Discreto, o apresentador emite suas opiniões sobre o país reservadamente. Um dos nomes mais populares da TV brasileira é politizado e preocupado com o Brasil.
POR Redação SRzd10/09/2006|4 min de leitura
Discreto, o apresentador emite suas opiniões sobre o país reservadamente. Um dos nomes mais populares da TV brasileira é politizado e preocupado com o Brasil.
POR Redação SRzd10/09/2006|4 min de leitura
Esta semana eu conversei longamente com Sérgio Chapelin, um dos nomes mais populares da TV brasileira. Apresentador desde a primeira hora do Globo Repórter, estreou na Rede Globo em 1972 como apresentador do Jornal Hoje, mesmo ano passou em que foi alçado a bancada do Jornal Nacional ao lado de Cid Moreira. Este sucesso permanente tem raízes profundas no Rádio. Foi mais um talento que começou a carreira como locutor da Rádio Nacional. Sua projeção aumentou ainda mais depois da sua passagem pela Rádio Jornal do Brasil. Só para se ter uma idéia de como foi marcante, anos depois de ter deixado a emissora o seu nome era repetido como exemplo de profissionalismo. Quando fui contratado pela Rádio JB, meados dos 80, só ouvia elogios. E não só a ele, mas a Jorge da Silva, conhecido entre amigos pelo apelido carinhoso de Majestade, Orlando de Souza e Eliakim Araujo.
Pois bem, voltemos ao encontro. A conversa teve ponto inicial por algo banal. Comentei que ele e eu apertávamos as mãos de forma clássica, já superada. Como se fóssemos chefes de Estado. Os jovens, e os nem tanto, se tocam hoje com um suave tapinha na ponta dos dedos e um leve soco com a mão fechada, como boxeadores em início de confronto. Rimos muito disso. Lembrei que até o experiente Galvão Bueno havia aderido a nova forma de cumprimento.
Ele se divertiu com a minha observação. Tanto é que não esqueceu. Quando nos despedimos ele voltou ao assunto. Detalhe, como faz musculação, Chapelin é daqueles que apertam a mão do interlocutor com firmeza. Não esmaga a mão. Mas passa segurança.
Eu gosto de conversar com ele, porque aprendo muito com a sua visão própria do mundo. Reservado, é uma das personalidades da televisão em que o público desconhece sua vida privada. Chapelin mora num sítio localizado em Minas Gerais, apesar de ter nascido em Valença, interior fluminense. No meio da semana vem ao Rio só para gravar o Globo Repórter, programa que vai ao ar às sextas-feiras. Quando é o caso da transmissão ser ao vivo pernoita na cidade e segunda-feira está novamente com sua família.
Ao contrário do que pode pensar intelectuais desavisados, Sergio Chapelin está longe de ser só um apresentador que faz apenas leitura de textos escritos por terceiros, sem entender o conteúdo. Não. Ele sabe o que está lendo. É inteligente, bem informado, articulado. Ele pensa, em resumo. Politizado, todas as vezes que conversamos mostrou-se preocupado com o país. Não me recordo de um momento sequer que ele não tenha me pedido uma avaliação da conjuntura política. Recíproca que não perco a oportunidade de exercer. Neste último encontro que tivemos confesso que fui surpreendido por uma confissão inesperada:
– Sidney, se votasse no Rio eu votaria no Vladimir Palmeira…
Sem tempo de perguntar a razão desta ‘opçãoâ? pelo candidato do PT ao Governo do Rio, Chapelin emendou com calma, como é seu estilo.
– Ele é da minha geração. Somos contemporâneos, tem história, biografia… Mas eu voto em Minas.
Para ser sincero esta foi uma passagem menor durante nossa conversa. Não foi bem uma declaração de voto, foi só uma reminiscência da juventude conturbada de quem viveu dias agitados de 1968. O assunto predileto do decano é mesmo o Brasil. Preocupado com nossas mazelas, Chapelin parece sofrer com os descaminhos da nação. Somos dois nesta hora. A multiplicação da pobreza, a corrupção dos homens públicos e outras as dificuldades cotidianas o afligem.
Um cidadão como ele poderia passar ao largo de alguns temas nacionais. Famoso, com seu nome da história da Comunicação, responsável pela formação de uma família sólida, resolvido financeiramente, poderia seguir sua vida e deixar o país pra lá. Não é isso que vejo nele. Melhor assim. Eu acho que se o Evandro Carlos de Andrade o conhecesse melhor, talvez tivesse seguido outro caminho no período das mudanças no JN. Sergio Chapelin se reinventa, por isso tem um estilo próprio. Bom cara.
Esta semana eu conversei longamente com Sérgio Chapelin, um dos nomes mais populares da TV brasileira. Apresentador desde a primeira hora do Globo Repórter, estreou na Rede Globo em 1972 como apresentador do Jornal Hoje, mesmo ano passou em que foi alçado a bancada do Jornal Nacional ao lado de Cid Moreira. Este sucesso permanente tem raízes profundas no Rádio. Foi mais um talento que começou a carreira como locutor da Rádio Nacional. Sua projeção aumentou ainda mais depois da sua passagem pela Rádio Jornal do Brasil. Só para se ter uma idéia de como foi marcante, anos depois de ter deixado a emissora o seu nome era repetido como exemplo de profissionalismo. Quando fui contratado pela Rádio JB, meados dos 80, só ouvia elogios. E não só a ele, mas a Jorge da Silva, conhecido entre amigos pelo apelido carinhoso de Majestade, Orlando de Souza e Eliakim Araujo.
Pois bem, voltemos ao encontro. A conversa teve ponto inicial por algo banal. Comentei que ele e eu apertávamos as mãos de forma clássica, já superada. Como se fóssemos chefes de Estado. Os jovens, e os nem tanto, se tocam hoje com um suave tapinha na ponta dos dedos e um leve soco com a mão fechada, como boxeadores em início de confronto. Rimos muito disso. Lembrei que até o experiente Galvão Bueno havia aderido a nova forma de cumprimento.
Ele se divertiu com a minha observação. Tanto é que não esqueceu. Quando nos despedimos ele voltou ao assunto. Detalhe, como faz musculação, Chapelin é daqueles que apertam a mão do interlocutor com firmeza. Não esmaga a mão. Mas passa segurança.
Eu gosto de conversar com ele, porque aprendo muito com a sua visão própria do mundo. Reservado, é uma das personalidades da televisão em que o público desconhece sua vida privada. Chapelin mora num sítio localizado em Minas Gerais, apesar de ter nascido em Valença, interior fluminense. No meio da semana vem ao Rio só para gravar o Globo Repórter, programa que vai ao ar às sextas-feiras. Quando é o caso da transmissão ser ao vivo pernoita na cidade e segunda-feira está novamente com sua família.
Ao contrário do que pode pensar intelectuais desavisados, Sergio Chapelin está longe de ser só um apresentador que faz apenas leitura de textos escritos por terceiros, sem entender o conteúdo. Não. Ele sabe o que está lendo. É inteligente, bem informado, articulado. Ele pensa, em resumo. Politizado, todas as vezes que conversamos mostrou-se preocupado com o país. Não me recordo de um momento sequer que ele não tenha me pedido uma avaliação da conjuntura política. Recíproca que não perco a oportunidade de exercer. Neste último encontro que tivemos confesso que fui surpreendido por uma confissão inesperada:
– Sidney, se votasse no Rio eu votaria no Vladimir Palmeira…
Sem tempo de perguntar a razão desta ‘opçãoâ? pelo candidato do PT ao Governo do Rio, Chapelin emendou com calma, como é seu estilo.
– Ele é da minha geração. Somos contemporâneos, tem história, biografia… Mas eu voto em Minas.
Para ser sincero esta foi uma passagem menor durante nossa conversa. Não foi bem uma declaração de voto, foi só uma reminiscência da juventude conturbada de quem viveu dias agitados de 1968. O assunto predileto do decano é mesmo o Brasil. Preocupado com nossas mazelas, Chapelin parece sofrer com os descaminhos da nação. Somos dois nesta hora. A multiplicação da pobreza, a corrupção dos homens públicos e outras as dificuldades cotidianas o afligem.
Um cidadão como ele poderia passar ao largo de alguns temas nacionais. Famoso, com seu nome da história da Comunicação, responsável pela formação de uma família sólida, resolvido financeiramente, poderia seguir sua vida e deixar o país pra lá. Não é isso que vejo nele. Melhor assim. Eu acho que se o Evandro Carlos de Andrade o conhecesse melhor, talvez tivesse seguido outro caminho no período das mudanças no JN. Sergio Chapelin se reinventa, por isso tem um estilo próprio. Bom cara.
Receba conteúdos exclusivos direto na sua caixa de entrada.
Ao se cadastrar, você concorda com a Política de Privacidade e Dados do SRZd
Para se proteger do sol, o dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica alguns cuidados que as pessoas devem ter, seja no sol quente do verão quanto em outras épocas. Como se proteger A forma correta de se proteger dos danos dos raios solares é a aplicação diária do filtro solar, faça chuva ou […]
Dermatologista alerta para cuidados com o sol2 min de leitura
Pesquisadores do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudam a inativação do vírus da Zika como um possível caminho para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença. Ainda em fase inicial, a pesquisa foi um dos estudos sobre arboviroses apresentados durante um seminário que reuniu […]
Cientistas estudam inativação do vírus da Zika3 min de leitura
A miopia, dificuldade de enxergar à distância, uma das alterações oculares que mais cresce no mundo, pode ser combatida entre adultos pela maior exposição à radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol durante a adolescência e juventude. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa inédita que acaba de ser publicada no renomado periódico “Jama Ophthalmology”. […]
Médico questiona ligação entre miopia e falta de sol4 min de leitura
A busca por uma alimentação equilibrada geralmente traz dúvidas sobre quais alimentos devem ser consumidos com maior frequência ou não. Os óleos vegetais e seus derivados, como o creme vegetal, por exemplo, podem ser grandes aliados dentro de um estilo de vida saudável. Em sua composição são encontrados nutrientes essenciais de que o corpo necessita, […]
Mude seu cardápio para deixar o coração mais saudável3 min de leitura