Com reedição de clássico, Em Cima da Hora ‘viaja de trem’ em desfile digno na abertura do Carnaval

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De volta a Sapucaí, a Em Cima da Hora abriu os desfiles da Série Ouro nesta quarta-feira (20). Com o enredo 33 – Destino Dom Pedro II, a escola apresentou uma reedição do seu carnaval de 1984. + veja as fotos do desfile da Em Cima da Hora O samba, que é um clássico da agremiação, […]

POR Caroline Gonçalves21/04/2022|11 min de leitura

Com reedição de clássico, Em Cima da Hora ‘viaja de trem’ em desfile digno na abertura do Carnaval

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

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De volta a Sapucaí, a Em Cima da Hora abriu os desfiles da Série Ouro nesta quarta-feira (20). Com o enredo 33 – Destino Dom Pedro II, a escola apresentou uma reedição do seu carnaval de 1984.

+ veja as fotos do desfile da Em Cima da Hora

O samba, que é um clássico da agremiação, fala sobre a vida de quem pega trem. Com fantasias de fácil leitura, durante o desfile foi possível identificar figuras e personalidades que utilizam o meio de transporte diariamente. Porém, a azul e branco de Cavalcanti não emocionou tanto no canto e apresentou erros na evolução.

Fala, Rachel!

Rachel Valença. Foto: Nicholas Barbosa
Rachel Valença é comentarista do SRzd

“Depois de tanto tempo de afastamento, o início foi frio. A Em Cima da Hora não empolgou tanto quanto a reedição do samba fazia esperar, mas passou alegre e a não ser por um buraco antes do primeiro carro ao passar pelo setor 7, foi correta”.

Fala, Luiz!

Luiz Fernando Reis. Foto: Reprodução/Youtube SRzd
Luiz Fernando Reis é comentarista do SRzd

“Não veio para ganhar o Carnaval, veio para se manter. Bonitinha, digna, corretinha, mas faltou a visão social do enredo. O enredo é muito mais forte que isso. Mas podemos dizer que veio direitinha. Tá longe de descer.”

 

 

Comissão de frente

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Abrindo os trabalhos, a comissão de frente da Em Cima da Hora contava com 15 bailarinos, dentre eles, dois que se apresentaram com pernas de pau. Retratando a vida de quem utiliza o trem no dia a dia, os bailarinos vestiam figurinos distintos e coloridos.

Eles carregavam um elemento cenográfico que representava um vagão de trem. Nele embarcavam diversas personalidades, como ambulantes, cartomantes, policiais e camelôs. Sob o olhar do coreógrafo Carlos Fontinelle, os componentes realizaram apresentações com perfeita sintonia.

“Apostando na irreverência, na dança e na teatralidade. Retratar uma típica viagem de trem com seus personagens: o policial, o vendedor , a cigana, o nordestino, dentre outros. O elemento representando o vagão do trem, carregado pelos integrantes, cumpre muito bem o papel de auxiliar o desenrolar da história. Uma comissão simples, bonita , muito bem ensaiada e que cumpriu seu papel muito bem. Lindo de ver a interpretação estudada dos integrantes, prova de que uma comissão com figurinos distintos pode sim mostrar uma unidade cênica”, disse Márcio Moura, comentarista do SRzd.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Johny Matos e Jack Antunes, realizou apresentações que revelaram graciosidade e leveza na dança. Com figurinos nas cores azul, prata e branco, o casal evoluiu com elegância e em sincronia. O casal fazia referência aos relógios e ponteiros, representando o tempo dos suburbanos.

“O casal desenvolveu a dança com graciosidade, leveza e elegância. Jack Antunes realizou o Abano com firmeza, em giros com desenvoltura e bem sincronizada com os movimentos do mestre-sala Jonhy Mattos, que apresentou um riscado singelo, demostrando muita cortesia a sua dama. Destaco a apresentação do segundo casal da escola, com a performance bem elaborada de Carlos Eduardo que bailando, cortejou com elegância a porta-bandeira Raquel Silva”, disse a comentarista do SRzd, Eliane Santos.

Alegorias e adereços

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A Em Cima da Hora levou para a Avenida três alegorias não muito grandiosas e que deixaram a desejar no acabamento.

O abre-alas representava o trem. Nas cores azul e cinza, a alegoria intitulada “Embarque no Famoso 33” correspondia a plataforma de embarque do trem. O segundo carro “Baldeando por aí” possuía barracas de camelôs e feirantes que indicava o vai-e-vem nos transportes. Nas laterais, haviam caixotes com frutas e ovos.

No último carro, estava a velha guarda da escola. No topo da alegoria, componentes estavam vestidos de palhaços para simbolizar a alegria do carnaval.

“Trouxe em suas alegorias e fantasias a busca de soluções adequadas para driblar a falta de dinheiro, e isso ela fez com maestria. Alegorias com uma leitura de fácil entendimento, assim como, suas fantasias que trouxeram o universo do suburbano que enfrenta o trem lotado para ir trabalhar”, disse Jaime Cezário, comentarista do SRzd.

Fantasias

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

As fantasias foram ponto positivo para a agremiação. Eram de fácil entendimento e representaram muito bem a proposta do enredo. No primeiro setor foi possível ver muito azul e branco, cores da escola. Nas demais alas, fantasias bem acabadas e bem coloridas.

Destaque para as alas 10 e 13, que vieram representando, respectivamente, o vagão feminino e a pirataria vendida nos vagões de trem.

“As fantasias sem riqueza, mas completamente adequadas a proposta apresentada na defesa do enredo”, comentou Jaime Cezário.

Enredo

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

“33 – Destino Dom Pedro II” foi o enredo da Em Cima da Hora para o carnaval de 2022. A agremiação reeditou um clássico do carnaval de 1984 que faz menção à linha de trem que sai de Japeri em direção à Central do Brasil. Para 2022, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Marcos Antônio Falleiros que retratou na Avenida a vida quem utiliza o trem como meio de transporte no dia a dia.

Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o enredo da agremiação nos leva a reflexão sobre a realidade ainda enfrentada por muitas pessoas que dependem de transportes públicos, como o trem: “O enredo da Em Cima da Hora tece interessante reflexão social sobre a dura realidade social vivenciada pelos trabalhadores suburbanos. A viagem no Trem 33 em direção à antiga estação Dom Pedro II, atual Central, é o fio condutor deste belo enredo, palco não somente de tristezas das lutas diárias do operariado, mas também de esperança em dias melhores. Houve bom desenvolvimento do Enredo, as alas e alegorias trouxeram a plasticidade necessária para retratar os personagens dos vagões do “33”, operários, vendedores ambulantes e demais viajantes que compõem diariamente o universo do Trem. Destaque para a linda ala dos Ciganos”, comentou Marcelo.

Samba-enredo

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A aposta em reeditar um de seus maiores clássicos é certeira. O samba composto por Guará e Jorginho das Rosas, defendido originalmente em 1984, é um clássico e tem seus méritos em letra e melodia.

A passagem pela Avenida, porém, poderia ter sido melhor. A escola foi influenciada pelo público frio nas frisas e arquibancadas, ainda pouco ocupadas pelo início dos desfiles.

A obra foi defendida pelo experiente intérprete Ciganerey e seu carro de som, que, segundo o comentarista Cadu Zugliani, também poderia ter tido melhor desempenho.

“O samba do 33 não foi só uma viagem na avenida, mas nos levou também à uma viagem no tempo. Voltar quase quarenta anos e ver que pouco mudou na nossa realidade. Mesmo tendo um desenho mais clássico teve um andamento muito bem encaixado para o desfile. Mas não surtiu o efeito esperado na avenida, talvez pelo fato de ser a primeira, pegar a avenida ainda fria. O carro de som não rendeu o que poderia, foi reto demais e tirou um pouco do brilho do samba”, comentou Cadu.

Bateria

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A bateria do mestre Wando passou bem na Avenida. Com roupas nas cores da escola, os ritmistas utilizavam também chapéus que complementavam o figurino. A rainha e o rei de bateria, Tânia Dalley e Jorge Amarelloh reinaram lindamente com fantasias que possuíam plumas e até luz de led.

“A bateria do estreante mestre Wando fez um desfile correto dentro do possível para uma escola que veio da Intendente Magalhaes. Apresentaram um contingente bem alto para o grupo de acesso e seguraram um andamento confortável durante toda a avenida. Algumas imprecisões na levada rítmica de caixas e repiques mas nada muito gritante em frente às cabines de julgamento, onde executaram as duas bossas com segurança. Merece destaque a frente da bateria, com instrumentos agudos precisos nos desenhos e nas levadas”, disse Claudio Francioni, comentarista do SRzd.

Harmonia

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Esperou-se muito da harmonia da Em Cima da Hora pela reedição do samba. Os componentes cantaram e mostraram boa empolgação, mas deixaram a leve impressão de que poderiam mais. A Sapucaí fria também influenciou negativamente neste ponto.

“A escola não desenvolveu o samba com garra , sincronia entre ritmo e melodia, o canto não soou com força devido a inconsistência vocal dos componentes, embora a maioria dos componentes estavam comprometidos em cantar o samba enredo”, comentou Célia Souto.

Evolução

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

O principal problema da Em Cima da Hora foi um buraco de cerca de 20 metros, aos 29 minutos, em frente a cabine de jurados. Além disso, algumas falhas de espaçamento entre alas pode trazer dificuldades na apuração. Como pontos positivos, a empolgação dos componentes em retornar à Sapucaí e cantar um dos grandes clássicos da escola.

Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a escola passou bem na Avenida, porém alguns erros acabaram comprometendo sua evolução. “Na evolução a escola apresentou um desfile na sua maior parte comprometido com a uniformidade, porém algumas falhas prejudicaram a totalidade do desfile resultando em alguns espaços que comprometeram o desempenho total”, comentou ela.

Ficha técnica

Enredo: “33 – Destino Dom Pedro II”
Presidente: Sebastião Ubiraja (Birão)
Carnavalesco: Marco Antônio Falleiros
Intérprete: Ciganerey
Mestre de Bateria: Wando Antunes
Rainha de Bateria: Tânia Daley
Comissão de Frente: Carlos Fontinelle
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Johny Matos e Jacke Gomes

Fique por dentro da programação:

+ Ouça os sambas de enredo da Série Ouro 2022

+ Ordem dos desfiles do Grupo Especial 2022

+ Ordem dos desfiles da Série Ouro 2022

+ Veja a ordem dos desfiles do Grupo de Avaliação e da Série Bronze

De volta a Sapucaí, a Em Cima da Hora abriu os desfiles da Série Ouro nesta quarta-feira (20). Com o enredo 33 – Destino Dom Pedro II, a escola apresentou uma reedição do seu carnaval de 1984.

+ veja as fotos do desfile da Em Cima da Hora

O samba, que é um clássico da agremiação, fala sobre a vida de quem pega trem. Com fantasias de fácil leitura, durante o desfile foi possível identificar figuras e personalidades que utilizam o meio de transporte diariamente. Porém, a azul e branco de Cavalcanti não emocionou tanto no canto e apresentou erros na evolução.

Fala, Rachel!

Rachel Valença. Foto: Nicholas Barbosa
Rachel Valença é comentarista do SRzd

“Depois de tanto tempo de afastamento, o início foi frio. A Em Cima da Hora não empolgou tanto quanto a reedição do samba fazia esperar, mas passou alegre e a não ser por um buraco antes do primeiro carro ao passar pelo setor 7, foi correta”.

Fala, Luiz!

Luiz Fernando Reis. Foto: Reprodução/Youtube SRzd
Luiz Fernando Reis é comentarista do SRzd

“Não veio para ganhar o Carnaval, veio para se manter. Bonitinha, digna, corretinha, mas faltou a visão social do enredo. O enredo é muito mais forte que isso. Mas podemos dizer que veio direitinha. Tá longe de descer.”

 

 

Comissão de frente

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Abrindo os trabalhos, a comissão de frente da Em Cima da Hora contava com 15 bailarinos, dentre eles, dois que se apresentaram com pernas de pau. Retratando a vida de quem utiliza o trem no dia a dia, os bailarinos vestiam figurinos distintos e coloridos.

Eles carregavam um elemento cenográfico que representava um vagão de trem. Nele embarcavam diversas personalidades, como ambulantes, cartomantes, policiais e camelôs. Sob o olhar do coreógrafo Carlos Fontinelle, os componentes realizaram apresentações com perfeita sintonia.

“Apostando na irreverência, na dança e na teatralidade. Retratar uma típica viagem de trem com seus personagens: o policial, o vendedor , a cigana, o nordestino, dentre outros. O elemento representando o vagão do trem, carregado pelos integrantes, cumpre muito bem o papel de auxiliar o desenrolar da história. Uma comissão simples, bonita , muito bem ensaiada e que cumpriu seu papel muito bem. Lindo de ver a interpretação estudada dos integrantes, prova de que uma comissão com figurinos distintos pode sim mostrar uma unidade cênica”, disse Márcio Moura, comentarista do SRzd.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Johny Matos e Jack Antunes, realizou apresentações que revelaram graciosidade e leveza na dança. Com figurinos nas cores azul, prata e branco, o casal evoluiu com elegância e em sincronia. O casal fazia referência aos relógios e ponteiros, representando o tempo dos suburbanos.

“O casal desenvolveu a dança com graciosidade, leveza e elegância. Jack Antunes realizou o Abano com firmeza, em giros com desenvoltura e bem sincronizada com os movimentos do mestre-sala Jonhy Mattos, que apresentou um riscado singelo, demostrando muita cortesia a sua dama. Destaco a apresentação do segundo casal da escola, com a performance bem elaborada de Carlos Eduardo que bailando, cortejou com elegância a porta-bandeira Raquel Silva”, disse a comentarista do SRzd, Eliane Santos.

Alegorias e adereços

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A Em Cima da Hora levou para a Avenida três alegorias não muito grandiosas e que deixaram a desejar no acabamento.

O abre-alas representava o trem. Nas cores azul e cinza, a alegoria intitulada “Embarque no Famoso 33” correspondia a plataforma de embarque do trem. O segundo carro “Baldeando por aí” possuía barracas de camelôs e feirantes que indicava o vai-e-vem nos transportes. Nas laterais, haviam caixotes com frutas e ovos.

No último carro, estava a velha guarda da escola. No topo da alegoria, componentes estavam vestidos de palhaços para simbolizar a alegria do carnaval.

“Trouxe em suas alegorias e fantasias a busca de soluções adequadas para driblar a falta de dinheiro, e isso ela fez com maestria. Alegorias com uma leitura de fácil entendimento, assim como, suas fantasias que trouxeram o universo do suburbano que enfrenta o trem lotado para ir trabalhar”, disse Jaime Cezário, comentarista do SRzd.

Fantasias

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

As fantasias foram ponto positivo para a agremiação. Eram de fácil entendimento e representaram muito bem a proposta do enredo. No primeiro setor foi possível ver muito azul e branco, cores da escola. Nas demais alas, fantasias bem acabadas e bem coloridas.

Destaque para as alas 10 e 13, que vieram representando, respectivamente, o vagão feminino e a pirataria vendida nos vagões de trem.

“As fantasias sem riqueza, mas completamente adequadas a proposta apresentada na defesa do enredo”, comentou Jaime Cezário.

Enredo

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

“33 – Destino Dom Pedro II” foi o enredo da Em Cima da Hora para o carnaval de 2022. A agremiação reeditou um clássico do carnaval de 1984 que faz menção à linha de trem que sai de Japeri em direção à Central do Brasil. Para 2022, o enredo foi desenvolvido pelo carnavalesco Marcos Antônio Falleiros que retratou na Avenida a vida quem utiliza o trem como meio de transporte no dia a dia.

Segundo o comentarista do SRzd Marcelo Masô, o enredo da agremiação nos leva a reflexão sobre a realidade ainda enfrentada por muitas pessoas que dependem de transportes públicos, como o trem: “O enredo da Em Cima da Hora tece interessante reflexão social sobre a dura realidade social vivenciada pelos trabalhadores suburbanos. A viagem no Trem 33 em direção à antiga estação Dom Pedro II, atual Central, é o fio condutor deste belo enredo, palco não somente de tristezas das lutas diárias do operariado, mas também de esperança em dias melhores. Houve bom desenvolvimento do Enredo, as alas e alegorias trouxeram a plasticidade necessária para retratar os personagens dos vagões do “33”, operários, vendedores ambulantes e demais viajantes que compõem diariamente o universo do Trem. Destaque para a linda ala dos Ciganos”, comentou Marcelo.

Samba-enredo

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A aposta em reeditar um de seus maiores clássicos é certeira. O samba composto por Guará e Jorginho das Rosas, defendido originalmente em 1984, é um clássico e tem seus méritos em letra e melodia.

A passagem pela Avenida, porém, poderia ter sido melhor. A escola foi influenciada pelo público frio nas frisas e arquibancadas, ainda pouco ocupadas pelo início dos desfiles.

A obra foi defendida pelo experiente intérprete Ciganerey e seu carro de som, que, segundo o comentarista Cadu Zugliani, também poderia ter tido melhor desempenho.

“O samba do 33 não foi só uma viagem na avenida, mas nos levou também à uma viagem no tempo. Voltar quase quarenta anos e ver que pouco mudou na nossa realidade. Mesmo tendo um desenho mais clássico teve um andamento muito bem encaixado para o desfile. Mas não surtiu o efeito esperado na avenida, talvez pelo fato de ser a primeira, pegar a avenida ainda fria. O carro de som não rendeu o que poderia, foi reto demais e tirou um pouco do brilho do samba”, comentou Cadu.

Bateria

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

A bateria do mestre Wando passou bem na Avenida. Com roupas nas cores da escola, os ritmistas utilizavam também chapéus que complementavam o figurino. A rainha e o rei de bateria, Tânia Dalley e Jorge Amarelloh reinaram lindamente com fantasias que possuíam plumas e até luz de led.

“A bateria do estreante mestre Wando fez um desfile correto dentro do possível para uma escola que veio da Intendente Magalhaes. Apresentaram um contingente bem alto para o grupo de acesso e seguraram um andamento confortável durante toda a avenida. Algumas imprecisões na levada rítmica de caixas e repiques mas nada muito gritante em frente às cabines de julgamento, onde executaram as duas bossas com segurança. Merece destaque a frente da bateria, com instrumentos agudos precisos nos desenhos e nas levadas”, disse Claudio Francioni, comentarista do SRzd.

Harmonia

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

Esperou-se muito da harmonia da Em Cima da Hora pela reedição do samba. Os componentes cantaram e mostraram boa empolgação, mas deixaram a leve impressão de que poderiam mais. A Sapucaí fria também influenciou negativamente neste ponto.

“A escola não desenvolveu o samba com garra , sincronia entre ritmo e melodia, o canto não soou com força devido a inconsistência vocal dos componentes, embora a maioria dos componentes estavam comprometidos em cantar o samba enredo”, comentou Célia Souto.

Evolução

Desfile Em Cima da Hora 2022. Foto: Matheus Siqueira/SRzd

O principal problema da Em Cima da Hora foi um buraco de cerca de 20 metros, aos 29 minutos, em frente a cabine de jurados. Além disso, algumas falhas de espaçamento entre alas pode trazer dificuldades na apuração. Como pontos positivos, a empolgação dos componentes em retornar à Sapucaí e cantar um dos grandes clássicos da escola.

Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a escola passou bem na Avenida, porém alguns erros acabaram comprometendo sua evolução. “Na evolução a escola apresentou um desfile na sua maior parte comprometido com a uniformidade, porém algumas falhas prejudicaram a totalidade do desfile resultando em alguns espaços que comprometeram o desempenho total”, comentou ela.

Ficha técnica

Enredo: “33 – Destino Dom Pedro II”
Presidente: Sebastião Ubiraja (Birão)
Carnavalesco: Marco Antônio Falleiros
Intérprete: Ciganerey
Mestre de Bateria: Wando Antunes
Rainha de Bateria: Tânia Daley
Comissão de Frente: Carlos Fontinelle
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Johny Matos e Jacke Gomes

Fique por dentro da programação:

+ Ouça os sambas de enredo da Série Ouro 2022

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+ Veja a ordem dos desfiles do Grupo de Avaliação e da Série Bronze

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