Uma gravação obtida pela Polícia Federal aponta que o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), Domingos Brazão seria o mandante do assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes e revela outros três suspeitos do crime: Leonardo Gouveira da Silva, o Mad, Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho.
Mad, Leléo e Macaquinho seriam, segundo a Polícia Civil, matadores de aluguel do Escritório do Crime e supostos assassinos da vereadora. No áudio divulgado neste domingo (27) pelo UOL, Beto Bomba, chefe de milícia que atua na Zona Oeste do Rio, afirma ainda que o trio teve apoio do major da PM Ronald Paulo Pereira, que teria comandado o grupo.
Quando foi preso em janeiro, Ronald Paulo foi questionado sobre o que sabia a respeito do assassinato da vereadora, por uma promotora do MP-RJ. Ele ficou em silêncio.
Mad é suspeito de integrar o grupo que tentou roubar armas de uma casa de Ronnie Lessa, acusado do assassinato, um dia após o policial da reserva ter sido preso. A gravação estava no celular do vereador Marcelo Sicilliano (PHS). O preço da operação teria sido de R$ 500 mil, pagos por Domingos Brazão.
O miliciano Jorge Alberto Moreth afirmou, em conversa telefônica com Sicilliano. Conhecido como Beto Bomba, Moreth é um dos chefes da milícia que atua em Rio das Pedras. Na troca de mensagens com Sicilliano, ele apontou os integrantes do Escritório do Crime que seriam os verdadeiros assassinos de Marielle e Anderson.
O registro do diálogo faz parte de denúncia obtida pelo UOL, assinada pela ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enquanto ainda estava à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por obstrução no Caso Marielle, Dodge arrolou o miliciano como uma das testemunhas da PGR.
Para a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), os assassinos são o PM da reserva Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, também apontados como integrantes do Escritório do Crime, braço armado da milícia de Rio das Pedras. Eles estão presos desde março e negam participação no caso.