INTERNACIONAL: Um ano de Katrina

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29 de agosto marca o triste aniversário do furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans.

POR Redação SRzd 29/8/2006| 3 min de leitura

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29 de agosto marca o triste aniversário do furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans.

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Na manhã de hoje, badaladas de sinos foram ouvidas pelos moradores que permaneceram em Nova Orleans. Elas marcavam um ano da tragédia que devastou a cidade. Os ventos do furacão alcançaram mais de 280 km/h, que destruíram as barreiras de proteção de Nova Orleans, causando inundação e mortes que poderiam ter sido evitadas caso as regras de segurança tivessem sido cumpridas. Conforme as badaladas soavam, sobreviventes chegavam e acumulavam-se em frente à prefeitura, como que num funeral coletivo.

A data de hoje marca não somente uma tragédia provocada por um fenômeno da natureza, mas também nos lembra que o descaso das autoridades quanto à população menos privilegiada é um fenômeno que não é endêmico de países de terceiro mundo. O aniversário do Katrina registra que as mortes das centenas de moradores da mística Nova Orleans foram causadas também pelo fato de as autoridades terem ignorado regras de segurança dos diques que deviam proteger a cidade. Devido à má construção, eles não conseguiram conter as águas do Lago Pontchartrain, o que fez com que mais de 80% da cidade fosse engolida pela água. Cerca de 200 mil casas ficaram submersas, e o nível da água chegou a atingir seis metros de profundidade em alguns locais.

Os sobreviventes da cidade e a população que assistiu a tudo de camarote pela tela da tv afirmam que não foi o Katrina que destruiu a cidade, mas o descaso pela vida humana. O descaso não somente quanto à construção dos diques, mas os vergonhosos socorros e resgates que se seguiram ao furacão. A burocracia impediu a chegada de equipes de salvamento, e de comida e remédios ao local, e centenas de pessoas ficaram presas nos telhados de suas casas esperando resgate. Outros não tiveram a mesma “sorte”.

Idosos morreram em hospitais que deveriam ter sido evacuados antes de terem sido tomados pela falta de energia elétrica e de água limpa. O Katrina também refletiu o despreparo do governo Bush quanto a desastres de grande escala, o que surpreendeu o povo americano, que esperava, depois do fatídico 11 de Setembro de 2001, que o governo tivesse aprendido uma lição ou duas. Pelo menos depois de um investimento de bilhões de dólares destinados à segurança (a abstrata “homeland security”).

Mas o Katrina expôs ainda algo pior que o descaso, a burocracia e o despreparo. Revelou, de forma clara, a profunda divisão racial e de classe em um país que se diz livre e democrático. Muitos sobreviventes do Katrina acreditam que o desfecho da tempestade teria sido diferente se as pessoas que estavam ilhadas em Nova Orleans fossem ricas e/ou brancas. Ironicamente, a cidade hoje é outra.

O custo de vida elevado e o fato do governo não oferecer incentivos aos sobreviventes da cidade está fazendo com que ela se torne predominantemente branca. Os poucos que conseguiram permanecer no que restou de suas casas não reconhecem seus vizinhos, e muito menos sua cultura, que fazia da cidade um ponto turístico disputadíssimo entre pessoas dentro e fora dos EUA.

Como é costume dizer, se “depois da tempestade sempre vem um arco-íris”, o Katrina e a pequena e improvisada cerimônia de luto ao furacão e aos que foram levados por ele, servem ao menos para lembrar, indignar e incentivar o povo americano a tomar providências, na forma de trabalho voluntário, e nas urnas. Pelo menos é o que se espera.

Na manhã de hoje, badaladas de sinos foram ouvidas pelos moradores que permaneceram em Nova Orleans. Elas marcavam um ano da tragédia que devastou a cidade. Os ventos do furacão alcançaram mais de 280 km/h, que destruíram as barreiras de proteção de Nova Orleans, causando inundação e mortes que poderiam ter sido evitadas caso as regras de segurança tivessem sido cumpridas. Conforme as badaladas soavam, sobreviventes chegavam e acumulavam-se em frente à prefeitura, como que num funeral coletivo.

A data de hoje marca não somente uma tragédia provocada por um fenômeno da natureza, mas também nos lembra que o descaso das autoridades quanto à população menos privilegiada é um fenômeno que não é endêmico de países de terceiro mundo. O aniversário do Katrina registra que as mortes das centenas de moradores da mística Nova Orleans foram causadas também pelo fato de as autoridades terem ignorado regras de segurança dos diques que deviam proteger a cidade. Devido à má construção, eles não conseguiram conter as águas do Lago Pontchartrain, o que fez com que mais de 80% da cidade fosse engolida pela água. Cerca de 200 mil casas ficaram submersas, e o nível da água chegou a atingir seis metros de profundidade em alguns locais.

Os sobreviventes da cidade e a população que assistiu a tudo de camarote pela tela da tv afirmam que não foi o Katrina que destruiu a cidade, mas o descaso pela vida humana. O descaso não somente quanto à construção dos diques, mas os vergonhosos socorros e resgates que se seguiram ao furacão. A burocracia impediu a chegada de equipes de salvamento, e de comida e remédios ao local, e centenas de pessoas ficaram presas nos telhados de suas casas esperando resgate. Outros não tiveram a mesma “sorte”.

Idosos morreram em hospitais que deveriam ter sido evacuados antes de terem sido tomados pela falta de energia elétrica e de água limpa. O Katrina também refletiu o despreparo do governo Bush quanto a desastres de grande escala, o que surpreendeu o povo americano, que esperava, depois do fatídico 11 de Setembro de 2001, que o governo tivesse aprendido uma lição ou duas. Pelo menos depois de um investimento de bilhões de dólares destinados à segurança (a abstrata “homeland security”).

Mas o Katrina expôs ainda algo pior que o descaso, a burocracia e o despreparo. Revelou, de forma clara, a profunda divisão racial e de classe em um país que se diz livre e democrático. Muitos sobreviventes do Katrina acreditam que o desfecho da tempestade teria sido diferente se as pessoas que estavam ilhadas em Nova Orleans fossem ricas e/ou brancas. Ironicamente, a cidade hoje é outra.

O custo de vida elevado e o fato do governo não oferecer incentivos aos sobreviventes da cidade está fazendo com que ela se torne predominantemente branca. Os poucos que conseguiram permanecer no que restou de suas casas não reconhecem seus vizinhos, e muito menos sua cultura, que fazia da cidade um ponto turístico disputadíssimo entre pessoas dentro e fora dos EUA.

Como é costume dizer, se “depois da tempestade sempre vem um arco-íris”, o Katrina e a pequena e improvisada cerimônia de luto ao furacão e aos que foram levados por ele, servem ao menos para lembrar, indignar e incentivar o povo americano a tomar providências, na forma de trabalho voluntário, e nas urnas. Pelo menos é o que se espera.

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