Número de beneficiados pelo programa federal é maior que estimativa de domicílios com renda per capita inferior a R$ 120 por mês.
POR Redação SRzd01/09/2006|4 min de leitura
Número de beneficiados pelo programa federal é maior que estimativa de domicílios com renda per capita inferior a R$ 120 por mês.
POR Redação SRzd01/09/2006|4 min de leitura
O total de lares que recebem o Bolsa Família já supera o número de famílias pobres no Brasil. Em julho, foram atendidos 11,118 milhões de domicílios, 15 mil a mais que os 11,103 milhões de lares pobres estimados pelo Ministério de Desenvolvimento Social.
A pequena diferença, no entanto, oculta discrepâncias estaduais. No Rio de Janeiro, por exemplo, 116 mil famílias que se enquadram nos critérios do programa (ou seja, têm renda per capita inferior a R$ 120) não recebem o benefício, enquanto no Estado vizinho, Minas Gerais, o programa atende 133 mil lares a mais que a estimativa de pobres.
No mês passado, em 12 unidades da Federação havia mais domicílios pobres do que domicílios beneficiados ‘ totalizando um déficit de atendimento de 378 mil famílias. Já em outros 14 Estados, o número de beneficiados superou a estimativa de pobres, ultrapassando em 393 mil famílias a meta de cobertura. Rondônia foi a única unidade da Federação onde o atendimento se aproximou da estimativa de pobres, com um déficit de cobertura de apenas 75 lares.
A discrepância, em âmbito estadual, é, em grande parte dos casos, resultados das limitações das estatísticas usadas pelo governo, segundo a diretora do Cadastro Énico do Ministério de Desenvolvimento Social, Lúcia Modesto. “Como o próprio nome diz, são estimativas. São números do Censo 2000, atualizados com os dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2004). Não captam, por exemplo, efeitos como migração”, afirma.
Além disso, a diretora do Cadastro Énico diz que a inclusão de outros programas sociais no Bolsa Família contribuiu para desequilibrar a cobertura. “Em algumas regiões, principalmente no Semi-Árido de Minas Gerais, o número de famílias atendidas por programas como Auxílio Gás, Bolsa Alimentação e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) já superava a estimativa de famílias pobres”, comenta.
Os obstáculos que impedem o Bolsa Família de chegar às famílias pobres nos Estados onde há déficit de cobertura são prioritariamente físicos, segundo Lúcia. “No Norte, há muita dificuldade de acesso à população. Mas muitos municípios da região estão desenvolvendo projetos de atualização cadastral. Em Macapá, a atualização cadastral praticamente dobrou a estimativa de pobres”, conta.
Critérios adicionais
Como a estimativa de famílias pobres não é um parâmetro preciso para avaliar o número de famílias elegíveis pelo programa, o ministério está incentivando os municípios a adotarem outras referências para avaliar a cobertura. “Para se ter uma idéia de como o parâmetro é tênue, um corte de R$ 125 em vez de R$ 120 na PNAD traria para dentro do programa quase um milhão de famílias”, ressalta.
Um dos novos parâmetros que o ministério pretende adotar para avaliar o número de lares elegíveis é o Índice de Desenvolvimento da Família (IDF). “O IDF nos permite capturar outros aspectos além da renda, como características do domicílio, escolaridade e se a pessoa está inserida no mercado de trabalho”, justifica Lúcia.
Outro instrumento que pode servir de referência para o Bolsa Família é um estudo que deve mostrar a “localização territorial da população alvo do programa”, segundo ela. Mesmo com esses novos parâmetros, é indispensável que a atualização dos cadastros seja permanente, para garantir que famílias que não se enquadram no programa não recebam o benefício. “Há um prazo de validade de dois anos para o cadastro, é o prazo máximo para que a prefeitura faça a atualização”, frisa.
* Especial para o site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
O total de lares que recebem o Bolsa Família já supera o número de famílias pobres no Brasil. Em julho, foram atendidos 11,118 milhões de domicílios, 15 mil a mais que os 11,103 milhões de lares pobres estimados pelo Ministério de Desenvolvimento Social.
A pequena diferença, no entanto, oculta discrepâncias estaduais. No Rio de Janeiro, por exemplo, 116 mil famílias que se enquadram nos critérios do programa (ou seja, têm renda per capita inferior a R$ 120) não recebem o benefício, enquanto no Estado vizinho, Minas Gerais, o programa atende 133 mil lares a mais que a estimativa de pobres.
No mês passado, em 12 unidades da Federação havia mais domicílios pobres do que domicílios beneficiados ‘ totalizando um déficit de atendimento de 378 mil famílias. Já em outros 14 Estados, o número de beneficiados superou a estimativa de pobres, ultrapassando em 393 mil famílias a meta de cobertura. Rondônia foi a única unidade da Federação onde o atendimento se aproximou da estimativa de pobres, com um déficit de cobertura de apenas 75 lares.
A discrepância, em âmbito estadual, é, em grande parte dos casos, resultados das limitações das estatísticas usadas pelo governo, segundo a diretora do Cadastro Énico do Ministério de Desenvolvimento Social, Lúcia Modesto. “Como o próprio nome diz, são estimativas. São números do Censo 2000, atualizados com os dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2004). Não captam, por exemplo, efeitos como migração”, afirma.
Além disso, a diretora do Cadastro Énico diz que a inclusão de outros programas sociais no Bolsa Família contribuiu para desequilibrar a cobertura. “Em algumas regiões, principalmente no Semi-Árido de Minas Gerais, o número de famílias atendidas por programas como Auxílio Gás, Bolsa Alimentação e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) já superava a estimativa de famílias pobres”, comenta.
Os obstáculos que impedem o Bolsa Família de chegar às famílias pobres nos Estados onde há déficit de cobertura são prioritariamente físicos, segundo Lúcia. “No Norte, há muita dificuldade de acesso à população. Mas muitos municípios da região estão desenvolvendo projetos de atualização cadastral. Em Macapá, a atualização cadastral praticamente dobrou a estimativa de pobres”, conta.
Critérios adicionais
Como a estimativa de famílias pobres não é um parâmetro preciso para avaliar o número de famílias elegíveis pelo programa, o ministério está incentivando os municípios a adotarem outras referências para avaliar a cobertura. “Para se ter uma idéia de como o parâmetro é tênue, um corte de R$ 125 em vez de R$ 120 na PNAD traria para dentro do programa quase um milhão de famílias”, ressalta.
Um dos novos parâmetros que o ministério pretende adotar para avaliar o número de lares elegíveis é o Índice de Desenvolvimento da Família (IDF). “O IDF nos permite capturar outros aspectos além da renda, como características do domicílio, escolaridade e se a pessoa está inserida no mercado de trabalho”, justifica Lúcia.
Outro instrumento que pode servir de referência para o Bolsa Família é um estudo que deve mostrar a “localização territorial da população alvo do programa”, segundo ela. Mesmo com esses novos parâmetros, é indispensável que a atualização dos cadastros seja permanente, para garantir que famílias que não se enquadram no programa não recebam o benefício. “Há um prazo de validade de dois anos para o cadastro, é o prazo máximo para que a prefeitura faça a atualização”, frisa.
* Especial para o site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Receba conteúdos exclusivos direto na sua caixa de entrada.
Ao se cadastrar, você concorda com a Política de Privacidade e Dados do SRZd
Para se proteger do sol, o dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica alguns cuidados que as pessoas devem ter, seja no sol quente do verão quanto em outras épocas. Como se proteger A forma correta de se proteger dos danos dos raios solares é a aplicação diária do filtro solar, faça chuva ou […]
Dermatologista alerta para cuidados com o sol2 min de leitura
Pesquisadores do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudam a inativação do vírus da Zika como um possível caminho para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença. Ainda em fase inicial, a pesquisa foi um dos estudos sobre arboviroses apresentados durante um seminário que reuniu […]
Cientistas estudam inativação do vírus da Zika3 min de leitura
A miopia, dificuldade de enxergar à distância, uma das alterações oculares que mais cresce no mundo, pode ser combatida entre adultos pela maior exposição à radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol durante a adolescência e juventude. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa inédita que acaba de ser publicada no renomado periódico “Jama Ophthalmology”. […]
Médico questiona ligação entre miopia e falta de sol4 min de leitura
A busca por uma alimentação equilibrada geralmente traz dúvidas sobre quais alimentos devem ser consumidos com maior frequência ou não. Os óleos vegetais e seus derivados, como o creme vegetal, por exemplo, podem ser grandes aliados dentro de um estilo de vida saudável. Em sua composição são encontrados nutrientes essenciais de que o corpo necessita, […]
Mude seu cardápio para deixar o coração mais saudável3 min de leitura