Após demitir três generais nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou demitir o presidente do BNDES, Joaquim Levy. Segundo Bolsonaro, o último problema foi a nomeação do chefe da área de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto.
“Qual o nome do assessor do BNDES? (Pergunta a assessores) Marcos Pinto. O Joaquim Levy o nomeou para uma função no BNDES. Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: demita esse cara na segunda-feira ou eu demito você sem passar pelo Paulo Guedes”, disparou Bolsonaro, ao sair do Palácio do Alvorada neste sábado (15).
“Um governo tem de ser assim. Quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como o Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio já tem algum tempo”, afirmou o presidente ressaltando que espera lealdade do presidente do BNDES.
Ao ser questionado por uma jornalista se estava demitindo publicamente o presidente do BNDES, Bolsonaro negou. “Você tem problema de audição?”, questionou à repórter.
Segundo a GloboNews, Marcos Barbosa Pinto, enviou neste sábado (15), após a repercussão da fala de Bolsonaro, uma carta de renúncia ao presidente da instituição, Joaquim Levy. No documento, ele afirmou que decidiu deixar o cargo em razão do “descontentamento manifestado” pelo presidente Jair Bolsonaro.
Barbosa Pinto foi assessor do BNDES no governo do PT e, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”,
voltaria ao banco para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES, que é responsável pelos investimentos da BNDESPAR.
Levado pelo ministro da Economia Paulo Guedes para a presidência do BNDES durante a atual gestão, Levy foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (tendo deixado o cargo após 11 meses), e um dos principais nomes da gestão de Guido Mantega.
Da confiança de Joaquim Levy , Pinto foi sócio da Gávea Investimentos, gestora de recursos fundada por Armínio Fraga, e diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de 2007 a 2010. É bacharel em direito pela Universidade de São Paulo, mestre em direito pela Universidade de Yale (EUA) e doutor em direito pela Universidade de São Paulo.
Nesta semana, foram demitidos por Bolsonaro: o presidente da Funai, general Franklimberg Ribeiro de Freitas,
por considerá-lo amistoso com os indígenas; o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, por tirar fotos com parlamentares de esquerda durante uma visita à Câmara e por ter se comportado como “sindicalista” em ser contrário à privatização da estatal, avalizada pelo presidente, e o secretário de Governo, general Santos Cruz, por opor-se à ordem unida na comunicação governamental.