Liga-SP se pronuncia após ‘falas de cunho racista’ de presidente da X9

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, que organiza o desfile do Grupo Especial e Acesso 1 e 2, repudiou, através de nota, as falas de cunho racista manifestadas durante o início do desfile da X-9 Paulistana pelo presidente e mestre de bateria, Reginaldo Tadeu Batista de Souza, o Adamastor, na noite do […]

POR Redação SRzd22/02/2023|5 min de leitura

Liga-SP se pronuncia após ‘falas de cunho racista’ de presidente da X9

Adamastor no início do desfile da X-9 Paulistana. Foto Reprodução/Youtube/Liga-SP

| Siga-nos Google News

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, que organiza o desfile do Grupo Especial e Acesso 1 e 2, repudiou, através de nota, as falas de cunho racista manifestadas durante o início do desfile da X-9 Paulistana pelo presidente e mestre de bateria, Reginaldo Tadeu Batista de Souza, o Adamastor, na noite do último domingo (19), no Sambódromo do Anhembi.

Ao lado do carro de som, minutos antes do início da apresentação da agremiação, que já foi duas vezes campeã da divisão de elite do samba paulistano, Adamastor, que assumiu o cargo em agosto do ano passado, pediu em discurso inflamado, que os integrantes da escola fechassem o punho e levantassem os braços. Ao questionar se sabiam o que significava o gesto -símbolo de resistência do movimento negro – o dirigente afirmou:

“X9 Paulistana, levanta a mão e fecha o punho aí, levanta a mão e fecha o punho, levanta a mão e fecha o punho! Sabe o que significa isso? Porra nenhuma. Porque, se a gente a gente não cantar, a gente está morto com farofa. Essa é a real”, disse o presidente.

A fala foi transmitida ao vivo pela internet e gerou revolta e muitas críticas ao sambista. O trecho do vídeo viralizou em grupos de WhatsApp e redes sociais.

Em texto compartilhado em seus canais, a Liga-SP, que foi citada por textos de entidades e sambistas sobre o fato, informou que vai tomar as medidas cabíveis internamente.

Leia o comunicado da Liga-SP:

“Como organizadora de uma festa cuja identidade é essencialmente negra e enquanto representante do samba em São Paulo, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vem a público para se opor às falas de cunho racista, manifestadas por falta de conhecimento durante o início do desfile da X-9 Paulistana, no último domingo (19).

Um punho cerrado é um símbolo da luta antirracista, que expressa a unidade, a força e o orgulho do povo preto. A Liga-SP não compactua com a fala equivocada de um presidente, manifestada durante o Carnaval SP 2023, e vai tomar as medidas cabíveis internamente.

Adamastor se manifesta em vídeo

Em vídeo divulgado na página da X-9 Paulistana, Adamastor se pronunciou. Ele assumiu a ignorância sobre o tema e justificou seu discurso. A escola apontou o caso como um “mal entendido” na fala inicial do presidente.

“Tive a infelicidade de usar um termo que hoje eu aprendi que faz parte, justamente, do princípio da resistência negra. Jamais passaria pela minha cabeça eu ter uma fala de ofensa, provocação, entendeu? Essa infelicidade”, ressaltou.

“Toda comunidade xisnoveana presente entendeu que a ali a intenção era motivar os integrantes da escola e que não houve nenhuma relação com banalização ou racismo, isso JAMAIS seria tolerado”, diz a publicação.

Adamastor começou sua trajetória no Carnaval como ritmista da Rosas de Ouro em 1981. Em seu currículo, contabiliza dois títulos como mestre de bateria pela X-9 (1997 e 2000). Atuou pela Acadêmicos do Tucuruvi e contabiliza passagens por outras escolas em projetos paralelos aos desfiles.

Fora do Carnaval, desenvolve um projeto que envolve palestras, eventos, treinamentos e dinâmicas em formato de show de escola de samba direcionado a meio corporativo.

X-9 é rebaixada para o Grupo de Acesso 2

A X-9 Paulistana terminou a apuração do Grupo de Acesso 1, que conta com oito agremiações, na sétima colocação com 269,2 pontos e com isso, foi rebaixada para o Grupo de Acesso 2.

Segunda escola a entrar na Avenida no domingo (20), a X-9 apresentou um desfile em homenagem ao centenário do nascimento de Ivone Lara. Clique aqui para ver como foi.

A Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, que organiza o desfile do Grupo Especial e Acesso 1 e 2, repudiou, através de nota, as falas de cunho racista manifestadas durante o início do desfile da X-9 Paulistana pelo presidente e mestre de bateria, Reginaldo Tadeu Batista de Souza, o Adamastor, na noite do último domingo (19), no Sambódromo do Anhembi.

Ao lado do carro de som, minutos antes do início da apresentação da agremiação, que já foi duas vezes campeã da divisão de elite do samba paulistano, Adamastor, que assumiu o cargo em agosto do ano passado, pediu em discurso inflamado, que os integrantes da escola fechassem o punho e levantassem os braços. Ao questionar se sabiam o que significava o gesto -símbolo de resistência do movimento negro – o dirigente afirmou:

“X9 Paulistana, levanta a mão e fecha o punho aí, levanta a mão e fecha o punho, levanta a mão e fecha o punho! Sabe o que significa isso? Porra nenhuma. Porque, se a gente a gente não cantar, a gente está morto com farofa. Essa é a real”, disse o presidente.

A fala foi transmitida ao vivo pela internet e gerou revolta e muitas críticas ao sambista. O trecho do vídeo viralizou em grupos de WhatsApp e redes sociais.

Em texto compartilhado em seus canais, a Liga-SP, que foi citada por textos de entidades e sambistas sobre o fato, informou que vai tomar as medidas cabíveis internamente.

Leia o comunicado da Liga-SP:

“Como organizadora de uma festa cuja identidade é essencialmente negra e enquanto representante do samba em São Paulo, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vem a público para se opor às falas de cunho racista, manifestadas por falta de conhecimento durante o início do desfile da X-9 Paulistana, no último domingo (19).

Um punho cerrado é um símbolo da luta antirracista, que expressa a unidade, a força e o orgulho do povo preto. A Liga-SP não compactua com a fala equivocada de um presidente, manifestada durante o Carnaval SP 2023, e vai tomar as medidas cabíveis internamente.

Adamastor se manifesta em vídeo

Em vídeo divulgado na página da X-9 Paulistana, Adamastor se pronunciou. Ele assumiu a ignorância sobre o tema e justificou seu discurso. A escola apontou o caso como um “mal entendido” na fala inicial do presidente.

“Tive a infelicidade de usar um termo que hoje eu aprendi que faz parte, justamente, do princípio da resistência negra. Jamais passaria pela minha cabeça eu ter uma fala de ofensa, provocação, entendeu? Essa infelicidade”, ressaltou.

“Toda comunidade xisnoveana presente entendeu que a ali a intenção era motivar os integrantes da escola e que não houve nenhuma relação com banalização ou racismo, isso JAMAIS seria tolerado”, diz a publicação.

Adamastor começou sua trajetória no Carnaval como ritmista da Rosas de Ouro em 1981. Em seu currículo, contabiliza dois títulos como mestre de bateria pela X-9 (1997 e 2000). Atuou pela Acadêmicos do Tucuruvi e contabiliza passagens por outras escolas em projetos paralelos aos desfiles.

Fora do Carnaval, desenvolve um projeto que envolve palestras, eventos, treinamentos e dinâmicas em formato de show de escola de samba direcionado a meio corporativo.

X-9 é rebaixada para o Grupo de Acesso 2

A X-9 Paulistana terminou a apuração do Grupo de Acesso 1, que conta com oito agremiações, na sétima colocação com 269,2 pontos e com isso, foi rebaixada para o Grupo de Acesso 2.

Segunda escola a entrar na Avenida no domingo (20), a X-9 apresentou um desfile em homenagem ao centenário do nascimento de Ivone Lara. Clique aqui para ver como foi.

Notícias Relacionadas

Ver tudo
Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre, alcança mais um marco no Carnaval

Menção honrosa! Reconhecida por sua dedicação e liderança à frente da Mocidade Alegre, Solange Cruz foi convidada a integrar a Academia Brasileira de Artes Carnavalescas, uma das mais importantes instituições voltadas à preservação e valorização da cultura carnavalesca no país, e também terá “assento vitalício”, como na Academia Brasileira de Letras (ABL). A nomeação é […]

Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre, alcança mais um marco no Carnaval

3 min de leitura