Após susto no início, Beija-Flor inaugura novo estilo de desfile na Sapucaí

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

A maior campeã da passarela do samba, a Beija-Flor de Nilópolis, foi a penúltima escola na Avenida, na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí. Um das cotadas como favoritas do ano, enfrentou um drama ainda nos primeiros minutos de sua apresentação. Um princípio de incêndio […]

POR Redação SRzd21/02/2023|10 min de leitura

Após susto no início, Beija-Flor inaugura novo estilo de desfile na Sapucaí

Beija-Flor. Reprodução

| Siga-nos Google News

A maior campeã da passarela do samba, a Beija-Flor de Nilópolis, foi a penúltima escola na Avenida, na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí.

Um das cotadas como favoritas do ano, enfrentou um drama ainda nos primeiros minutos de sua apresentação. Um princípio de incêndio numa alegoria assustou quem estava em volta. Tudo foi controlado rapidamente e o carro entrou na pista, com o destaque, devidamente recolocado em seu lugar.

Passado o susto inicial, e maior campeã da Sapucaí mostrou o seu tamanho. Com uma abertura impactante, foi panfletária, arrojada e usou e abusou da nova iluminação da passarela ao longo de toda a exibição, como nenhuma outra tinha arriscado até agora.

Algumas falhas de acabamento e certa diversidade na forma de contar o enredo através dos elementos visuais, causaram dúvida. Mas de fato, inaugurou novo estilo de desfilar, pelo uso da tecnologia de iluminação e pelo que se pode chamar de evolução em forma de passeata. Nota de destaque para a interação entre Ludmilla e Neguinho da Beija-Flor no comando do carro de som.

+ quesito, enredo:

A campeoníssima Beija-flor cantou o enredo Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência, dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues.

A escola foi buscar inspiração em carnavais criados pelos mestres Joãozinho Trinta e Laíla para tentar reencontrar o caminho das vitórias.

Os nilopolitanos levantaram a bandeira da luta pelos direitos da população na esteira dos 200 anos da independência oficial do Brasil;  o 7 de setembro de 1822.

Mas, para guiar o enredo, escolheram a data de 2 de julho de 1823, data conhecida por comemorar a Independência da Bahia.

A Independência do maior estado do Nordeste foi um movimento de luta armada que começou a germinar após a atitude de D. Pedro l de proclamar a Independência do Brasil em setembro de 1822, pois Corte Portuguesa exigia a sua volta para Lisboa e o retorno do Brasil a condição de colônia de Portugal.

Inspirada nesse cenário histórico, a Beija-Flor, que tem se caracterizado por trazer temas classificados como verdadeiros panfletos sociais para a folia nos último anos, protestou em favor daqueles que seguem excluídos da divisão das riquezas e dos direitos civis no país.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A escola inicia o seu desfile demonstrando comprometimento e concentração em relação ao canto, componentes dominam o samba-enredo e vão preenchendo a Avenida com musicalidade, andamento moderado e sincronia entre ritmo e melodia. A evolução segue o ritmo do canto e vai se estruturando pela Avenida demonstrando equilíbrio entre as alas”.

Cadu Zugliani: “Samba com cara de Beija-Flor, com jeito de Beija-Flor, ritmo e andamento. A novidade estava no carro de som, Ludmilla dividindo o microfone com Neguinho. Foram bem, ela parecia bem empolgada com a novidade. Aliás, o nosso Carnaval precisa de mulheres como primeiras vozes. Uma apresentação corretíssima. Samba que contava bem o enredo e com a característica do que a escola tem feito nos últimos anos”.

Bruno Moraes: “A bateria da Beija-Flor veio com sua batucada tradicional, ao longo da pista, apresentou uma bateria com um andamento mais baixo, porém cheio de swing. O bom desenho de tamborim e o entrosamento com o chocalho ajudaram bastante no todo da bateria. Sua terceiras com sua levada que dão identidade a essa bateria, deram mais um show. Ritmo e apresentações aos julgadores foram bem eficientes. Mestre Rodney é experiente e sabe o que fazer para conseguir as notas tão sonhadas.

Jaime Cezário: “O grito dos excluídos foi ouvido na Sapucaí! A escola levantou a bandeira das minorias que sofrem com o descaso dos governos desde tempos idos. Começa exaltando as revoltas ocorridas no país no século XIX, como a Cabanagem e a Revolta dos Malês, entre outras. Nesse ritmo atravessou o século XX, chegando aos dias de hoje. Cobrando igualdade de direito, justiça social e tudo mais que podia. Podemos dizer que criou um novo estilo de desfile: o passeata. Vimos faixas com cobranças, mostrando que o povo tem fome, quer mais educação e que acabem a discriminação e o racismo. Nossas lutas diárias foram vistas nesse desfile. A Beija-flor sempre faz uma apresentação de excelência, mas fiquei curioso em saber o porque da utilização de tanto ouro, até a primeira metade do desfile, mostrando fantasias e alegorias requintadas falando desses movimentos do povo humilde e guerreiro do nosso país. Inclusive, após um início de incêndio no conjunto alegórico do abre-alas, o carro do meio desfilou apagado e com a estrutura do queijo central mostrando as ferragens. A partir da metade da sua apresentação, as fantasias começaram a entrar mais no clima povão, e aí sim, nos identificamos. Uma mensagem de basta de opressão e que sejamos valorizados e não mais excluídos, ficou clara. A alegoria que retratava o período dos anos de chumbo no Brasil, trazia dragões que apresentavam um acabamento precário, que não condiz com o padrão Beija-Flor de se apresentar. Dessa forma, a ‘subversiva’ Beija-Flor fez sua apresentação”.

Junior Schall: “A Beija-Flor, quinta escola da noite, desenvolveu com a sua tradicional técnica apurada de desfile um enredo forte, com um viés de crítica social exposto de modo vigoroso, ao longo de toda ilustração visual da composição do seu cortejo, apoiado, como de costume, pela sólida base da sua comunidade. A agremiação de Nilópolis foi a segunda entidade a fazer uso da interatividade da iluminação cênica da Avenida com a sua apresentação. Indo além, no entanto, da utilização desse recurso somente na Comissão de Frente. Em diversos momentos a cena da escola teve essa intervenção, de modo pontual, criando uma outra via de observação para a sua evolução e a construção dos seus cenários de alas, segmentos e alegorias”.

Rachel Valença: “A Beija-flor precisou superar um princípio de incêndio em um de seus carros no início de seu desfile. É espantoso como o fez rapidamente e quase sem consequências. Impossível saber até que ponto esse incidente abateu o ânimo da escola, que não apresentou o desempenho comprometido, que é sua característica. Foi, sem dúvida, uma noite difícil para as escolas concorrentes”.

Eliane Souza: “Na performance apresentada por Claudinho e Selminha, eu confirmo que é possível preservar o bailado, seus movimentos, passos e gestual, conforme descritos e nomeados por Vilma Nascimento e Elson PV e, apresentá-los de forma atualizada e dinâmica. O mestre-sala apresentou em sua performance os movimentos obrigatórios da coreografia. Atualizando a execução e utilizando o movimento para fazer a corte à porta-bandeira e saudar o pavilhão, ele realizou o cruzado com o passo ‘beija-flor’, quando rodeou a porta-bandeira. Os passos miúdos do currupio foram feitos, sem o enlace, numa abreviação do movimento, porque o volume da saia da porta-bandeira não permitiu, mas ele o sincronizou à carrapeta, quando olhando para o pavilhão e para sua dama, se movimentou em piruetas simples, se deslocando no espaço, para em seguida, sapatear plantado no espaço, e oferecer a mão a sua dama, sincronizando assim seu movimento ao dela, que se deslocava nos giros do abano; gentil, ele depositou um beijo na mão da dama! E nessa pegada de mão, possibilitou a sua dama fazer seu movimento aviãozinho e, então juntos, ele fez a apresentação da bandeira para Selminha, marcou seu gestual, apoiando sua mão esquerda, em repouso, na cintura durante seus giros no abano. E, bailando, num formato moderno e demonstrando potência em sua performance, o casal demonstrou um perfeito entrosamento nas sequências de movimentos naturalmente realizados, deixando evidenciada sua integração e sintonia. Pude apreciar a postura zelosa na condução do pavilhão e, o estilo definido na sua singularidade de bailar, numa desenvoltura adquirida pelos anos de parceria e cumplicidade”.

Wallace Safra: “Representando a trajetória de uma brava gente que luta por igualdade e protagonismo da história, a comissão surpreendeu e executou um trabalho diferenciado. Usando as luzes da avenida a seu favor, os coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon trouxeram para avenida uma encenação que integralizou os bailarinos ao elemento coreográfico, com uma boa plástica, um desenvolvimento simples, mas objetivo. Com movimentos resgatados da época refratada, os bailarinos entregaram o que foi necessário para uma boa apresentação. A luz que foi motivo de surpresa, também atrapalhou o resultado visual da comissão, que, em determinado momento, se apresentou no escuro, dificultando a leitura dos movimentos. contudo, o resultado final é bom e direto. Destaque para a inovação proposta pelos coreógrafos.
Representando a magia negra e evocando a cultura afro-brasileira, os passistas desfilaram contra o código Penal de 1890. Com um samba característico da agremiação, a ala teve uma boa apresentação, com uma boa comunicação entre si e com o público. Falta energia e explosão nos movimentos, mas a ala compensa com entrega e canto. Destaque para a fantasia leve que contribuiu para a boa realização do trabalho apresentado pelos passistas”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

A Beija-Flor tem quatorze campeonatos no Grupo Especial do Rio de Janeiro, conquistados nos anos 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018. Ainda registra uma taça no Acesso, em 1954.

+ o desempenho da Beija-Flor nos últimos seis Carnavais:

Fundação: 25/12/1948
Cores: Azul e Branco
Presidente de Honra: Aniz Abrahão David
Presidente: Almir Reis
Carnavalescos: Alexandre Louzada e André Rodrigues
Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
Mestres de Bateria: Rodney e Plínio
Rainha de Bateria: Lorena Raissa
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon

(ordem de desfiles – Grupo Especial 2023)

+ domingo, 19 de fevereiro:

1º – Império Serrano (Campeão do Acesso 2022)
2º – Acadêmicos do Grande Rio
3º – Mocidade Independente de Padre Miguel
4º – Unidos da Tijuca
5º – Acadêmicos do Salgueiro
6º – Estação Primeira de Mangueira

+ segunda-feira, 20 de fevereiro:

1º – Paraíso do Tuiuti (11ª colocada do Grupo Especial 2022)
2º- Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Imperatriz Leopoldinense
5º – Beija-Flor de Nilópolis
6º – Unidos do Viradouro

A maior campeã da passarela do samba, a Beija-Flor de Nilópolis, foi a penúltima escola na Avenida, na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí.

Um das cotadas como favoritas do ano, enfrentou um drama ainda nos primeiros minutos de sua apresentação. Um princípio de incêndio numa alegoria assustou quem estava em volta. Tudo foi controlado rapidamente e o carro entrou na pista, com o destaque, devidamente recolocado em seu lugar.

Passado o susto inicial, e maior campeã da Sapucaí mostrou o seu tamanho. Com uma abertura impactante, foi panfletária, arrojada e usou e abusou da nova iluminação da passarela ao longo de toda a exibição, como nenhuma outra tinha arriscado até agora.

Algumas falhas de acabamento e certa diversidade na forma de contar o enredo através dos elementos visuais, causaram dúvida. Mas de fato, inaugurou novo estilo de desfilar, pelo uso da tecnologia de iluminação e pelo que se pode chamar de evolução em forma de passeata. Nota de destaque para a interação entre Ludmilla e Neguinho da Beija-Flor no comando do carro de som.

+ quesito, enredo:

A campeoníssima Beija-flor cantou o enredo Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência, dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues.

A escola foi buscar inspiração em carnavais criados pelos mestres Joãozinho Trinta e Laíla para tentar reencontrar o caminho das vitórias.

Os nilopolitanos levantaram a bandeira da luta pelos direitos da população na esteira dos 200 anos da independência oficial do Brasil;  o 7 de setembro de 1822.

Mas, para guiar o enredo, escolheram a data de 2 de julho de 1823, data conhecida por comemorar a Independência da Bahia.

A Independência do maior estado do Nordeste foi um movimento de luta armada que começou a germinar após a atitude de D. Pedro l de proclamar a Independência do Brasil em setembro de 1822, pois Corte Portuguesa exigia a sua volta para Lisboa e o retorno do Brasil a condição de colônia de Portugal.

Inspirada nesse cenário histórico, a Beija-Flor, que tem se caracterizado por trazer temas classificados como verdadeiros panfletos sociais para a folia nos último anos, protestou em favor daqueles que seguem excluídos da divisão das riquezas e dos direitos civis no país.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A escola inicia o seu desfile demonstrando comprometimento e concentração em relação ao canto, componentes dominam o samba-enredo e vão preenchendo a Avenida com musicalidade, andamento moderado e sincronia entre ritmo e melodia. A evolução segue o ritmo do canto e vai se estruturando pela Avenida demonstrando equilíbrio entre as alas”.

Cadu Zugliani: “Samba com cara de Beija-Flor, com jeito de Beija-Flor, ritmo e andamento. A novidade estava no carro de som, Ludmilla dividindo o microfone com Neguinho. Foram bem, ela parecia bem empolgada com a novidade. Aliás, o nosso Carnaval precisa de mulheres como primeiras vozes. Uma apresentação corretíssima. Samba que contava bem o enredo e com a característica do que a escola tem feito nos últimos anos”.

Bruno Moraes: “A bateria da Beija-Flor veio com sua batucada tradicional, ao longo da pista, apresentou uma bateria com um andamento mais baixo, porém cheio de swing. O bom desenho de tamborim e o entrosamento com o chocalho ajudaram bastante no todo da bateria. Sua terceiras com sua levada que dão identidade a essa bateria, deram mais um show. Ritmo e apresentações aos julgadores foram bem eficientes. Mestre Rodney é experiente e sabe o que fazer para conseguir as notas tão sonhadas.

Jaime Cezário: “O grito dos excluídos foi ouvido na Sapucaí! A escola levantou a bandeira das minorias que sofrem com o descaso dos governos desde tempos idos. Começa exaltando as revoltas ocorridas no país no século XIX, como a Cabanagem e a Revolta dos Malês, entre outras. Nesse ritmo atravessou o século XX, chegando aos dias de hoje. Cobrando igualdade de direito, justiça social e tudo mais que podia. Podemos dizer que criou um novo estilo de desfile: o passeata. Vimos faixas com cobranças, mostrando que o povo tem fome, quer mais educação e que acabem a discriminação e o racismo. Nossas lutas diárias foram vistas nesse desfile. A Beija-flor sempre faz uma apresentação de excelência, mas fiquei curioso em saber o porque da utilização de tanto ouro, até a primeira metade do desfile, mostrando fantasias e alegorias requintadas falando desses movimentos do povo humilde e guerreiro do nosso país. Inclusive, após um início de incêndio no conjunto alegórico do abre-alas, o carro do meio desfilou apagado e com a estrutura do queijo central mostrando as ferragens. A partir da metade da sua apresentação, as fantasias começaram a entrar mais no clima povão, e aí sim, nos identificamos. Uma mensagem de basta de opressão e que sejamos valorizados e não mais excluídos, ficou clara. A alegoria que retratava o período dos anos de chumbo no Brasil, trazia dragões que apresentavam um acabamento precário, que não condiz com o padrão Beija-Flor de se apresentar. Dessa forma, a ‘subversiva’ Beija-Flor fez sua apresentação”.

Junior Schall: “A Beija-Flor, quinta escola da noite, desenvolveu com a sua tradicional técnica apurada de desfile um enredo forte, com um viés de crítica social exposto de modo vigoroso, ao longo de toda ilustração visual da composição do seu cortejo, apoiado, como de costume, pela sólida base da sua comunidade. A agremiação de Nilópolis foi a segunda entidade a fazer uso da interatividade da iluminação cênica da Avenida com a sua apresentação. Indo além, no entanto, da utilização desse recurso somente na Comissão de Frente. Em diversos momentos a cena da escola teve essa intervenção, de modo pontual, criando uma outra via de observação para a sua evolução e a construção dos seus cenários de alas, segmentos e alegorias”.

Rachel Valença: “A Beija-flor precisou superar um princípio de incêndio em um de seus carros no início de seu desfile. É espantoso como o fez rapidamente e quase sem consequências. Impossível saber até que ponto esse incidente abateu o ânimo da escola, que não apresentou o desempenho comprometido, que é sua característica. Foi, sem dúvida, uma noite difícil para as escolas concorrentes”.

Eliane Souza: “Na performance apresentada por Claudinho e Selminha, eu confirmo que é possível preservar o bailado, seus movimentos, passos e gestual, conforme descritos e nomeados por Vilma Nascimento e Elson PV e, apresentá-los de forma atualizada e dinâmica. O mestre-sala apresentou em sua performance os movimentos obrigatórios da coreografia. Atualizando a execução e utilizando o movimento para fazer a corte à porta-bandeira e saudar o pavilhão, ele realizou o cruzado com o passo ‘beija-flor’, quando rodeou a porta-bandeira. Os passos miúdos do currupio foram feitos, sem o enlace, numa abreviação do movimento, porque o volume da saia da porta-bandeira não permitiu, mas ele o sincronizou à carrapeta, quando olhando para o pavilhão e para sua dama, se movimentou em piruetas simples, se deslocando no espaço, para em seguida, sapatear plantado no espaço, e oferecer a mão a sua dama, sincronizando assim seu movimento ao dela, que se deslocava nos giros do abano; gentil, ele depositou um beijo na mão da dama! E nessa pegada de mão, possibilitou a sua dama fazer seu movimento aviãozinho e, então juntos, ele fez a apresentação da bandeira para Selminha, marcou seu gestual, apoiando sua mão esquerda, em repouso, na cintura durante seus giros no abano. E, bailando, num formato moderno e demonstrando potência em sua performance, o casal demonstrou um perfeito entrosamento nas sequências de movimentos naturalmente realizados, deixando evidenciada sua integração e sintonia. Pude apreciar a postura zelosa na condução do pavilhão e, o estilo definido na sua singularidade de bailar, numa desenvoltura adquirida pelos anos de parceria e cumplicidade”.

Wallace Safra: “Representando a trajetória de uma brava gente que luta por igualdade e protagonismo da história, a comissão surpreendeu e executou um trabalho diferenciado. Usando as luzes da avenida a seu favor, os coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon trouxeram para avenida uma encenação que integralizou os bailarinos ao elemento coreográfico, com uma boa plástica, um desenvolvimento simples, mas objetivo. Com movimentos resgatados da época refratada, os bailarinos entregaram o que foi necessário para uma boa apresentação. A luz que foi motivo de surpresa, também atrapalhou o resultado visual da comissão, que, em determinado momento, se apresentou no escuro, dificultando a leitura dos movimentos. contudo, o resultado final é bom e direto. Destaque para a inovação proposta pelos coreógrafos.
Representando a magia negra e evocando a cultura afro-brasileira, os passistas desfilaram contra o código Penal de 1890. Com um samba característico da agremiação, a ala teve uma boa apresentação, com uma boa comunicação entre si e com o público. Falta energia e explosão nos movimentos, mas a ala compensa com entrega e canto. Destaque para a fantasia leve que contribuiu para a boa realização do trabalho apresentado pelos passistas”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

A Beija-Flor tem quatorze campeonatos no Grupo Especial do Rio de Janeiro, conquistados nos anos 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018. Ainda registra uma taça no Acesso, em 1954.

+ o desempenho da Beija-Flor nos últimos seis Carnavais:

Fundação: 25/12/1948
Cores: Azul e Branco
Presidente de Honra: Aniz Abrahão David
Presidente: Almir Reis
Carnavalescos: Alexandre Louzada e André Rodrigues
Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo
Intérprete: Neguinho da Beija-Flor
Mestres de Bateria: Rodney e Plínio
Rainha de Bateria: Lorena Raissa
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon

(ordem de desfiles – Grupo Especial 2023)

+ domingo, 19 de fevereiro:

1º – Império Serrano (Campeão do Acesso 2022)
2º – Acadêmicos do Grande Rio
3º – Mocidade Independente de Padre Miguel
4º – Unidos da Tijuca
5º – Acadêmicos do Salgueiro
6º – Estação Primeira de Mangueira

+ segunda-feira, 20 de fevereiro:

1º – Paraíso do Tuiuti (11ª colocada do Grupo Especial 2022)
2º- Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Imperatriz Leopoldinense
5º – Beija-Flor de Nilópolis
6º – Unidos do Viradouro

Notícias Relacionadas

Ver tudo