O ex-jogador Walter Casagrande Junior anunciou, na última quarta-feira (6), que não é mais comentarista de futebol do Grupo Globo. O comunicado foi feito através de suas redes sociais.

Ídolo do Corinthians e com carreira de destaque no Torino, da Itália, Casagrande começou sua trajetória na televisão em 1996, na ESPN Brasil, e se transferiu para a Globo em 1997, onde ficou por 25 anos. Em entrevista concedida ao UOL, publicada hoje, Casão comentou sobre os motivos que o levaram a deixar a emissora.

Ele explicou que uma das razões da saída foi por não ter tido apoio em seus posicionamentos. “O meu caminho da separação com a TV Globo começou quando percebi que as minhas posições não tinham mais eco lá dentro, eco de companheiros. Antes existia continuidade no meu posicionamento, na minha crítica, e não tinha mais esse eco. Externamente se falava isso, mas internamente não“, revelou.

“Hoje, não só a Globo, quase todos os lugares ficam pautados em cima das redes sociais. A rede social é uma guerra lá dentro, as pessoas e emissoras estão preocupadas com seguidores e pessoas que falam de um determinado assunto popular demais, que não interessa de forma social ou política, e isso não faz parte do meu perfil. Gosto de me posicionar politicamente e falar sobre a sociedade. Gosto de me colocar nas polêmicas dentro do próprio esporte como homofobia, machismo, assédio sexual e estupro. Tem jogador que estuprou uma menina, o Robinho, e tá na praia, no Guarujá“, completou ele.

Questionado sobre a forma como se sentia dentro da emissora, Casão contou que estava se sentindo isolado. “Deslocado, um pouco isolado, mas não é um complô. As mudanças foram acontecendo e no meu modo de ver tudo é uma coisa muito profunda“, conta. “Eu nunca fui censurado. Nunca me falaram nada. O que eu senti foi que meus posicionamentos sociais, políticos, dentro da TV Globo não tinha mais eco interno, de meus companheiros, e antes tinha. Percebi que eu precisava parar ou diminuir isso“, relembra.

O ex-jogador aproveitou ainda para acrescentar que, para ele, futebol é coisa séria. “Futebol pra mim não é engraçado, futebol é coisa séria, que me deu um caminho de vida. Ajudei minha mãe, fui construindo minha vida, dei estudos para os meus filhos graças ao futebol. Então não consigo fazer gracinhas com futebol“, finalizou.

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