Órgãos solicitam documentos que já possuem

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Acompanhe a saga do jornalista e blogueiro Nemo Nox, que montou três centros de operações e comandou uma divisão de amigos em busca de certidões pelo sul e sudeste do país.

POR Redação SRzd09/06/2006|4 min de leitura

Órgãos solicitam documentos que já possuem
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Muita gente cita Kafka quando a situação é absurda, mas esse parece ser o padroeiro do jornalista mais conhecido no ciberespaço como Nemo Nox, autor do blog Por um Punhado de Pixels. Milhares de internautas acompanharam sua via-crúcis para conseguir o green card.

Para conseguir o visto de permanência nos Estados Unidos, Nemo recebeu uma lista de exigências do consulado americano no Rio, e partiu para a luta de um QG (em Águas de Lindóia, onde moram seus pais) e dois postos avançados (Santos, terra de um primo, e Balneário Camboriú (SC), onde vive uma grande amiga). Seria preciso passaporte novo, uma coleção de atestados de antecedentes criminais diferentes de todos os lugares onde ele havia morado e exames médicos variados.

‘ Em cada passo do caminho vão surgindo mais exigências, e para cada papel solicitado é preciso apresentar dois ou três mais. Por exemplo, para fazer um passaporte novo, tive que levar à Polícia Federal um formulário preenchido, uma guia de arrecadação paga (uma visita ao banco), duas fotos (uma visita ao fotógrafo), e mais cinco documentos (RG, CPF, título de eleitor, certificado de reservista e o passaporte atual). Aí eles descobrem que há algo errado com o meu título de eleitor e me mandam resolver o problema no Cartório Eleitoral. Lá sou informado que perdi alguma eleição municipal em Porto Alegre em 2001 e que meu título foi cancelado (sim, o mesmo título que tenho usado desde então sem ninguém me avisar que ele não valia mais). Sugerem que, como não tenho residência fixa no Brasil, eu faça outro em Balneário Camboriú usando o meu endereço temporário, e para isso vou precisar de um comprovante de residência e uma declaração da dona da casa dizendo que eu realmente estou instalado aqui. Assim, para obter um simples passaporte, tive que apresentar dez outros documentos. Além disto, ainda mandei procurações com firma reconhecida em cartório para as almas caridosas que obtiveram para mim os atestados de antecedentes criminais em cidades do Brasil e do exterior ‘ conta.

Em Balneário Camboriú, ele passou pelas mais estapafúrdias situações, como no fórum da cidade, onde viv’alma passeia por lá.

‘ Se você telefonar perguntando a que horas abre, vão dizer que é às 9h. Chegando lá às 9h30m, descobre-se que o Cartório Eleitoral, apesar de estar dentro do Fórum, só abre às 13h. Se insistir, como eu insisti, e voltar a uma da tarde, como eu voltei, eles vão pedir que pague uma taxa no banco do fórum, que só abre à 13h30m, e que faça fotocópias de documentos no andar de cima, que só abre às 14h. Claro que não existe outro banco ou outra fotocopiadora num raio de quilômetros, forçando os contribuintes a esperas inúteis. No final, consegui sair de lá no meio da tarde com um novo título de eleitor. Que, por mim, nem deveria ser documento obrigatório.

Na Polícia Federal de Itajaí (onde tiraria um passaporte novo), Nemo mostrou os certificados, comprovantes de taxas e o que mais fosse necessário.

‘ No fim da tarde, um funcionário da Polícia Federal me telefonou dizendo que não emitiria meu passaporte porque a minha carteira de identidade é muito antiga. Eu ainda tentei argumentar que é o mesmo documento que uso sem problemas em diversos órgãos públicos (inclusive para obtenção do título de eleitor algumas horas antes) e que eu também apresentei outros documentos que me identificam (incluindo um passaporte válido emitido pela própria Polícia Federal), mas ele não se convenceu que eu sou eu mesmo ‘ lembra ele, que teve que tirar uma nova carteira de identidade.

Leia mais aqui.

Muita gente cita Kafka quando a situação é absurda, mas esse parece ser o padroeiro do jornalista mais conhecido no ciberespaço como Nemo Nox, autor do blog Por um Punhado de Pixels. Milhares de internautas acompanharam sua via-crúcis para conseguir o green card.

Para conseguir o visto de permanência nos Estados Unidos, Nemo recebeu uma lista de exigências do consulado americano no Rio, e partiu para a luta de um QG (em Águas de Lindóia, onde moram seus pais) e dois postos avançados (Santos, terra de um primo, e Balneário Camboriú (SC), onde vive uma grande amiga). Seria preciso passaporte novo, uma coleção de atestados de antecedentes criminais diferentes de todos os lugares onde ele havia morado e exames médicos variados.

‘ Em cada passo do caminho vão surgindo mais exigências, e para cada papel solicitado é preciso apresentar dois ou três mais. Por exemplo, para fazer um passaporte novo, tive que levar à Polícia Federal um formulário preenchido, uma guia de arrecadação paga (uma visita ao banco), duas fotos (uma visita ao fotógrafo), e mais cinco documentos (RG, CPF, título de eleitor, certificado de reservista e o passaporte atual). Aí eles descobrem que há algo errado com o meu título de eleitor e me mandam resolver o problema no Cartório Eleitoral. Lá sou informado que perdi alguma eleição municipal em Porto Alegre em 2001 e que meu título foi cancelado (sim, o mesmo título que tenho usado desde então sem ninguém me avisar que ele não valia mais). Sugerem que, como não tenho residência fixa no Brasil, eu faça outro em Balneário Camboriú usando o meu endereço temporário, e para isso vou precisar de um comprovante de residência e uma declaração da dona da casa dizendo que eu realmente estou instalado aqui. Assim, para obter um simples passaporte, tive que apresentar dez outros documentos. Além disto, ainda mandei procurações com firma reconhecida em cartório para as almas caridosas que obtiveram para mim os atestados de antecedentes criminais em cidades do Brasil e do exterior ‘ conta.

Em Balneário Camboriú, ele passou pelas mais estapafúrdias situações, como no fórum da cidade, onde viv’alma passeia por lá.

‘ Se você telefonar perguntando a que horas abre, vão dizer que é às 9h. Chegando lá às 9h30m, descobre-se que o Cartório Eleitoral, apesar de estar dentro do Fórum, só abre às 13h. Se insistir, como eu insisti, e voltar a uma da tarde, como eu voltei, eles vão pedir que pague uma taxa no banco do fórum, que só abre à 13h30m, e que faça fotocópias de documentos no andar de cima, que só abre às 14h. Claro que não existe outro banco ou outra fotocopiadora num raio de quilômetros, forçando os contribuintes a esperas inúteis. No final, consegui sair de lá no meio da tarde com um novo título de eleitor. Que, por mim, nem deveria ser documento obrigatório.

Na Polícia Federal de Itajaí (onde tiraria um passaporte novo), Nemo mostrou os certificados, comprovantes de taxas e o que mais fosse necessário.

‘ No fim da tarde, um funcionário da Polícia Federal me telefonou dizendo que não emitiria meu passaporte porque a minha carteira de identidade é muito antiga. Eu ainda tentei argumentar que é o mesmo documento que uso sem problemas em diversos órgãos públicos (inclusive para obtenção do título de eleitor algumas horas antes) e que eu também apresentei outros documentos que me identificam (incluindo um passaporte válido emitido pela própria Polícia Federal), mas ele não se convenceu que eu sou eu mesmo ‘ lembra ele, que teve que tirar uma nova carteira de identidade.

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