ELEIÇÕES 2006: O candidato do PSOL diz o que pensa sobre a segurança pública

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O jornalista Milton Temer sempre foi veemente. O político Milton Temer, muito mais. Em entrevista a Sidney Rezende, ele reafirma o seu estilo.

POR Redação SRzd16/07/2006|3 min de leitura

ELEIÇÕES 2006: O candidato do PSOL diz o que pensa sobre a segurança pública
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O jornalista Milton Temer sempre foi veemente. Seus colegas de redação de “O Globo” confirmam. O político Milton Temer, muito mais. Vamos aguardar para saber como ele irá se comportar nesta campanha, agora como candidato do PSOL ao Governo do Rio. Em entrevista a Sidney Rezende, Temer reafirma o seu estilo.

SRZD – Quais são as três primeiras medidas que o senhor tomaria, se fosse governador, para diminuir os índices de criminalidade do Rio de Janeiro?

1- Reforço de corregedoria para, de pronto, liquidar a epidemia da corrupção no aparelho policial – polícias Militar e Civil;

2- Diferenciar tratamento do crime organizado daquilo que, de fato, é produto da barbárie desorganizada (e que o senso comum trata como se fosse o primeiro ponto). Para o primeiro, repressão sem trégua, fundada em inteligência e informação. Para a segunda, separar o joio do trigo, isolando da coletividade das comunidades os focos de tráfico e da ponta-varejo do crime organizado. Isto não pode ser feito com prioridade na “ocupação militar de territórios”, nem com a invasão das comunidades por meio de operações com o tenebroso “caveirão”. Pelo contrário, trata-se de operar, sim, o espaço comunitário, mas com o Estado desarmado, que presta serviços e implementa política progressistas nas áreas da educação, saúde e infra-estrutura públicas. Transformando os “caveirões” em veículos portadores de serviços – vacinação, CTIs móveis, fornecedor de documentos – pintando-os de branco, e substituindo os robocops por servidores em avental;

3- Garantir uma política econômica regional voltada para a criação de emprego e a distribuição de renda, revendo a política prisional que mantém pequenos delinqüentes em academias de barbárie e humilhação, obrigados a se entregar a facções criminosas internadas, como meio de sobrevivência.

SRZD – O que está errado na atual política?

Não realizar nenhum desses pontos, e se pautar pela autoritária e ineficaz “tolerância zero”. Permitir que a cúpula da Polícia se mantivesse durante quase todo o mandato Garotinha envolvida com a criminalidade, quando não a organizando;

SRZD – O sistema prisional do Rio de Janeiro precisa sofrer intervenções? De que tipo?

Evidentemente que sim. A superpopulação penitenciária é produto de uma política repressiva discriminatória contra as populações carentes, mantendo presos – até bem após o término de suas penas – de penas leves se submetendo a criminosos perigosos e organizados em facções dentro dos presídios.

SRZD – Bairros como Tijuca, Ilha do Governador, Ramos e Rocha, na capital; e municípios da Baixada Fluminense reclamam de insegurança. O que fazer para enfrentar este problema nestes lugares?

O combate ao crime organizado ou à barbárie desorganizada não tem um centro geográfico para ser combatido. Ele tem que ser visto como uma política de alteração estrutural das condições sociais desiguais em que são mantidas parcelas significativas de sociedade, e tratada como um todo.

O jornalista Milton Temer sempre foi veemente. Seus colegas de redação de “O Globo” confirmam. O político Milton Temer, muito mais. Vamos aguardar para saber como ele irá se comportar nesta campanha, agora como candidato do PSOL ao Governo do Rio. Em entrevista a Sidney Rezende, Temer reafirma o seu estilo.

SRZD – Quais são as três primeiras medidas que o senhor tomaria, se fosse governador, para diminuir os índices de criminalidade do Rio de Janeiro?

1- Reforço de corregedoria para, de pronto, liquidar a epidemia da corrupção no aparelho policial – polícias Militar e Civil;

2- Diferenciar tratamento do crime organizado daquilo que, de fato, é produto da barbárie desorganizada (e que o senso comum trata como se fosse o primeiro ponto). Para o primeiro, repressão sem trégua, fundada em inteligência e informação. Para a segunda, separar o joio do trigo, isolando da coletividade das comunidades os focos de tráfico e da ponta-varejo do crime organizado. Isto não pode ser feito com prioridade na “ocupação militar de territórios”, nem com a invasão das comunidades por meio de operações com o tenebroso “caveirão”. Pelo contrário, trata-se de operar, sim, o espaço comunitário, mas com o Estado desarmado, que presta serviços e implementa política progressistas nas áreas da educação, saúde e infra-estrutura públicas. Transformando os “caveirões” em veículos portadores de serviços – vacinação, CTIs móveis, fornecedor de documentos – pintando-os de branco, e substituindo os robocops por servidores em avental;

3- Garantir uma política econômica regional voltada para a criação de emprego e a distribuição de renda, revendo a política prisional que mantém pequenos delinqüentes em academias de barbárie e humilhação, obrigados a se entregar a facções criminosas internadas, como meio de sobrevivência.

SRZD – O que está errado na atual política?

Não realizar nenhum desses pontos, e se pautar pela autoritária e ineficaz “tolerância zero”. Permitir que a cúpula da Polícia se mantivesse durante quase todo o mandato Garotinha envolvida com a criminalidade, quando não a organizando;

SRZD – O sistema prisional do Rio de Janeiro precisa sofrer intervenções? De que tipo?

Evidentemente que sim. A superpopulação penitenciária é produto de uma política repressiva discriminatória contra as populações carentes, mantendo presos – até bem após o término de suas penas – de penas leves se submetendo a criminosos perigosos e organizados em facções dentro dos presídios.

SRZD – Bairros como Tijuca, Ilha do Governador, Ramos e Rocha, na capital; e municípios da Baixada Fluminense reclamam de insegurança. O que fazer para enfrentar este problema nestes lugares?

O combate ao crime organizado ou à barbárie desorganizada não tem um centro geográfico para ser combatido. Ele tem que ser visto como uma política de alteração estrutural das condições sociais desiguais em que são mantidas parcelas significativas de sociedade, e tratada como um todo.

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