SAÚDE: Crianças são vítimas de dupla violência

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Pesquisa revela que já existem casos de contaminação de menores pelo vírus da Aids por via sexual.

POR Redação SRzd12/09/2006|3 min de leitura

SAÚDE: Crianças são vítimas de dupla violência
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A crença de que infecções de crianças pelo vírus da Aids davam-se de forma vertical (de mãe para filho) foi derrubada por uma pesquisa realizada num hospital da Bahia – hoje, o contágio de forma horizontal, ou seja, pela via sexual, já é uma realidade. O Hospital da Criança das Obras Sociais de Irmã Dulce, na Bahia, constatou que dos 9.850 jovens pacientes atendidos, 1.282 (cerca de 12%) foram vítimas de maus-tratos. No entanto, o mais surpreendente é que, das 57 crianças que sofreram abusos sexuais, cinco delas foram contaminadas com vírus HIV.

O mapeamento se refere ao período de junho de 1999 a maio de 2006. Até então, a instituição hospitalar nunca havia registrado casos relacionados a menores infectados pela forma horizontal. O mais comum é que os portadores desta faixa etária (até 13 anos de idade) adquiram a patologia antes do nascimento ou durante o parto.

O trabalho, intitulado “Características epidemiológicas e fatos assumidos à ocorrência de maus-tratos contra crianças/adolescentes”, revela que, em quase a totalidade dos casos de abuso sexual, as vítimas eram do sexo feminino – 54 em 57 casos. Porém, nos três casos de garotos violentados, todos foram contaminados pelo HIV. A última ocorrência foi registrada há dois meses e o menor infectado teria menos que cinco anos de idade.

Dos 1.282 vítimas de abuso, 838 eram do sexo feminino (65%), contra 444 do sexo masculino. A maioria é de casos de negligência – quando o responsável deixa de atender às necessidades básicas para o desenvolvimento normal da criança, sendo o abandono o fato mais grave desta classificação, que registrou 743 ocorrências.

Os médicos esclarecem que, se o menor for levado a uma instituição hospitalar em menos 36 horas depois de ocorrido o abuso, ele poderá receber medicação que impede a contaminação. Entretanto, há diversos estágios no processo de vitimização sexual das crianças. O primeiro é a aproximação – para isso é preciso que se encontre repetidas vezes sozinho com a vítima. A aproximação inicial, vinda de um adulto que possa ser o pai, padrasto outro conhecido, resulta geralmente em uma resposta favorável, uma vez que as crianças tendem a aceitar a autoridade do adulto. O segundo estágio é construir um jogo, uma espécie de “segredo” entre o agressor e a vítima, que serve como um aviso para que o fato não seja descoberto.

O agressor ser alguém conhecido pelo menor dificulta a identificação do caso pelo médico, pois o abuso é iniciado freqüentemente por aliciamento, sem violência, sem deixar marcas físicas. Outro agravante é o da convivência familiar. Seja por vergonha da exposição ou por medo da ausência do agressor, já que este geralmente é o provedor da casa, muitas mães preferem não denunciar o agressor.

A crença de que infecções de crianças pelo vírus da Aids davam-se de forma vertical (de mãe para filho) foi derrubada por uma pesquisa realizada num hospital da Bahia – hoje, o contágio de forma horizontal, ou seja, pela via sexual, já é uma realidade. O Hospital da Criança das Obras Sociais de Irmã Dulce, na Bahia, constatou que dos 9.850 jovens pacientes atendidos, 1.282 (cerca de 12%) foram vítimas de maus-tratos. No entanto, o mais surpreendente é que, das 57 crianças que sofreram abusos sexuais, cinco delas foram contaminadas com vírus HIV.

O mapeamento se refere ao período de junho de 1999 a maio de 2006. Até então, a instituição hospitalar nunca havia registrado casos relacionados a menores infectados pela forma horizontal. O mais comum é que os portadores desta faixa etária (até 13 anos de idade) adquiram a patologia antes do nascimento ou durante o parto.

O trabalho, intitulado “Características epidemiológicas e fatos assumidos à ocorrência de maus-tratos contra crianças/adolescentes”, revela que, em quase a totalidade dos casos de abuso sexual, as vítimas eram do sexo feminino – 54 em 57 casos. Porém, nos três casos de garotos violentados, todos foram contaminados pelo HIV. A última ocorrência foi registrada há dois meses e o menor infectado teria menos que cinco anos de idade.

Dos 1.282 vítimas de abuso, 838 eram do sexo feminino (65%), contra 444 do sexo masculino. A maioria é de casos de negligência – quando o responsável deixa de atender às necessidades básicas para o desenvolvimento normal da criança, sendo o abandono o fato mais grave desta classificação, que registrou 743 ocorrências.

Os médicos esclarecem que, se o menor for levado a uma instituição hospitalar em menos 36 horas depois de ocorrido o abuso, ele poderá receber medicação que impede a contaminação. Entretanto, há diversos estágios no processo de vitimização sexual das crianças. O primeiro é a aproximação – para isso é preciso que se encontre repetidas vezes sozinho com a vítima. A aproximação inicial, vinda de um adulto que possa ser o pai, padrasto outro conhecido, resulta geralmente em uma resposta favorável, uma vez que as crianças tendem a aceitar a autoridade do adulto. O segundo estágio é construir um jogo, uma espécie de “segredo” entre o agressor e a vítima, que serve como um aviso para que o fato não seja descoberto.

O agressor ser alguém conhecido pelo menor dificulta a identificação do caso pelo médico, pois o abuso é iniciado freqüentemente por aliciamento, sem violência, sem deixar marcas físicas. Outro agravante é o da convivência familiar. Seja por vergonha da exposição ou por medo da ausência do agressor, já que este geralmente é o provedor da casa, muitas mães preferem não denunciar o agressor.

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