Começa em Bagdá o julgamento de soldados americanos acusados de assassinar um casal de iraquianos e suas duas filhas, de seis e 14 anos.
POR Redação SRzd08/08/2006|3 min de leitura
Começa em Bagdá o julgamento de soldados americanos acusados de assassinar um casal de iraquianos e suas duas filhas, de seis e 14 anos.
POR Redação SRzd08/08/2006|3 min de leitura
Uma rodada de uísque e outra de cartas. A sugestão que surgiu na mesa para que os soldados passassem o tempo foi ir a uma casa iraquiana, violentar uma mulher e, depois, matar a família toda. Essa foi a declaração que fez o sargento Paul Cortez, de 23 anos, um dos militares acusados no processo aberto no último fim de semana em Bagdá para investigar o estupro e assassinato ocorridos em Mahmudya, cidade a 30 quilômetros ao sul de Bagdá, em março. Dois agentes especiais do Exército americano começaram a coletar as versões dadas pelos militares envolvidos para decidir se eles serão levados a um conselho de guerra e condenados à morte.
O agente especial Benjamin Bierce foi quem coletou o depoimento de James Barker, um dos acusados. Segundo Barker, os soldados trancaram um casal e a filha deles de seis anos num quarto, enquanto ficavam na sala com a filha maior, de 14 anos. Barker agarrou-a pelos braços e o sargento Cortez a estuprou. Os dois então trocaram de lugar e Barker tentou violentar a adolescente mas não se lembra se conseguiu. Então Barker ouviu disparos dentro do quarto, de onde saiu o soldado Steven Green ‘ que também violentou a jovem. Depois Green voltou com um fuzil de assalto AK-47 e disparou contra a adolescente, segundo contou Barker.
Green, de 21 anos, não está no processo de Bagdá. Ele vai enfrentar as mesmas acusações de estupro e assassinato múltiplo perante um tribunal federal nos Estados Unidos. O soldado já foi expulso do exército por ter transtornos de personalidade e se declarou inocente das acusações. Em Bagdá, serão julgados Barker, de 23 anos; Cortez, também de 23 anos e Bryan Howard, de 19 anos. Um quinto militar, o sargento Anthony Yribe, é acusado de negligência e de haver forjado um informe.
O caso, o quinto aberto pelo exército americano no Iraque por crimes cometidos por seus soldados contra a população civil, enfureceu os iraquianos. O primeiro-ministro, Nuri al Maliki, chegou a pedir que seja revisto o estatuto de imunidade de que se beneficiam os soldados estrangeiros no país.
Na sessão de ontem realizada em Bagdá, o capitão Jimmie Culp, advogado de defesa, fazia bolas de chiclete enquanto Yribe, sentado à sua esquerda, chupava um pirulito. O tribunal escutou também o depoimento do médico iraquiano que examinou o corpo de Abir Kasim Hamza al Yanabi. A garota de 14 anos estava nua e queimada da cintura para cima. Tinha um buraco de bala abaixo do olho esquerdo.
Depois do depoimento de Barker, o tribunal escutou o de Cortez. O soldado relatou que Barker mandou que a menina se calasse depois que o estupro terminou. Barker confessou que derramou querosene de uma lamparina sobre a garota, mas não ficou claro quem lançou fogo sobre ela.
Uma rodada de uísque e outra de cartas. A sugestão que surgiu na mesa para que os soldados passassem o tempo foi ir a uma casa iraquiana, violentar uma mulher e, depois, matar a família toda. Essa foi a declaração que fez o sargento Paul Cortez, de 23 anos, um dos militares acusados no processo aberto no último fim de semana em Bagdá para investigar o estupro e assassinato ocorridos em Mahmudya, cidade a 30 quilômetros ao sul de Bagdá, em março. Dois agentes especiais do Exército americano começaram a coletar as versões dadas pelos militares envolvidos para decidir se eles serão levados a um conselho de guerra e condenados à morte.
O agente especial Benjamin Bierce foi quem coletou o depoimento de James Barker, um dos acusados. Segundo Barker, os soldados trancaram um casal e a filha deles de seis anos num quarto, enquanto ficavam na sala com a filha maior, de 14 anos. Barker agarrou-a pelos braços e o sargento Cortez a estuprou. Os dois então trocaram de lugar e Barker tentou violentar a adolescente mas não se lembra se conseguiu. Então Barker ouviu disparos dentro do quarto, de onde saiu o soldado Steven Green ‘ que também violentou a jovem. Depois Green voltou com um fuzil de assalto AK-47 e disparou contra a adolescente, segundo contou Barker.
Green, de 21 anos, não está no processo de Bagdá. Ele vai enfrentar as mesmas acusações de estupro e assassinato múltiplo perante um tribunal federal nos Estados Unidos. O soldado já foi expulso do exército por ter transtornos de personalidade e se declarou inocente das acusações. Em Bagdá, serão julgados Barker, de 23 anos; Cortez, também de 23 anos e Bryan Howard, de 19 anos. Um quinto militar, o sargento Anthony Yribe, é acusado de negligência e de haver forjado um informe.
O caso, o quinto aberto pelo exército americano no Iraque por crimes cometidos por seus soldados contra a população civil, enfureceu os iraquianos. O primeiro-ministro, Nuri al Maliki, chegou a pedir que seja revisto o estatuto de imunidade de que se beneficiam os soldados estrangeiros no país.
Na sessão de ontem realizada em Bagdá, o capitão Jimmie Culp, advogado de defesa, fazia bolas de chiclete enquanto Yribe, sentado à sua esquerda, chupava um pirulito. O tribunal escutou também o depoimento do médico iraquiano que examinou o corpo de Abir Kasim Hamza al Yanabi. A garota de 14 anos estava nua e queimada da cintura para cima. Tinha um buraco de bala abaixo do olho esquerdo.
Depois do depoimento de Barker, o tribunal escutou o de Cortez. O soldado relatou que Barker mandou que a menina se calasse depois que o estupro terminou. Barker confessou que derramou querosene de uma lamparina sobre a garota, mas não ficou claro quem lançou fogo sobre ela.
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