NACIONAL: Escravos são libertados de engenho

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Fiscais do Ministério do Trabalho encontram 250 trabalhadores doentes, sem salários desde o início do ano, forçados a trabalhar 11 horas na colheita da cana.

POR Redação SRzd15/08/2006|3 min de leitura

NACIONAL: Escravos são libertados de engenho
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Cerca de 250 trabalhadores, mantidos em condições de escravidão, na fronteira do Brasil com a Bolívia, foram libertados ontem pelos fiscais do Ministério do Trabalho. É maior operação de resgate de trabalhadores escravos realizada pelo Grupo Móvel de Fiscalização do TEM, desde 2005. Eles estavam na Fazenda Agropecuária Pôr do Sol, no município de Campos de Julho, a cerca de 600 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso.

O coordenador do grupo e auditor fiscal do trabalho, Humberto Célio Pereira, disse que em cinco anos de atuação nunca havia visto situação tão degradante como a encontrada. Essa é a maior operação do grupo móvel desde o primeiro semestre de 2005, tanto em número de trabalhadores libertados, como em valor de indenização, que atingirá cerca de R$ 530 mil.

A equipe – composta também por policiais federais e procuradores do trabalho – chegou à fazenda após denúncia de três trabalhadores que conseguiram fugir. Eles andaram cem quilômetros a pé, pegaram uma carona e chegaram a Cuiabá dias depois para denunciar a fazenda à Polícia Federal.

Todos os trabalhadores estavam sem receber salário desde o início do ano. Eles foram aliciados em estados do Nordeste – Maranhão, Piauí, Paraíba, Alagoas e Pernambuco. Eram ainda obrigados a pagar R$ 35, valor anotado em caderno, se quisessem ir até a cidade de Campos de Julho, que fica a 80 quilômetros da fazenda, único lugar onde podiam telefonar para suas famílias.

“As dívidas se tornaram impagáveis, inclusive com os gastos na cantina da fazenda”, disse Humberto Pereira. Segundo o auditor, até mesmo o equipamento de proteção individual era vendido e os alojamentos se encontravam em péssimas condições de higiene. “Os trabalhadores se amontoavam para descansar após 11 horas de trabalho sob sol escaldante na plantação, fazendo o corte e a colheita de cana”, relatou.

A fiscalização encontrou muitos trabalhadores – todos homens – doentes, com infecção intestinal, provocada pelas péssimas condições do alojamento, com esgoto a céu aberto, comida distribuída azeda e em recipientes impróprios.

Os fiscais já iniciaram a regularização trabalhista dos libertos, e determinará o envio de todos para as cidades de origem. A Polícia Federal instaurou inquérito policial e o Ministério Público do Trabalho, uma ação civil pública por danos morais aos trabalhadores.

A fazenda está em nome da gerente do Banco do Brasil em Cuiabá, Leny Oliva Artmann, mas é gerenciada pelo marido dela, Nery Guilherme Artmann. Toda a produção da fazenda é vendida para a Usimat Destilaria de Álcool, próxima à fazenda. Segundo Pereira, se for comprovado o conhecimento da usina da exploração de mão-de-obra escrava pelos fornecedores, ela também será autuada.

Cerca de 250 trabalhadores, mantidos em condições de escravidão, na fronteira do Brasil com a Bolívia, foram libertados ontem pelos fiscais do Ministério do Trabalho. É maior operação de resgate de trabalhadores escravos realizada pelo Grupo Móvel de Fiscalização do TEM, desde 2005. Eles estavam na Fazenda Agropecuária Pôr do Sol, no município de Campos de Julho, a cerca de 600 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso.

O coordenador do grupo e auditor fiscal do trabalho, Humberto Célio Pereira, disse que em cinco anos de atuação nunca havia visto situação tão degradante como a encontrada. Essa é a maior operação do grupo móvel desde o primeiro semestre de 2005, tanto em número de trabalhadores libertados, como em valor de indenização, que atingirá cerca de R$ 530 mil.

A equipe – composta também por policiais federais e procuradores do trabalho – chegou à fazenda após denúncia de três trabalhadores que conseguiram fugir. Eles andaram cem quilômetros a pé, pegaram uma carona e chegaram a Cuiabá dias depois para denunciar a fazenda à Polícia Federal.

Todos os trabalhadores estavam sem receber salário desde o início do ano. Eles foram aliciados em estados do Nordeste – Maranhão, Piauí, Paraíba, Alagoas e Pernambuco. Eram ainda obrigados a pagar R$ 35, valor anotado em caderno, se quisessem ir até a cidade de Campos de Julho, que fica a 80 quilômetros da fazenda, único lugar onde podiam telefonar para suas famílias.

“As dívidas se tornaram impagáveis, inclusive com os gastos na cantina da fazenda”, disse Humberto Pereira. Segundo o auditor, até mesmo o equipamento de proteção individual era vendido e os alojamentos se encontravam em péssimas condições de higiene. “Os trabalhadores se amontoavam para descansar após 11 horas de trabalho sob sol escaldante na plantação, fazendo o corte e a colheita de cana”, relatou.

A fiscalização encontrou muitos trabalhadores – todos homens – doentes, com infecção intestinal, provocada pelas péssimas condições do alojamento, com esgoto a céu aberto, comida distribuída azeda e em recipientes impróprios.

Os fiscais já iniciaram a regularização trabalhista dos libertos, e determinará o envio de todos para as cidades de origem. A Polícia Federal instaurou inquérito policial e o Ministério Público do Trabalho, uma ação civil pública por danos morais aos trabalhadores.

A fazenda está em nome da gerente do Banco do Brasil em Cuiabá, Leny Oliva Artmann, mas é gerenciada pelo marido dela, Nery Guilherme Artmann. Toda a produção da fazenda é vendida para a Usimat Destilaria de Álcool, próxima à fazenda. Segundo Pereira, se for comprovado o conhecimento da usina da exploração de mão-de-obra escrava pelos fornecedores, ela também será autuada.

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