INTERNACIONAL: A morte não vem apenas dos bombardeios

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Burocracia num posto da fronteira em Gaza condena 200 crianças de um hospital para doenças do coração.

POR Redação SRzd01/08/2006|3 min de leitura

INTERNACIONAL: A morte não vem apenas dos bombardeios
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A incursão militar israelense, que está deixando uma extensa lista de mortos e feridos, é apenas a ponta do iceberg do drama que hoje se vive em Gaza. O férreo bloqueio de Israel, que apenas permite o ingresso de produtos e a saída de pessoas, somado à falta de eletricidade, água, combustíveis, alimentos e remédios, afeta de maneira trágica a vida de um milhão e meio de pessoas na Faixa de Gaza, causando mais mortes do que a provocada pelos obuses dos tanques e dos mísseis dos helicópteros Apache e dos caças F-16.

No Hospital Mohamed al-Dura, especializado em atendimento de crianças com problemas cardíacos, a situação dos que precisam ser operados urgentemente é crítica. Segundo o diretor do hospital, Sami Abu Haifa, é uma questão de vida ou morte.

“Em Gaza nascem a cada ano cerca de 400 crianças com disfunções do coração. A metade precisa passar por cirurgias, que são realizadas no exterior. O Ministério da Saúde palestino cobre os gastos com as operações. Este ano, dos 200 que viajariam para se operarem, somente quatro puderam ir. Não temos problemas com os médicos israelenses; ao contrário: eles verificam os diagnósticos e nos dão o ok para que as crianças viajem. Depois de tudo, pagamos cerca de US$ 7 mil por cada operação. O problema está em Erez, o único posto de fronteira por que se pode entrar e sair de Gaza nesses momentos ‘ e ali não estão deixando as crianças passarem.”

Segundo o médico, a justificativa é um militar “Questões de segurança”:

“Mas que ameaça pode trazer para Israel uma criança de seis meses doente do coração? Além disso, os médicos israelenses passam as informações sobre a situação médica da criança aos oficiais de Erez um mês antes da viagem ‘ é tempo suficiente para que seja comprovado que os papéis da criança estão em ordem”.

Khalid Aviv tem dois anos e precisa ser operado urgentemente, pois tem uma obstrução na aorta.

‘Estivemos quase todo dia em Erez, doze horas sentados do lado palestino esperando que nos dessem uma resposta. No fim, não nos deixaram passar. Sem nada, sem uma explicação qualquer. Chamavam-nos e nos diziam “Daqui a meia hora, daqui a meia hora”. Quando telefonei pela última vez, nos disseram que o oficial responsável tinha ido para casa porque seu horário tinha terminado”, conta o pai do menino, Raed Aviv.

“Agora, o hospital israelense marcou a cirurgia para o dia 22 de setembro. Se em Erez não nos deixarem passar de novo, é certo que nosso filho vai morrer. De uma maneira ou de outra, querem nos fazer sofrer, castigar todos os palestinos. É essa a estratégia. Pois bem, não perdemos a esperança.”

* Do blog Viaje a la guerra.

A incursão militar israelense, que está deixando uma extensa lista de mortos e feridos, é apenas a ponta do iceberg do drama que hoje se vive em Gaza. O férreo bloqueio de Israel, que apenas permite o ingresso de produtos e a saída de pessoas, somado à falta de eletricidade, água, combustíveis, alimentos e remédios, afeta de maneira trágica a vida de um milhão e meio de pessoas na Faixa de Gaza, causando mais mortes do que a provocada pelos obuses dos tanques e dos mísseis dos helicópteros Apache e dos caças F-16.

No Hospital Mohamed al-Dura, especializado em atendimento de crianças com problemas cardíacos, a situação dos que precisam ser operados urgentemente é crítica. Segundo o diretor do hospital, Sami Abu Haifa, é uma questão de vida ou morte.

“Em Gaza nascem a cada ano cerca de 400 crianças com disfunções do coração. A metade precisa passar por cirurgias, que são realizadas no exterior. O Ministério da Saúde palestino cobre os gastos com as operações. Este ano, dos 200 que viajariam para se operarem, somente quatro puderam ir. Não temos problemas com os médicos israelenses; ao contrário: eles verificam os diagnósticos e nos dão o ok para que as crianças viajem. Depois de tudo, pagamos cerca de US$ 7 mil por cada operação. O problema está em Erez, o único posto de fronteira por que se pode entrar e sair de Gaza nesses momentos ‘ e ali não estão deixando as crianças passarem.”

Segundo o médico, a justificativa é um militar “Questões de segurança”:

“Mas que ameaça pode trazer para Israel uma criança de seis meses doente do coração? Além disso, os médicos israelenses passam as informações sobre a situação médica da criança aos oficiais de Erez um mês antes da viagem ‘ é tempo suficiente para que seja comprovado que os papéis da criança estão em ordem”.

Khalid Aviv tem dois anos e precisa ser operado urgentemente, pois tem uma obstrução na aorta.

‘Estivemos quase todo dia em Erez, doze horas sentados do lado palestino esperando que nos dessem uma resposta. No fim, não nos deixaram passar. Sem nada, sem uma explicação qualquer. Chamavam-nos e nos diziam “Daqui a meia hora, daqui a meia hora”. Quando telefonei pela última vez, nos disseram que o oficial responsável tinha ido para casa porque seu horário tinha terminado”, conta o pai do menino, Raed Aviv.

“Agora, o hospital israelense marcou a cirurgia para o dia 22 de setembro. Se em Erez não nos deixarem passar de novo, é certo que nosso filho vai morrer. De uma maneira ou de outra, querem nos fazer sofrer, castigar todos os palestinos. É essa a estratégia. Pois bem, não perdemos a esperança.”

* Do blog Viaje a la guerra.

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