturaisâ? são, na verdade, sebo bovino; o ácido esteárico pode vir da gordura de vacas e ovelhas ‘ em alguns países, é extraído de cães e gatos sacrificados. Genericamente, porém, é obtido pela destilação de uma substância gordurosa encontrada no estômago dos porcos. Álcoois também têm procedências estranhas: o álcool cetílico natural, por exemplo, vem do esperma de baleia e golfinhos.

Se você acha crueldade cozinhar siris vivos, pode não saber o que se faz para conseguir o famoso aminoácido da seda do seu xampu preferido: o casulo é fervido com a larva dentro, e o bicho se contorce lá dentro até ser cozido. A cochonilha ou carmim, um pigmento vermelho que aparece em xampus e blushs, é obtido espremendo-se a fêmea do inseto cochonilha ‘ são precisos cerca de 70 mil animais para se conseguir meio quilo de corante.

Outros dois ingredientes comuns nos cosméticos e produtos de higiene são a lanolina, uma emulsão que nada mais é do que a gordura da lã de ovelhas, e que se consegue quase que ‘coandoâ? a água do banho do animal; e a uréia (cujo derivado é o ácido úrico) é obtida destilando-se… urina.

Muitos desses ingredientes hoje já foram substituídos por similares sintetizados. Mas não todos. Algumas empresas baniram o componente animal dos seus produtos, como Lush, Weleda e Phebo: fabricam hoje os chamados Produtos Vegan (seus ingredientes naturais são de origem vegetal). Se você não quer comprar nada cujo aroma permaneça no corpo à base de secreção de testículos, habitue-se a ler sempre o rótulo.

Para saber quais as empresas que fabricam produtos vegan, acesse Guia Vegano.

Notícias Relacionadas

Ver tudo