O deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL, ironizou a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão, do jornal “O Globo”, durante a ditadura militar no Brasil.
Em sua conta do Twitter, nesse domingo (3), o parlamentar compartilhou uma coluna dela e escreveu “ainda com pena da cobra”, em referência a uma das sessões de tortura sofrida pela jornalista.
Miriam Leitão foi presa e torturada enquanto estava grávida por agentes do governo durante a ditadura militar no Brasil. Em uma das sessões de tortura, ela foi deixada nua numa sala escura com uma cobra. Ela foi presa quando tinha 19 anos, em um batalhão do Exército localizado em Vitória.
Na manhã desta segunda-feira (4), o deputado Orlando Silva, do PC do B, afirmou que seu partido abrirá uma representação no Conselho de Ética da Câmara.
“Consultei o partido e faremos representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara pelo deboche afrontoso e desumano à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão. Esse canalha sórdido não ficará impune!”, tuitou.
Em entrevista à rádio CBN, o parlamentar pediu desculpas à jornalista e disse que o Congresso está “constrangido”. “Quero pedir desculpas à jornalista Miriam Leitão pelo gesto abominável de Eduardo Bolsonaro, que ironizou algo tão bárbaro. A tortura é desumano. Por isso, vamos abrir essa representação, porque esse deputado, cada dia mais, viola o decoro parlamentar. É uma violência que constrange o Parlamento”, disse Orlando Silva.
O deboche do filho do presidente Jair Bolsonaro se originou após a jornalista compartilhar seu texto no jornal. Junto com o artigo, Miriam escreveu “qual é o erro da terceira via? É tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia. Coluna de domingo”.
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