O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sido pressionado pelo entorno do presidente Jair Bolsonaro a demitir nos próximos dias o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, aliado de Sergio Moro, ministro da Justiça.
Segundo o jornal “Folha de São Paulo”, o pedido para que ele encontre um substituto teria tido a anuência de Bolsonaro, segundo pessoas que participam das conversas. A decisão sobre o futuro de Leonel deve ser tomada até a próxima semana.
De acordo com aliados de Bolsonaro, o presidente não tem gostado do comportamento do comando do órgão relação à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de suspender investigações criminais pelo país que usem dados detalhados de órgãos de controle — como Coaf, Receita Federal e Banco Central — sem autorização judicial.
Vale lembrar que Leonel, que foi chefe de inteligência da Receita Federal em Curitiba por 22 anos e integrou a força-tarefa da Operação Lava Jato, chegou ao comando do Coaf pelas mãos de Moro, quando o órgão ainda estava sob a pasta da Justiça.
No mês de maio o Congresso derrotou o governo Bolsonaro e tirou a estrutura da Justiça e a transferiu para a pasta da Economia, comandada por Guedes. Leonel continuou no cargo.
Segundo relatos feitos à “Folha”, o ministro Paulo Guedes passou os últimos dias à procura de um novo nome para o comando do órgão.
A avaliação de aliados de Guedes é a de que o questionamento sobre a atuação dos órgãos de controle, principalmente do Coaf e da Receita Federal, têm prejudicado o andamento da agenda econômica do governo.