Mortes por Covid: auditor do TCU desmente Bolsonaro; ‘Indignado’
O auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, investigado por produzir documento apontando suspeitas de superdimensionamento no número de mortes por Covid-19 no Brasil e que foi citado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como exemplo de manipulação dos números, afirmou em depoimento que o material citado pelo […]
POR Redação SRzd14/08/2021|5 min de leitura
O auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, investigado por produzir documento apontando suspeitas de superdimensionamento no número de mortes por Covid-19 no Brasil e que foi citado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como exemplo de manipulação dos números, afirmou em depoimento que o material citado pelo chefe do Executivo, foi alterado.
“Quando eu vi o pronunciamento do presidente Bolsonaro, eu fiquei totalmente indignado, porque achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência”.
O relato do servidor do TCU foi prestado no âmbito de um processo disciplinar aberto contra ele. Caso considerado culpado, pode ser afastado do cargo efetivo ou até mesmo demitido.
No dia 7 de junho Bolsonaro falou para apoiadores no cercadinho, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, que um suposto “estudo paralelo” do TCU concluiu que 50% das mortes por Covid em 2020 não teriam sido causadas pela doença:
“Ali, o relatório final não é conclusivo, mas disse que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, afirmou Bolsonaro.
Segundo o auditor, o material foi debatido entre ele e os demais colegas de trabalho, que acabaram chegando à conclusão de que não havia nenhuma evidência da existência de um conluio entre gestores públicos e médicos para superdimensionar os números da pandemia:
“Mostrei para o meu pai, e em nenhum momento eu imaginei que ele fosse encaminhar isso para outra pessoa. Na segunda-feira foi quando eu tomei conhecimento da fala do presidente Bolsonaro e fiquei atônito. E então meu pai me explicou que encaminhou o arquivo em word para o presidente Bolsonaro”, contou.
A CPI da Covid-19 no Senado Federal aprovou, ainda em junho, a convocação do auditor. O depoimento deve acontecer na próxima terça-feira (17). O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o servidor a ficar em silêncio. O TCU já havia desmentido a afirmação do presidente da República.
O auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, investigado por produzir documento apontando suspeitas de superdimensionamento no número de mortes por Covid-19 no Brasil e que foi citado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como exemplo de manipulação dos números, afirmou em depoimento que o material citado pelo chefe do Executivo, foi alterado.
“Quando eu vi o pronunciamento do presidente Bolsonaro, eu fiquei totalmente indignado, porque achei totalmente irresponsabilidade o mandatário da nação sair falando que o tribunal tinha um relatório publicado, que mais da metade das mortes por Covid não era por Covid. Eu achei bem, uma afronta a tudo que a gente sabe que acontece, a todas as informações públicas, à ciência”.
O relato do servidor do TCU foi prestado no âmbito de um processo disciplinar aberto contra ele. Caso considerado culpado, pode ser afastado do cargo efetivo ou até mesmo demitido.
No dia 7 de junho Bolsonaro falou para apoiadores no cercadinho, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, que um suposto “estudo paralelo” do TCU concluiu que 50% das mortes por Covid em 2020 não teriam sido causadas pela doença:
“Ali, o relatório final não é conclusivo, mas disse que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, afirmou Bolsonaro.
Segundo o auditor, o material foi debatido entre ele e os demais colegas de trabalho, que acabaram chegando à conclusão de que não havia nenhuma evidência da existência de um conluio entre gestores públicos e médicos para superdimensionar os números da pandemia:
“Mostrei para o meu pai, e em nenhum momento eu imaginei que ele fosse encaminhar isso para outra pessoa. Na segunda-feira foi quando eu tomei conhecimento da fala do presidente Bolsonaro e fiquei atônito. E então meu pai me explicou que encaminhou o arquivo em word para o presidente Bolsonaro”, contou.
A CPI da Covid-19 no Senado Federal aprovou, ainda em junho, a convocação do auditor. O depoimento deve acontecer na próxima terça-feira (17). O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o servidor a ficar em silêncio. O TCU já havia desmentido a afirmação do presidente da República.