ELEIÇÕES 2006: Carlos Lupi defende a criação de um Conselho de Segurança Pública

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O candidato do PDT quer um Estado organizado para exigir uma polícia mais eficiente.

POR Redação SRzd17/07/2006|5 min de leitura

ELEIÇÕES 2006: Carlos Lupi defende a criação de um Conselho de Segurança Pública
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O candidato do PDT, Carlos Lupi, era jornaleiro quando Leonel Brizola voltou do exílio e entrou na sua banca de revistas. Foi uma empatia fulminante entre dois homens que desde a infância escolheram a política como paixão.

Tornaram-se amigos, e Brizola o transformou numa espécie de fiel escudeiro, confidente e articulador. Todas as vezes que Lupi postulou algum cargo público, sempre teve o aval do ex-governador do Rio Grande do Sul. Até hoje, Lupi fala com saudades daquele que os adversários costumavam chamar de “o caudilho populista”.

Para muitos, a atual falência do estado no combate ao crime teria raízes na primeira administração do governador do Rio Leonel Brizola, ao não permitir a entrada da polícia nas favelas.

Os pedetistas rechaçam essa versão argumentando que o que se pretendia era impedir a truculência dos policiais contra pessoas inocentes.

Nesta entrevista a Sidney Rezende, Carlos Lupi diz o que pensa sobre segurança pública.

SRZD – Quais são as três primeiras medidas que o Senhor tomaria, se fosse governador, para diminuir os índices de criminalidade do Rio de Janeiro ?

Primeiro uma integração da Inteligência da polícia. Ou seja, buscar o apoio da Polícia Federal, que é um órgão de ponta, com equipamentos de informações muitos preciosos, para ajudar a Polícia Civil no Rio na prevenção, investigação e principalmente na localização e no isolamento dos grupos de bandidagens que tomam conta hoje do tráfico organizado. Ao lado disso, vamos fazer que os preceitos constitucionais sejam cumpridos pelas Forças Armadas.

Isso significa que a Aeronáutica ajude a fiscalizar os aeroportos do Estado, a Marinha tome conta da nossa Baía de Guanabara, da entrada de embarcações, e o Exército nos ajude no controle de nossas divisas, para que se evite a entrada de drogas e armas. É de conhecimento público que o Rio de Janeiro não produz, não refina e não tem espaço para plantações de maconha.

Temos que profissionalizar e organizar mais a polícia. Temos falado muito em crime organizado, mais o Estado não está se organizando para enfrentar este tipo de crime. Precisamos de uma polícia informatizada.

Vamos criar o Conselho Executivo de Segurança Pública, onde farão parte dele a sociedade, a polícia, as Forças Armadas e a sociedade civil organizada. Que possa acompanhar a eficiência da polícia e que tenha a autonomia para que execute a política de segurança e para trocar qualquer comando de polícia civil ou militar que não esteja correspondendo com aquilo que o Estado necessita.

SRZD – O que esta errado na atual política?

A conivência, tanto da PM como de alguns comandos importantes da polícia com o crime organizado.

Todos vêem um carro da polícia na entrada da comunidade, que deveria estar ali para proteger seus moradores, mas na verdade é apenas um teatro.

Todos sabem que a droga entra, sai, é comercializada e a polícia finge que trabalha e a bandidagem finge que eles estão ali. Eu acho que a hipocrisia entre a polícia e o crime organizado é o principal problema que enfrentamos hoje. Isso envolve muito dinheiro. Enquanto não entendermos que essa questão de drogas é o terceiro ou quarto negócio financeiro do mundo, se não tivermos a consciência disso não saberemos como enfrentar este mal. Vamos combater efetivamente a corrupção nas corporações. E o exemplo tem que vir de cima. No meu governo não vai ser igual o que aconteceu em Brasília, não. Eu vou querer saber de tudo. Onde aparecer irregularidades, não vamos varrer para debaixo do tapete não. Vou botar na rua.

O Ministério Público será fundamental na apuração de tudo.

A Corregedoria das polícias será levada a cabo pelo Ministério Público, para ter independência e para punir os maus policiais. Vamos também valorizar o trabalho do bom policial. Melhorar seu salário, dar um seguro de vida condizente com sua família. Dar condições para que os policiais se sintam os homens da lei, os cumpridores da lei.

SRZD – O sistema prisional do Rio de Janeiro precisa sofrer intervenções? De que tipo?

Talvez o maior problema hoje no estado seja a situação carcerária.

Tem que haver três atitudes imediatas: os crimes hediondos serão encaminhados ao presídio federal ‘ esses de segurança máxima. Temos que voltar a construir no Estado os presídios agro-industriais: botar o presidiário para produzir, para trabalhar, merecer o seu sustento. Hoje um presidiário custa ao Estado quatro vezes mais do que custa um aluno numa escola de tempo integral, os Cieps. O ócio só alimenta a criminalidade. Os presídios hoje no Rio de Janeiro são verdadeiras faculdades do que não se pode fazer. E a saída é fazer esses detentos produzirem.

SRZD – Bairros como Tijuca, Ilha do Governador, Ramos e Rocha, na capital, e municípios da Baixada Fluminense reclamam de insegurança. O que fazer para enfrentar este problema nestes lugares?

Essas áreas, por serem mais distantes, acabam sofrendo mais. Na Zona Sul, qualquer tipo de crime que aconteça vira primeira página de jornal. Nessas regiões, não. É mais difícil ter cobertura de imprensa e o Estado acaba de omitindo. Temos que descentralizar a Segurança Pública. Aumentar o contingente policial nas áreas onde o número de criminalidade esteja acima do normal.

O candidato do PDT, Carlos Lupi, era jornaleiro quando Leonel Brizola voltou do exílio e entrou na sua banca de revistas. Foi uma empatia fulminante entre dois homens que desde a infância escolheram a política como paixão.

Tornaram-se amigos, e Brizola o transformou numa espécie de fiel escudeiro, confidente e articulador. Todas as vezes que Lupi postulou algum cargo público, sempre teve o aval do ex-governador do Rio Grande do Sul. Até hoje, Lupi fala com saudades daquele que os adversários costumavam chamar de “o caudilho populista”.

Para muitos, a atual falência do estado no combate ao crime teria raízes na primeira administração do governador do Rio Leonel Brizola, ao não permitir a entrada da polícia nas favelas.

Os pedetistas rechaçam essa versão argumentando que o que se pretendia era impedir a truculência dos policiais contra pessoas inocentes.

Nesta entrevista a Sidney Rezende, Carlos Lupi diz o que pensa sobre segurança pública.

SRZD – Quais são as três primeiras medidas que o Senhor tomaria, se fosse governador, para diminuir os índices de criminalidade do Rio de Janeiro ?

Primeiro uma integração da Inteligência da polícia. Ou seja, buscar o apoio da Polícia Federal, que é um órgão de ponta, com equipamentos de informações muitos preciosos, para ajudar a Polícia Civil no Rio na prevenção, investigação e principalmente na localização e no isolamento dos grupos de bandidagens que tomam conta hoje do tráfico organizado. Ao lado disso, vamos fazer que os preceitos constitucionais sejam cumpridos pelas Forças Armadas.

Isso significa que a Aeronáutica ajude a fiscalizar os aeroportos do Estado, a Marinha tome conta da nossa Baía de Guanabara, da entrada de embarcações, e o Exército nos ajude no controle de nossas divisas, para que se evite a entrada de drogas e armas. É de conhecimento público que o Rio de Janeiro não produz, não refina e não tem espaço para plantações de maconha.

Temos que profissionalizar e organizar mais a polícia. Temos falado muito em crime organizado, mais o Estado não está se organizando para enfrentar este tipo de crime. Precisamos de uma polícia informatizada.

Vamos criar o Conselho Executivo de Segurança Pública, onde farão parte dele a sociedade, a polícia, as Forças Armadas e a sociedade civil organizada. Que possa acompanhar a eficiência da polícia e que tenha a autonomia para que execute a política de segurança e para trocar qualquer comando de polícia civil ou militar que não esteja correspondendo com aquilo que o Estado necessita.

SRZD – O que esta errado na atual política?

A conivência, tanto da PM como de alguns comandos importantes da polícia com o crime organizado.

Todos vêem um carro da polícia na entrada da comunidade, que deveria estar ali para proteger seus moradores, mas na verdade é apenas um teatro.

Todos sabem que a droga entra, sai, é comercializada e a polícia finge que trabalha e a bandidagem finge que eles estão ali. Eu acho que a hipocrisia entre a polícia e o crime organizado é o principal problema que enfrentamos hoje. Isso envolve muito dinheiro. Enquanto não entendermos que essa questão de drogas é o terceiro ou quarto negócio financeiro do mundo, se não tivermos a consciência disso não saberemos como enfrentar este mal. Vamos combater efetivamente a corrupção nas corporações. E o exemplo tem que vir de cima. No meu governo não vai ser igual o que aconteceu em Brasília, não. Eu vou querer saber de tudo. Onde aparecer irregularidades, não vamos varrer para debaixo do tapete não. Vou botar na rua.

O Ministério Público será fundamental na apuração de tudo.

A Corregedoria das polícias será levada a cabo pelo Ministério Público, para ter independência e para punir os maus policiais. Vamos também valorizar o trabalho do bom policial. Melhorar seu salário, dar um seguro de vida condizente com sua família. Dar condições para que os policiais se sintam os homens da lei, os cumpridores da lei.

SRZD – O sistema prisional do Rio de Janeiro precisa sofrer intervenções? De que tipo?

Talvez o maior problema hoje no estado seja a situação carcerária.

Tem que haver três atitudes imediatas: os crimes hediondos serão encaminhados ao presídio federal ‘ esses de segurança máxima. Temos que voltar a construir no Estado os presídios agro-industriais: botar o presidiário para produzir, para trabalhar, merecer o seu sustento. Hoje um presidiário custa ao Estado quatro vezes mais do que custa um aluno numa escola de tempo integral, os Cieps. O ócio só alimenta a criminalidade. Os presídios hoje no Rio de Janeiro são verdadeiras faculdades do que não se pode fazer. E a saída é fazer esses detentos produzirem.

SRZD – Bairros como Tijuca, Ilha do Governador, Ramos e Rocha, na capital, e municípios da Baixada Fluminense reclamam de insegurança. O que fazer para enfrentar este problema nestes lugares?

Essas áreas, por serem mais distantes, acabam sofrendo mais. Na Zona Sul, qualquer tipo de crime que aconteça vira primeira página de jornal. Nessas regiões, não. É mais difícil ter cobertura de imprensa e o Estado acaba de omitindo. Temos que descentralizar a Segurança Pública. Aumentar o contingente policial nas áreas onde o número de criminalidade esteja acima do normal.

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