Cátia Drumond vai para o seu segundo Carnaval no comando de uma das gigantes da folia carioca; a Imperatriz Leopoldinense. No primeiro desafio como presidente, confessou ter sido difícil estar sem a presença do pai, Luiz Pacheco Drumond, que morreu em 2020.
“Difícil! Posso dizer que foi um momento inesquecível. Muito emocionante. Passou um filme na minha cabeça de tudo que vivemos juntos ao longo de tantos e tantos anos na Imperatriz e no Carnaval de um modo geral. Ao mesmo tempo, foi de muita alegria e alivio. O Carnaval de 2022 era um desafio enorme e fizemos um belo desfile”, contou em entrevista ao portal SRzd. E foi um belo desfile. Porém, os jurados do concurso do Carnaval carioca pesaram a mão e a escola ficou com um modesto 10º lugar ao apresentar o enredo Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, Onde cantam Dalva & Lamartine, da carnavalesca Rosa Magalhães, que deixou a escola logo após a apuração.
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Além da missão de recolocar a Imperatriz no topo das disputas do concurso carnavalesco no Rio, Cátia ainda enfrenta uma outra tarefa igualmente desafiadora; ser mulher em cargo de comando num universo predominantemente e historicamente dominado por homens. Entre as doze agremiações do Especial atual, apenas ela, e agora Guanayra Firmino, da Mangueira, são presidentes mulheres.
“Vejo como representatividade. Não é fácil comandar uma escola de samba sendo homem ou mulher, mas as coisas para nós são mais difíceis e mais questionadas. Eu lido bem com isso. Sou flexível, chamo pra conversar e trato todos os meus funcionários com enorme respeito e carinho, mas quando preciso puxar a orelha e agir de forma rigorosa faço da mesma forma. Prezo muito por disciplina. Na Imperatriz existe comando, mas a galera entende bem isso e caminhamos muito bem. Temos um ambiente bastante unido e até muito descontraído na maior parte do tempo. Ontem, por exemplo, não tinha praticamente ninguém na Cidade do Samba, mas a equipe inteira da Imperatriz estava em reunião e demos muitas e boas risadas. Gosto desse clima”, explicou.
Ciente de que a Imperatriz, mesmo vinda do Acesso e abrindo o Carnaval deste ano era cotada até para estar entre as Campeãs, Cátia diz respeitar o julgamento e o resultado final.
“O título da Grande Rio é inquestionável. Nós fizemos um belo desfile, que foi reconhecido pela mídia e pelo público. Uma pena que os julgadores não entenderam dessa forma. Estamos estudando as justificativas e por mais que não concordemos, não dá para desconsiderar o que o júri diz. Antes do desfile, fizemos um amplo levantamento de notas de Carnavais passados e vimos que ser a primeira escola é praticamente sentença de um resultado ruim. A caneta sempre pesa muito para quem abre o Carnaval, mas a caneta também é muito pesada para nós”, avaliou.
2023 é logo ali
Com o Carnaval adiado neste ano, o tempo de preparação para o espetáculo em 2023 é menor. Os desfiles do Especial acontecem nos dias 19 e 20 de fevereiro. A Imperatriz, assim como boa parte das outras onze coirmãs desta divisão, já se mexeu e praticamente definiu seu time para a disputa na Avenida.
Além do prestigiado coreógrafo Marcelo Misailidis, a Imperatriz trouxe de volta para Ramos o mestre-sala Phelipe Lemos e buscou para comandar o canto, Pitty de Menezes. O desenvolvimento do enredo será de Leandro Vieira, contratado junto à Mangueira. E por falar em enredo, Cátia contou ao SRzd que ele já está definido.
“Temos (enredo). A Imperatriz vai voltar aos seus tempos de glória. Eu confio na equipe que formamos e trabalhamos muito para isso” . Ela ainda informou que o tema será lançado em junho. “Estamos estudando a forma que ele será lançado. Quem sabe uma surpresa por aí”.
Nesse cenário de preparar a Imperatriz para um novo e vencedor momento e, quem sabe, beliscar o nono título no Especial, a comandante detalha como caminha sua gestão.
“A Imperatriz sempre teve uma gestão financeira equilibrada, sem dívidas e honrando seus compromissos em dia, sem atrasos. Temos credibilidade no mercado, com fornecedores, e com os profissionais do Carnaval. Muita gente nos procurou para trabalhar aqui. Esse é um sinal bastante positivo e significa que somos corretos. Aqui, o que é tratado é cumprido. Além disso, estamos muito mais atentos à questão social também e, por isso, sempre realizamos ações na quadra e nas redondezas. O Complexo do Alemão, da Penha e da Maré são áreas extremamente carentes. Faremos o possível para ajudar essas pessoas. Nós temos uma equipe formada por estrelas, mas a maior delas é a nossa comunidade”.
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