‘Bandeira só será vermelha se for preciso sangue’; Bolsonaro assume a Presidência do Brasil

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Nesta terça-feira (1) tomou posse em Brasília o 38º Presidente do Brasil: Jair Messias Bolsonaro. O capitão militar da reserva venceu as eleições em outubro de 2018 com 55,13% dos votos. A partir de agora, o quinto presidente eleito pelo povo desde a redemocratização em 1985 tem a missão de governar o País pelos próximos […]

POR Redação SRzd01/01/2019|11 min de leitura

‘Bandeira só será vermelha se for preciso sangue’; Bolsonaro assume a Presidência do Brasil

Posse de Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá

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Nesta terça-feira (1) tomou posse em Brasília o 38º Presidente do Brasil: Jair Messias Bolsonaro.

O capitão militar da reserva venceu as eleições em outubro de 2018 com 55,13% dos votos. A partir de agora, o quinto presidente eleito pelo povo desde a redemocratização em 1985 tem a missão de governar o País pelos próximos quatro anos (2019-2022).

+ conheça na íntegra o plano de governo de Jair Bolsonaro

+ vídeo: Jair Bolsonaro usa Facebook para fazer primeiro discurso como presidente eleito

Bolsonaro e a primeira-dama Michelle saíram da Granja do Torto, onde estava instalada a família durante o período de transição entre os governos por volta das 14h20. Antes das 15h, o presidente teve seu primeiro compromisso dentro do rito de posse: cumprimentou autoridades em frente à Catedral de Brasília e saiu em cortejo, em carro aberto, ao lado da mulher e de um dos filhos, Carlos Bolsonaro. O vice Hamilton Mourão o seguiu em outro veículo.

O carro utilizado é o mesmo da época de Getúlio Vargas, um Rolls Royce conversível modelo Silver Wraith, de 1952. O automóvel foi seguido por seguranças e pela cavalaria. No percurso, um dos animas se assustou logo no início do trajeto e entrou na frente do carro, criando uma pequena confusão.

O cortejo foi até a rampa do Congresso Nacional onde o Bolsonaro e Mourão foram recebidos pelos presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia. Dentro do Congresso, Bolsonaro e Mourão fizeram o juramento e prometeram respeitar a Constituição Federal de 1988. Posteriormente, assinaram o termo de posse. Bolsonaro e Eunício discursaram ao final.

Bolsonaro discursa no Congresso Nacional. Foto: Câmara dos Deputados

O compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão

 

Na fala de cerca de 10 minutos aos Deputados e Senadores, Bolsonaro fez questão de lembrar o atentado que o deixou no hospital por 23 dias: “Hoje, aqui estou, fortalecido, emocionado e profundamente agradecido, a Deus pela minha vida e aos brasileiros, por confiarem a mim a honrosa missão de governar o Brasil, neste período de grandes desafios e, ao mesmo tempo, de enorme esperança”.

Ele também propôs um pacto nacional e disse que “tem uma oportunidade única de reconstruir o País, de resgatar a esperança dos compatriotas” e “o compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão”.

Bolsonaro afirmou que o novo governo vai priorizar quatro pontos: combate à corrupção; combate à criminalidade; economia e dar fim à irresponsabilidade ideológica. Outras questões que tiveram destaque no discurso foi o combate à ideologia de gênero, a abertura do mercado e a segurança.

Já passavam das 16h quando Michel Temer encontrou Bolsonaro e finalmente lhe passou a faixa presidencial no Palácio do Planalto. O momento mereceu aplausos e coros vindos dos apoiadores, vestidos de verde e amarelo, que compareceram à posse. Durante o rito, eles bradavam palavras de ordem, como: “Mito”, “O capitão chegou” e “Eu vim de graça”.

GSI estima pouco mais de 100 mil pessoas na posse de Bolsonaro. Foto: Agência Brasil

Antes do presidente voltar a discursar, dessa vez em público, a primeira-dama Michelle Bolsonaro falou em libras para agradecer o apoio recebido. Durante o pronunciamento, ela interrompeu sua fala para beijar o presidente, após gritos dos bolsonaristas de “Beija, beija”.

Em frente à multidão que o elegeu, Bolsonaro falou de forma mais informal. Reafirmou o compromisso constitucional e prometeu um governo de mudanças. Ele também lembrou que foi eleito com a campanha mais barata da história e voltou a dizer que vai pôr fim ao socialismo e que a bandeira brasileira jamais será vermelha, exceto se for necessário sangue para evitar que ela deixe de ser verde e amarela.

Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros

“Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros. Ideologias que destroem nossos valores e tradições, destroem nossas famílias, alicerce da nossa sociedade”, falou ao público no Palácio do Planalto.

Nas redes sociais, choveram críticas ao presidente. As hashtags “Fora Bolsonaro”, “Bozo” e “Possessão do Bolsonaro” ficaram no top 10 do Twitter, concorrendo com outro, em apoio ao novo comandante do executivo: “Posse do Presidente”.

+ GSI estima pouco mais de 100 mil pessoas na posse de Bolsonaro; expectativa era de meio milhão

Bolsonaro e Mourão se dirigiram em seguida ao Salão Nobre do Palácio do Planalto, onde ocorreu a posse dos 22 ministros e a foto oficial do primeiro escalão do governo. A partir das 19h, houve uma recepção, no Itamaraty, oferecida pelo presidente e primeira-dama às autoridades.

+ confira a lista de ministros do governo Bolsonaro:

André Luiz de Almeida Mendonça, Advogado Geral da União;
General Heleno, Gabinete de Segurança Institucional;
Carlos Alberto dos Santos Cruz, Ministro da Secretaria de Governo;
Wagner de Campos Rosário, Ministro da Transparência;
Damares Alves, Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos;
Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto, Ministro do Desenvolvimento Regional;
Marcelo Álvaro Antônio, Ministro do Turismo;
Marcos Pontes, Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
Almirante Bento Albuquerque, Ministro das Minas e Energia;
Luiz Mandetta, Ministro da Saúde;
Osmar Terra, Ministro da Cidadania;
Ricardo Vélez Rodrigues, Ministro da Educação;
Tereza Cristina da Costa Dias, Ministra da Agricultura;
Tarcísio Gomes de Freitas, Ministro da Infraestrutura;
Paulo Guedes, Ministro da Economia;
Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores;
Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil;
Sergio Moro, Ministro da Justiça e da Segurança Pública;
General Fernando Azevedo e Silva, Ministro da Defesa;
Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central;
Gustavo Bebianno, Secretário-Geral da Presidência da República;
Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente.

+ menor número de delegações estrangeiras

A posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República contabilizou o menor número de delegações estrangeiras em cerimônias de primeiro mandato em quase três décadas. Neste ano, 46 delegações estrangeiras foram até a capital federal, segundo informou nesta terça-feira (1) o Itamaraty. Desses, dez vieram lideradas por seus chefes de Estado ou governo.

Não presente em Brasília, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou Bolsonaro, via rede social, pelo discurso na posse: “Parabéns ao presidente Jair Bolsonaro que acabou de fazer um grande discurso de inauguração. Os EUA estão com você!”, escreveu o governante americano.

O presidente do Brasil agradeceu em seguida: “Senhor Presidente Trump, agradeço suas palavras de apoio. Juntos, sob a proteção de Deus, traremos mais prosperidade e progresso para nossos povos!”.

Quem também não foi ao rito em Brasília foram os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Roussef. Eles sequer tiveram lugares marcados na primeira fileira do Salão Nobre do Palácio do Planalto. A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que todos os ex-presidentes foram convidados para a posse, com exceção de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado da Lava Jato e que está preso desde abril do ano passado.

Dilma e FHC ficam de fora da posse de Bolsonaro. Foto: Reprodução

+ tratamento dado à imprensa repercute nas redes sociais

Muitos jornalistas credenciados para fazer a cobertura da posse do presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira usaram o Twitter para reclamar do tratamento dado à imprensa, tanto por parte da polícia, quanto da organização do evento.

Jornalistas reclamam do tratamento dado à imprensa durante posse de Bolsonaro. Foto: Reprodução do Twitter

“Quando chegaram aos “chiqueiros” nos quais foram confinados, jornalistas foram avisados: não pulem as cordas, se pularem, levam tiro. A que ponto chegamos. E tem gente que defende esse tipo de tratamento autoritário. Por tanto medo de jornalistas? Algo tem a esconder?”, tuitou Vicente Nunes, colunista do Correio Braziliense.

“Não se trata cachorro como os jornalistas são tratados na posse de Bolsonaro. Não tem água, precisa de autorização pra ir ao banheiro, não pode circular pra lugar nenhum, jornada de 14 horas, fomos revistados duas vezes e nos alertaram que há risco de levar bala dos atiradores”, relatou em sua rede a jornalista Amanda Audi, do The Intercept Brasil.

+ jornalistas internacionais deixam Itamaraty antes da posse; ‘chiqueirinho’

“Injustificável, rigor de segurança na posse alimenta narrativa de trama contra Bolsonaro. Imprensa é tratada com desrespeito. Há ostentação militar nas ruas de Brasília inadequada numa democracia”, afirmou Kennedy Alencar.

“Seguranças também estão barrando maçãs trazidas por jornalistas, que precisaram chegar no começo da manhã para cobrir a posse, que se estende até a noite. As frutas poderiam ser arremessadas no presidente Bolsonaro, justificaram”, tuitou a jornalista da Folha, Anna Virginia Balloussier.

“Jornalistas internacionais de agências da China e França ficaram irritados com as restrições no Itamaraty e pediram pra deixar o local de cobertura da posse. Foi explicado que não era possível transitar livremente pela Esplanada. Eles voltaram em um ônibus do governo para o CCBB”, tuitou a jornalista da CBN, Basília Rodrigues.

+ figura controversa, Bolsonaro rompeu a polarização PT-PSDB

Bolsonaro nasceu em Glicério, em São Paulo no dia 21 de março de 1955.

É militar da reserva e filiado ao Partido Social Liberal. Deputado Federal desde 1991, atualmente em seu sétimo mandato, foi eleito pelo Partido Progressista, de Paulo Maluf. Seu irmão Renato Bolsonaro e três de seus filhos também estão na vida pública

Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando os salários de oficiais militares, motivo pelo qual foi preso por quinze dias. Foi absolvido dois anos depois.

Bolsonaro ingressou na reserva em 1988, com o posto de capitão, e concorreu à Câmara Municipal do Rio de Janeiro naquele ano, sendo eleito como membro do Partido Democrata Cristão. Em 1990, Bolsonaro foi o candidato mais votado do Estado do Rio de Janeiro para a Câmara dos Deputados, com apoio de 6% do eleitorado fluminense, somando 464 mil votos. Foi reeleito por seis vezes. Durante seus 27 anos como congressista, Bolsonaro ficou conhecido como uma personalidade controversa, por conta de suas visões de extrema-direita.

Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura à Presidência do Brasil em março de 2016 como membro do Partido Social Cristão. Em janeiro de 2018, no entanto, anunciou sua filiação ao PSL, o nono partido político de sua carreira desde que foi eleito vereador.

Sua campanha presidencial foi lançada em agosto de 2018, com o general aposentado Hamilton Mourão como vice na chapa. Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, com pouco mais de 46% dos votos válidos.

Durante a campanha, em 6 de setembro, foi alvo de um ataque em Minas Gerais e ferido com uma faca. Permaneceu hospitalizado por semanas, e não mais participou de atos públicos ou debates, seguindo recomendações médicas num primeiro momento, e por estratégia, segundo ele mesmo, nos últimos dias.

No segundo turno, enfrentou o candidato Fernando Haddad, do PT. O embate foi marcado por acusações, agressões e altos níveis de debate entre os seguidores e apoiadores de ambos, num enfrentamento poucas vezes vistos nas disputas eleitorais do Brasil.

Defensor declarado do regime militar (1964-1985), de práticas de tortura do mesmo regime e acusado de homofobia, racismo e machismo, chega ao Palácio do Planalto após romper a polarização entre PT e PSDB, que revezaram-se no comando do país desde 1994.

Nesta terça-feira (1) tomou posse em Brasília o 38º Presidente do Brasil: Jair Messias Bolsonaro.

O capitão militar da reserva venceu as eleições em outubro de 2018 com 55,13% dos votos. A partir de agora, o quinto presidente eleito pelo povo desde a redemocratização em 1985 tem a missão de governar o País pelos próximos quatro anos (2019-2022).

+ conheça na íntegra o plano de governo de Jair Bolsonaro

+ vídeo: Jair Bolsonaro usa Facebook para fazer primeiro discurso como presidente eleito

Bolsonaro e a primeira-dama Michelle saíram da Granja do Torto, onde estava instalada a família durante o período de transição entre os governos por volta das 14h20. Antes das 15h, o presidente teve seu primeiro compromisso dentro do rito de posse: cumprimentou autoridades em frente à Catedral de Brasília e saiu em cortejo, em carro aberto, ao lado da mulher e de um dos filhos, Carlos Bolsonaro. O vice Hamilton Mourão o seguiu em outro veículo.

O carro utilizado é o mesmo da época de Getúlio Vargas, um Rolls Royce conversível modelo Silver Wraith, de 1952. O automóvel foi seguido por seguranças e pela cavalaria. No percurso, um dos animas se assustou logo no início do trajeto e entrou na frente do carro, criando uma pequena confusão.

O cortejo foi até a rampa do Congresso Nacional onde o Bolsonaro e Mourão foram recebidos pelos presidentes do Senado, Eunício Oliveira, e da Câmara, Rodrigo Maia. Dentro do Congresso, Bolsonaro e Mourão fizeram o juramento e prometeram respeitar a Constituição Federal de 1988. Posteriormente, assinaram o termo de posse. Bolsonaro e Eunício discursaram ao final.

Bolsonaro discursa no Congresso Nacional. Foto: Câmara dos Deputados

O compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão

 

Na fala de cerca de 10 minutos aos Deputados e Senadores, Bolsonaro fez questão de lembrar o atentado que o deixou no hospital por 23 dias: “Hoje, aqui estou, fortalecido, emocionado e profundamente agradecido, a Deus pela minha vida e aos brasileiros, por confiarem a mim a honrosa missão de governar o Brasil, neste período de grandes desafios e, ao mesmo tempo, de enorme esperança”.

Ele também propôs um pacto nacional e disse que “tem uma oportunidade única de reconstruir o País, de resgatar a esperança dos compatriotas” e “o compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão”.

Bolsonaro afirmou que o novo governo vai priorizar quatro pontos: combate à corrupção; combate à criminalidade; economia e dar fim à irresponsabilidade ideológica. Outras questões que tiveram destaque no discurso foi o combate à ideologia de gênero, a abertura do mercado e a segurança.

Já passavam das 16h quando Michel Temer encontrou Bolsonaro e finalmente lhe passou a faixa presidencial no Palácio do Planalto. O momento mereceu aplausos e coros vindos dos apoiadores, vestidos de verde e amarelo, que compareceram à posse. Durante o rito, eles bradavam palavras de ordem, como: “Mito”, “O capitão chegou” e “Eu vim de graça”.

GSI estima pouco mais de 100 mil pessoas na posse de Bolsonaro. Foto: Agência Brasil

Antes do presidente voltar a discursar, dessa vez em público, a primeira-dama Michelle Bolsonaro falou em libras para agradecer o apoio recebido. Durante o pronunciamento, ela interrompeu sua fala para beijar o presidente, após gritos dos bolsonaristas de “Beija, beija”.

Em frente à multidão que o elegeu, Bolsonaro falou de forma mais informal. Reafirmou o compromisso constitucional e prometeu um governo de mudanças. Ele também lembrou que foi eleito com a campanha mais barata da história e voltou a dizer que vai pôr fim ao socialismo e que a bandeira brasileira jamais será vermelha, exceto se for necessário sangue para evitar que ela deixe de ser verde e amarela.

Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros

“Não podemos deixar que ideologias nefastas venham a dividir os brasileiros. Ideologias que destroem nossos valores e tradições, destroem nossas famílias, alicerce da nossa sociedade”, falou ao público no Palácio do Planalto.

Nas redes sociais, choveram críticas ao presidente. As hashtags “Fora Bolsonaro”, “Bozo” e “Possessão do Bolsonaro” ficaram no top 10 do Twitter, concorrendo com outro, em apoio ao novo comandante do executivo: “Posse do Presidente”.

+ GSI estima pouco mais de 100 mil pessoas na posse de Bolsonaro; expectativa era de meio milhão

Bolsonaro e Mourão se dirigiram em seguida ao Salão Nobre do Palácio do Planalto, onde ocorreu a posse dos 22 ministros e a foto oficial do primeiro escalão do governo. A partir das 19h, houve uma recepção, no Itamaraty, oferecida pelo presidente e primeira-dama às autoridades.

+ confira a lista de ministros do governo Bolsonaro:

André Luiz de Almeida Mendonça, Advogado Geral da União;
General Heleno, Gabinete de Segurança Institucional;
Carlos Alberto dos Santos Cruz, Ministro da Secretaria de Governo;
Wagner de Campos Rosário, Ministro da Transparência;
Damares Alves, Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos;
Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto, Ministro do Desenvolvimento Regional;
Marcelo Álvaro Antônio, Ministro do Turismo;
Marcos Pontes, Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
Almirante Bento Albuquerque, Ministro das Minas e Energia;
Luiz Mandetta, Ministro da Saúde;
Osmar Terra, Ministro da Cidadania;
Ricardo Vélez Rodrigues, Ministro da Educação;
Tereza Cristina da Costa Dias, Ministra da Agricultura;
Tarcísio Gomes de Freitas, Ministro da Infraestrutura;
Paulo Guedes, Ministro da Economia;
Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores;
Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil;
Sergio Moro, Ministro da Justiça e da Segurança Pública;
General Fernando Azevedo e Silva, Ministro da Defesa;
Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central;
Gustavo Bebianno, Secretário-Geral da Presidência da República;
Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente.

+ menor número de delegações estrangeiras

A posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República contabilizou o menor número de delegações estrangeiras em cerimônias de primeiro mandato em quase três décadas. Neste ano, 46 delegações estrangeiras foram até a capital federal, segundo informou nesta terça-feira (1) o Itamaraty. Desses, dez vieram lideradas por seus chefes de Estado ou governo.

Não presente em Brasília, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou Bolsonaro, via rede social, pelo discurso na posse: “Parabéns ao presidente Jair Bolsonaro que acabou de fazer um grande discurso de inauguração. Os EUA estão com você!”, escreveu o governante americano.

O presidente do Brasil agradeceu em seguida: “Senhor Presidente Trump, agradeço suas palavras de apoio. Juntos, sob a proteção de Deus, traremos mais prosperidade e progresso para nossos povos!”.

Quem também não foi ao rito em Brasília foram os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Roussef. Eles sequer tiveram lugares marcados na primeira fileira do Salão Nobre do Palácio do Planalto. A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que todos os ex-presidentes foram convidados para a posse, com exceção de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado da Lava Jato e que está preso desde abril do ano passado.

Dilma e FHC ficam de fora da posse de Bolsonaro. Foto: Reprodução

+ tratamento dado à imprensa repercute nas redes sociais

Muitos jornalistas credenciados para fazer a cobertura da posse do presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira usaram o Twitter para reclamar do tratamento dado à imprensa, tanto por parte da polícia, quanto da organização do evento.

Jornalistas reclamam do tratamento dado à imprensa durante posse de Bolsonaro. Foto: Reprodução do Twitter

“Quando chegaram aos “chiqueiros” nos quais foram confinados, jornalistas foram avisados: não pulem as cordas, se pularem, levam tiro. A que ponto chegamos. E tem gente que defende esse tipo de tratamento autoritário. Por tanto medo de jornalistas? Algo tem a esconder?”, tuitou Vicente Nunes, colunista do Correio Braziliense.

“Não se trata cachorro como os jornalistas são tratados na posse de Bolsonaro. Não tem água, precisa de autorização pra ir ao banheiro, não pode circular pra lugar nenhum, jornada de 14 horas, fomos revistados duas vezes e nos alertaram que há risco de levar bala dos atiradores”, relatou em sua rede a jornalista Amanda Audi, do The Intercept Brasil.

+ jornalistas internacionais deixam Itamaraty antes da posse; ‘chiqueirinho’

“Injustificável, rigor de segurança na posse alimenta narrativa de trama contra Bolsonaro. Imprensa é tratada com desrespeito. Há ostentação militar nas ruas de Brasília inadequada numa democracia”, afirmou Kennedy Alencar.

“Seguranças também estão barrando maçãs trazidas por jornalistas, que precisaram chegar no começo da manhã para cobrir a posse, que se estende até a noite. As frutas poderiam ser arremessadas no presidente Bolsonaro, justificaram”, tuitou a jornalista da Folha, Anna Virginia Balloussier.

“Jornalistas internacionais de agências da China e França ficaram irritados com as restrições no Itamaraty e pediram pra deixar o local de cobertura da posse. Foi explicado que não era possível transitar livremente pela Esplanada. Eles voltaram em um ônibus do governo para o CCBB”, tuitou a jornalista da CBN, Basília Rodrigues.

+ figura controversa, Bolsonaro rompeu a polarização PT-PSDB

Bolsonaro nasceu em Glicério, em São Paulo no dia 21 de março de 1955.

É militar da reserva e filiado ao Partido Social Liberal. Deputado Federal desde 1991, atualmente em seu sétimo mandato, foi eleito pelo Partido Progressista, de Paulo Maluf. Seu irmão Renato Bolsonaro e três de seus filhos também estão na vida pública

Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e serviu nos grupos de artilharia de campanha e paraquedismo do Exército Brasileiro. Tornou-se conhecido do público em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando os salários de oficiais militares, motivo pelo qual foi preso por quinze dias. Foi absolvido dois anos depois.

Bolsonaro ingressou na reserva em 1988, com o posto de capitão, e concorreu à Câmara Municipal do Rio de Janeiro naquele ano, sendo eleito como membro do Partido Democrata Cristão. Em 1990, Bolsonaro foi o candidato mais votado do Estado do Rio de Janeiro para a Câmara dos Deputados, com apoio de 6% do eleitorado fluminense, somando 464 mil votos. Foi reeleito por seis vezes. Durante seus 27 anos como congressista, Bolsonaro ficou conhecido como uma personalidade controversa, por conta de suas visões de extrema-direita.

Bolsonaro anunciou sua pré-candidatura à Presidência do Brasil em março de 2016 como membro do Partido Social Cristão. Em janeiro de 2018, no entanto, anunciou sua filiação ao PSL, o nono partido político de sua carreira desde que foi eleito vereador.

Sua campanha presidencial foi lançada em agosto de 2018, com o general aposentado Hamilton Mourão como vice na chapa. Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, com pouco mais de 46% dos votos válidos.

Durante a campanha, em 6 de setembro, foi alvo de um ataque em Minas Gerais e ferido com uma faca. Permaneceu hospitalizado por semanas, e não mais participou de atos públicos ou debates, seguindo recomendações médicas num primeiro momento, e por estratégia, segundo ele mesmo, nos últimos dias.

No segundo turno, enfrentou o candidato Fernando Haddad, do PT. O embate foi marcado por acusações, agressões e altos níveis de debate entre os seguidores e apoiadores de ambos, num enfrentamento poucas vezes vistos nas disputas eleitorais do Brasil.

Defensor declarado do regime militar (1964-1985), de práticas de tortura do mesmo regime e acusado de homofobia, racismo e machismo, chega ao Palácio do Planalto após romper a polarização entre PT e PSDB, que revezaram-se no comando do país desde 1994.

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