O presidente Jair Bolsonaro se manifestou, na madrugada desta sexta-feira (12), sobre o ato que marcou a leitura da carta pela democracia, elaborada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
O documento recolheu mais de um milhão de assinaturas e teve a adesão de professores, alunos, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), banqueiros, candidatos à Presidência e membros da sociedade civil. Artistas também gravaram um vídeo sobre o conteúdo.
Em publicações feitas no Twitter, o mandatário da República mais uma vez ironizou o documento assinado por juristas, artistas e acadêmicos e afirmou que o Brasil já tem sua carta pela democracia e que ela é a Constituição.
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“Acredito que a carta pela democracia, que foi lida na micareta do PT, teve algumas de suas páginas rasgadas, principalmente nas partes em que deveriam repudiar o apoio, inclusive financeiro, a ditaduras como Cuba, Nicarágua e Venezuela, bem como o controle da mídia/internet”, escreveu o presidente.
Na sequência da postagem, Bolsonaro afirmou que o documento, para efeitos legais, vale menos que papel higiênico. A publicação é acompanhada de uma foto do presidente com a Constituição de 1988 na mão.
“Do contrário, assinar uma carta pela democracia enquanto apoia regimes que a desprezam e atacam os seus pilares tem a mesma relevância que uma carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno, ou um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque”, continuou.
“O Brasil já tem sua carta pela democracia: a Constituição. Essa é a única carta que importa na garantia do estado democrático de direito, mas foi justamente ela que foi atacada pelos que agora promovem um texto paralelo que, para efeitos legais, vale menos que papel higiênico”, completou.
“Das duas uma, ou a esquerda repentinamente se arrependeu de suas ameaças crônicas à nossa democracia, como os esquemas de corrupção, os ataques à propriedade privada e a promoção de atos violentos, ou trata-se de uma jogada eleitoral desesperada. O golpe tá aí, cai quem quer”, finalizou.
O documento da USP, que também foi lido em diversas cidades do Brasil e até no exterior, é inspirado na Carta aos Brasileiros, de agosto de 1977, lida em público pelo professor Goffredo Telles Júnior, no mesmo local, por ocasião dos 150 anos de criação dos cursos jurídicos no país. Na época, o documento denunciava a Ditadura Militar e os abusos cometidos sob o regime.
Além do ex-presidente Lula, os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronick (União Brasil), Felipe D’Avila (Novo), José Maria Eymael (DC), Leonardo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) também assinaram o documento.