Dez anos de saudade e pergunta de Joãosinho Trinta ficou: ‘Não percebem a grandeza das escolas de samba?’

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Nesta sexta-feira (17) o Brasil relembrou e sentiu saudades. Há dez anos morria um dos maiores nomes da cultura popular do país. João Clemente Jorge Trinta, popularmente conhecido como Joãosinho Trinta, nascido em São Luís do Maranhão, em 23 de novembro de 1933. Partiu e se eternizou em 2011. J30 começou sua trajetória no Carnaval, […]

POR Redação SRzd18/12/2021|4 min de leitura

Dez anos de saudade e pergunta de Joãosinho Trinta ficou: ‘Não percebem a grandeza das escolas de samba?’

Joãosinho Trinta. Foto: Reprodução da TV

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Nesta sexta-feira (17) o Brasil relembrou e sentiu saudades. Há dez anos morria um dos maiores nomes da cultura popular do país.

João Clemente Jorge Trinta, popularmente conhecido como Joãosinho Trinta, nascido em São Luís do Maranhão, em 23 de novembro de 1933. Partiu e se eternizou em 2011.

J30 começou sua trajetória no Carnaval, onde se tornou um dos principais artistas e referência, no Salgueiro, em 1961, como segurança. Dois anos depois, a escola foi campeã com o enredo “Xica da Silva”, de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Ainda na mesma função, viu a vermelha e branca chegar ao primeiro lugar nos anos de 1965, 1969 e 1971.

Com a saída de Pamplona e Arlindo, foi promovido ao posto de carnavalesco ao lado da artista plástica Maria Augusta, em 1973, com o enredo “Eneida: Amor e Fantasia”.

Já como titular, ganhou o bicampeonato; em 1974 com “O Rei de França na Ilha da Assombração” e, em 1975, com “O Segredo das Minas do Rei Salomão”.

Após divergências com a diretoria salgueirense, transferiu-se para a escola de samba Beija-Flor, onde criou enredos ousados e luxuosos que deram à agremiação de Nilópolis notoriedade e os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983.

Além das taças, acumulou vários vice-campeonatos, considerados por muitos como injustiças cometidas pelos jurados com a agremiação da Baixada, entre eles, os de 1986; “O mundo é uma Bola”, e o de 1989; “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

Esse segundo, gerando controvérsias com a Igreja Católica ao levar para o desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado de mendigo. A imagem foi censurada e passou pela Avenida Marquês de Sapucaí coberta, num dos momentos de maior catarse do Carnaval carioca em todos os tempos:

Depois, passou por Unidos do Viradouro, onde foi campeão em 1997, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel, Império da Tijuca e Acadêmicos da Rocinha, além das paulistanas Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche.

Uma das marcas do carnavalesco era o luxo e a riqueza cravados em suas criações apreciadas pelo público na Avenida. Criticado muitas vezes por este estilo, disse a célebre frase:

“O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”.

Mas esta não é tão atual como uma dita por ele durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, de São Paulo. Atual diante da resistência e campanha contrária ao Carnaval do próximo ano em tempos de intolerância religiosa e acirrado debate político e ideológico no país:

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Em novembro de 2004, Joãosinho sofreu um derrame e, no ano seguinte, decidiu afastar-se da Sapucaí, passando a atuar apenas como consultor durante os preparativos para o Carnaval.

Em 11 de julho de 2006, após sofrer dois AVCs, foi internado no Rio de Janeiro e, vinte dias depois, transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, de onde teve alta em 19 de outubro. Como sequela, teve parte do cérebro paralisado e passou a se locomover com cadeira de rodas.

Recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília e, em 2010, concorreu a deputado distrital, não conseguindo se eleger.

Morreu no ano seguinte, em 17 de dezembro. O Hospital UDI, de São Luís, informou que o carnavalesco morreu às 9h55, horário local (10h55 de Brasília), em razão de choque séptico, infecção generalizada e quadro de pneumonia e infecção urinária. Anteriormente, segundo o hospital, o paciente apresentava “insuficiência respiratória e sepse, evoluindo com instabilidade hemodinâmica”.

Deixou um legado incalculável, não só para os desfiles de Carnaval, mas também, para o país, através de seus enredos, da provocação e da genialidade estética, uma marca definitiva na maior manifestação cultural do planeta.

Nesta sexta-feira (17) o Brasil relembrou e sentiu saudades. Há dez anos morria um dos maiores nomes da cultura popular do país.

João Clemente Jorge Trinta, popularmente conhecido como Joãosinho Trinta, nascido em São Luís do Maranhão, em 23 de novembro de 1933. Partiu e se eternizou em 2011.

J30 começou sua trajetória no Carnaval, onde se tornou um dos principais artistas e referência, no Salgueiro, em 1961, como segurança. Dois anos depois, a escola foi campeã com o enredo “Xica da Silva”, de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Ainda na mesma função, viu a vermelha e branca chegar ao primeiro lugar nos anos de 1965, 1969 e 1971.

Com a saída de Pamplona e Arlindo, foi promovido ao posto de carnavalesco ao lado da artista plástica Maria Augusta, em 1973, com o enredo “Eneida: Amor e Fantasia”.

Já como titular, ganhou o bicampeonato; em 1974 com “O Rei de França na Ilha da Assombração” e, em 1975, com “O Segredo das Minas do Rei Salomão”.

Após divergências com a diretoria salgueirense, transferiu-se para a escola de samba Beija-Flor, onde criou enredos ousados e luxuosos que deram à agremiação de Nilópolis notoriedade e os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983.

Além das taças, acumulou vários vice-campeonatos, considerados por muitos como injustiças cometidas pelos jurados com a agremiação da Baixada, entre eles, os de 1986; “O mundo é uma Bola”, e o de 1989; “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

Esse segundo, gerando controvérsias com a Igreja Católica ao levar para o desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado de mendigo. A imagem foi censurada e passou pela Avenida Marquês de Sapucaí coberta, num dos momentos de maior catarse do Carnaval carioca em todos os tempos:

Depois, passou por Unidos do Viradouro, onde foi campeão em 1997, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel, Império da Tijuca e Acadêmicos da Rocinha, além das paulistanas Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche.

Uma das marcas do carnavalesco era o luxo e a riqueza cravados em suas criações apreciadas pelo público na Avenida. Criticado muitas vezes por este estilo, disse a célebre frase:

“O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”.

Mas esta não é tão atual como uma dita por ele durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, de São Paulo. Atual diante da resistência e campanha contrária ao Carnaval do próximo ano em tempos de intolerância religiosa e acirrado debate político e ideológico no país:

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Em novembro de 2004, Joãosinho sofreu um derrame e, no ano seguinte, decidiu afastar-se da Sapucaí, passando a atuar apenas como consultor durante os preparativos para o Carnaval.

Em 11 de julho de 2006, após sofrer dois AVCs, foi internado no Rio de Janeiro e, vinte dias depois, transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, de onde teve alta em 19 de outubro. Como sequela, teve parte do cérebro paralisado e passou a se locomover com cadeira de rodas.

Recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília e, em 2010, concorreu a deputado distrital, não conseguindo se eleger.

Morreu no ano seguinte, em 17 de dezembro. O Hospital UDI, de São Luís, informou que o carnavalesco morreu às 9h55, horário local (10h55 de Brasília), em razão de choque séptico, infecção generalizada e quadro de pneumonia e infecção urinária. Anteriormente, segundo o hospital, o paciente apresentava “insuficiência respiratória e sepse, evoluindo com instabilidade hemodinâmica”.

Deixou um legado incalculável, não só para os desfiles de Carnaval, mas também, para o país, através de seus enredos, da provocação e da genialidade estética, uma marca definitiva na maior manifestação cultural do planeta.

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