‘As mulheres precisam ser mais ouvidas e menos enxergadas pelo corpo’, diz Ketula Mello
Musa da Imperatriz, Ketula Mello é uma das mais engajadas na luta pelo protagonismo das mulheres negras. Com mais de 20 anos de Carnaval, a sambista entende que as rainhas precisam ocupar um espaço onde suas vozes tenham mais valor que seus corpos exibidos nos desfiles. + Rainhas negras do Carnaval debatem importância do segmento “As […]
POR Redação SRzd30/07/2020|3 min de leitura
Musa da Imperatriz, Ketula Mello é uma das mais engajadas na luta pelo protagonismo das mulheres negras. Com mais de 20 anos de Carnaval, a sambista entende que as rainhas precisam ocupar um espaço onde suas vozes tenham mais valor que seus corpos exibidos nos desfiles.
“As mulheres precisam ser mais ouvidas, principalmente as rainhas, que são muitas vezes enxergadas só pelo corpo. Eu, em 2019, pude representar uma guerreira africana e recebi tanto comentários positivos após o desfile que fiquei muito honrada. É importante deixar nós, mulheres negras, falarmos, e evidenciarmos tudo aquilo que vivenciamos”, desabafou Ketula.
A beldade foi a primeira Musa do Caldeirão do Huck, em 2003, e reinou à frente dos ritmistas da Porto da Pedra em 2001, 2002, 2003, 2004 e 2017. Ela também foi Rainha do Carnaval carioca em 2008. A real noção da sua relevância nesses postos, porém, só veio depois: “Eu fico muito feliz de representar tantas meninas. Na minha época, a gente não tinha um rede social e eu não enxergava a importância de uma rainha negra como eu vejo hoje”.
Ketula revelou que, quando começou no samba, se inspirava na ex-Globeleza Valéria Valessa, por achá-la elegante, e na passista Janaína, da Viradouro. Ela também contou como surgiu a famosa jogada de perna, apelidada de ‘Ketulão’.
“Eu acho que o samba é sentir e quando você não sente e transmite essa verdade, o povo percebe. Eu sentia que eu precisava criar algo de diferente, não é só o sambar, é você sentir o coração da escola. Até que um dia eu joguei a perna e batizaram de ‘Ketulão’. Hoje, por eu onde eu passo, todo mundo fala: ‘a pernada’, ‘joga a perna’.”
Musa da Imperatriz, Ketula Mello é uma das mais engajadas na luta pelo protagonismo das mulheres negras. Com mais de 20 anos de Carnaval, a sambista entende que as rainhas precisam ocupar um espaço onde suas vozes tenham mais valor que seus corpos exibidos nos desfiles.
“As mulheres precisam ser mais ouvidas, principalmente as rainhas, que são muitas vezes enxergadas só pelo corpo. Eu, em 2019, pude representar uma guerreira africana e recebi tanto comentários positivos após o desfile que fiquei muito honrada. É importante deixar nós, mulheres negras, falarmos, e evidenciarmos tudo aquilo que vivenciamos”, desabafou Ketula.
A beldade foi a primeira Musa do Caldeirão do Huck, em 2003, e reinou à frente dos ritmistas da Porto da Pedra em 2001, 2002, 2003, 2004 e 2017. Ela também foi Rainha do Carnaval carioca em 2008. A real noção da sua relevância nesses postos, porém, só veio depois: “Eu fico muito feliz de representar tantas meninas. Na minha época, a gente não tinha um rede social e eu não enxergava a importância de uma rainha negra como eu vejo hoje”.
Ketula revelou que, quando começou no samba, se inspirava na ex-Globeleza Valéria Valessa, por achá-la elegante, e na passista Janaína, da Viradouro. Ela também contou como surgiu a famosa jogada de perna, apelidada de ‘Ketulão’.
“Eu acho que o samba é sentir e quando você não sente e transmite essa verdade, o povo percebe. Eu sentia que eu precisava criar algo de diferente, não é só o sambar, é você sentir o coração da escola. Até que um dia eu joguei a perna e batizaram de ‘Ketulão’. Hoje, por eu onde eu passo, todo mundo fala: ‘a pernada’, ‘joga a perna’.”