Organizações não-governamentais apóiam aprofundamento das discussões sobre descriminalização do aborto.
POR Redação SRzd 14/9/2006| 4 min de leitura
Organizações não-governamentais apóiam aprofundamento das discussões sobre descriminalização do aborto.
POR Redação SRzd 14/9/2006| 4 min de leitura
As declarações da candidata ao Senado pela coligação “Um Rio para todos” (PCdoB, PT e PSB), Jandira Feghali, sobre o aborto, em entrevista exclusiva a Sidney Rezende, seguem gerando polêmicas e repercussões entre os internautas do site SRZD e organizações que desenvolvem projetos ligados à mulher. Participe, dê sua opinião!
Na entrevista, a deputada federal Jandira Feghali diz que não é a favor do aborto, mas sim da ampliação das discussões sobre o tema. ‘Ninguém é a favor do aborto. Sou médica, minha formação é de defesa da vida, de salvar vidas, mas não posso fechar meus olhos. Apesar da ilegalidade prevista no Código Penal, que só permite em dois casos, o aborto é feito aos milhares, aos milhões, e as mulheres pobres estão morrendo, numa verdadeira indústria clandestina do abortoâ?, diz. Para a parlamentar, as convicções religiosas devem valer individualmente, e não perante a lei.
ONGs: mulheres têm que ter direito de decidir
As declarações da candidata Jandira Feghali vão ao encontro do que pensam organizações não-governamentais que desenvolvem programas sociais no Brasil.
A ONG feminista de caráter ecumênico ‘Católicas pelo Direito de Decidirâ?, que luta por mudanças nos padrões culturais e religiosos, apóia a descriminalização do aborto e o atendimento a ele nas unidades públicas de saúde. ‘Ninguém é a favor do aborto. O que defendemos é a elaboração de políticas que tratem da saúde reprodutiva feminina, do direito de decidir sobre o corpo e sobre a reprodução, que vão garantir autonomia às mulheres (…) A sociedade precisa considerar o contexto atual no qual as mulheres estão vivendo. Diante da imensa desigualdade social brasileira, com graves distorções na distribuição de renda, o acesso aos serviços de saúde e aos métodos contraceptivos ficam limitadosâ?, diz Dulce Xavier, socióloga das ‘Católicas pelo Direito de Decidirâ?.
Para a socióloga, o aborto é um problema de saúde pública e não deve ser tratado apenas baseado em princípios religiosos. ‘Temos que olhar para a questão do aborto como um problema de saúde pública e desenvolver ações em conjunto com formadores de opinião como juristas, legisladores e profissionais da área de saúde. A gente vive num estado laico. É papel do Estado respeitar todas as formas de religião. O governo tem que pensar em criar políticas públicas para todas as pessoas, os administradores públicos não podem se pautar por essa ou aquela religião, têm que se pautar é pela saúde públicaâ?.
Como exemplificou Dulce Xavier, vale lembrar que, tradicionalmente, a igreja católica tem papel importante na formação das classes dominantes e nas decisões dos governos, além de significativa inserção na sociedade, com um vasto número de adeptos em todo o país.
Tratamento hipócrita
Opinião semelhante à da socióloga tem a representante da organização não-governamental ‘Instituto Promundoâ? Vanessa do Nascimento Fonseca, que atua no programa de gênero e saúde da ONG, voltado principalmente para os jovens.
‘Minha posição é pelo direito da mulher de decidir sobre seu corpo e se deve ou não levar a gravidez adiante. Isso é importante para que ela ganhe autonomia. A questão hoje é tratada no Brasil de forma hipócrita, pois, embora seja proibido na Constituição Federal, o aborto vem sendo feito no Brasil diariamente, o que resulta num grande problema de saúde pública. O que nós defendemos é o respeito à mulher, à sua decisão pessoalâ?.
Em relação ao peso da religião na discussão sobre o aborto, Vanessa é enfática. ‘A gente está num país cuja Constituição é laica, cada um deve tomar as decisões de acordo com a religião da qual faz parteâ?.
Veja aqui a entrevista da candidata Jandira Feghali para o SRZD
As declarações da candidata ao Senado pela coligação “Um Rio para todos” (PCdoB, PT e PSB), Jandira Feghali, sobre o aborto, em entrevista exclusiva a Sidney Rezende, seguem gerando polêmicas e repercussões entre os internautas do site SRZD e organizações que desenvolvem projetos ligados à mulher. Participe, dê sua opinião!
Na entrevista, a deputada federal Jandira Feghali diz que não é a favor do aborto, mas sim da ampliação das discussões sobre o tema. ‘Ninguém é a favor do aborto. Sou médica, minha formação é de defesa da vida, de salvar vidas, mas não posso fechar meus olhos. Apesar da ilegalidade prevista no Código Penal, que só permite em dois casos, o aborto é feito aos milhares, aos milhões, e as mulheres pobres estão morrendo, numa verdadeira indústria clandestina do abortoâ?, diz. Para a parlamentar, as convicções religiosas devem valer individualmente, e não perante a lei.
ONGs: mulheres têm que ter direito de decidir
As declarações da candidata Jandira Feghali vão ao encontro do que pensam organizações não-governamentais que desenvolvem programas sociais no Brasil.
A ONG feminista de caráter ecumênico ‘Católicas pelo Direito de Decidirâ?, que luta por mudanças nos padrões culturais e religiosos, apóia a descriminalização do aborto e o atendimento a ele nas unidades públicas de saúde. ‘Ninguém é a favor do aborto. O que defendemos é a elaboração de políticas que tratem da saúde reprodutiva feminina, do direito de decidir sobre o corpo e sobre a reprodução, que vão garantir autonomia às mulheres (…) A sociedade precisa considerar o contexto atual no qual as mulheres estão vivendo. Diante da imensa desigualdade social brasileira, com graves distorções na distribuição de renda, o acesso aos serviços de saúde e aos métodos contraceptivos ficam limitadosâ?, diz Dulce Xavier, socióloga das ‘Católicas pelo Direito de Decidirâ?.
Para a socióloga, o aborto é um problema de saúde pública e não deve ser tratado apenas baseado em princípios religiosos. ‘Temos que olhar para a questão do aborto como um problema de saúde pública e desenvolver ações em conjunto com formadores de opinião como juristas, legisladores e profissionais da área de saúde. A gente vive num estado laico. É papel do Estado respeitar todas as formas de religião. O governo tem que pensar em criar políticas públicas para todas as pessoas, os administradores públicos não podem se pautar por essa ou aquela religião, têm que se pautar é pela saúde públicaâ?.
Como exemplificou Dulce Xavier, vale lembrar que, tradicionalmente, a igreja católica tem papel importante na formação das classes dominantes e nas decisões dos governos, além de significativa inserção na sociedade, com um vasto número de adeptos em todo o país.
Tratamento hipócrita
Opinião semelhante à da socióloga tem a representante da organização não-governamental ‘Instituto Promundoâ? Vanessa do Nascimento Fonseca, que atua no programa de gênero e saúde da ONG, voltado principalmente para os jovens.
‘Minha posição é pelo direito da mulher de decidir sobre seu corpo e se deve ou não levar a gravidez adiante. Isso é importante para que ela ganhe autonomia. A questão hoje é tratada no Brasil de forma hipócrita, pois, embora seja proibido na Constituição Federal, o aborto vem sendo feito no Brasil diariamente, o que resulta num grande problema de saúde pública. O que nós defendemos é o respeito à mulher, à sua decisão pessoalâ?.
Em relação ao peso da religião na discussão sobre o aborto, Vanessa é enfática. ‘A gente está num país cuja Constituição é laica, cada um deve tomar as decisões de acordo com a religião da qual faz parteâ?.
Veja aqui a entrevista da candidata Jandira Feghali para o SRZD
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