Ironia na Cop 13: Ministro Blairo Maggi ganha prêmio “Duas Caras”

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Hoje, durante uma cerimônia realizada no hall principal da COP 13 – Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, das Nações Unidas, que acontece em Cancun, México, a Coalizão contra a Biopirataria (CAB na sigla em inglês) anunciou como ganhador do prêmio Capitão Gancho, categoria “Duas caras”, o ministro da agricultura do Brasil Blairo […]

POR Redação SRzd09/12/2016|3 min de leitura

Ironia na Cop 13: Ministro Blairo Maggi ganha prêmio “Duas Caras”

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Hoje, durante uma cerimônia realizada no hall principal da COP 13 – Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, das Nações Unidas, que acontece em Cancun, México, a Coalizão contra a Biopirataria (CAB na sigla em inglês) anunciou como ganhador do prêmio Capitão Gancho, categoria “Duas caras”, o ministro da agricultura do Brasil Blairo Maggi, um dos chefes da delegação brasileira na COP 13.

Vestido de Capitão Gancho, Jim Thomas, do Grupo ETC, anunciou o prêmio, justificando a escolha de Maggi – principal representante do agronegócio brasileiro – por limitar a implementação de compromissos em mudanças climáticas e em biodiversidade.

O ministro chamou há três semanas, em Marrakesh, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) – compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa que os países signatários do Acordo de Paris assumiram – brasileiras de “intenções” e há informações de que foi um dos que pressionaram pela não ratificação do Protocolo de Nagoya, sobre acesso e repartição de benefícios pelo
uso da biodiversidade, por conta da pressão de setores do agronegócio que temiam ter que pagar royalties da soja.

O Brasil foi um dos países que ao invés de ratificar o Protocolo, criou a lei 13.123/2015 – Marco Legal da Biodiversidade. Este marco é considerado negativo por setores da sociedade civil e comunidades tradicionais porque seria na prática uma forma de legalizar a biopirataria no Brasil, atendendo interesses de ruralistas e empresas privadas e ameaçando os direitos garantidos na Convenção da Diversidade Biológica e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.

O Rei da Soja

 

Blairo Maggi é conhecido, no Brasil, como rei da Soja, e em relatório do Greenpeace foi apontado como um dos maiores responsáveis pelo desmatamento no Brasil nos anos 2003 e 2004. Neste período, Dos 12.576 km² desmatados no estado do Mato Grosso, na época governado por Maggi, apenas 4.176 km² foram feitos de forma legal, segundo a ONG.

O Greenpeace também já premiou o ministro com o troféu Motoserra de Ouro, em 2006, quando teria afirmado “Esse negócio de floresta não tem futuro”. Durante a COPP 22 do Clima, realizada em novembro em Marrakesh, Blairo Maggi afirmou que o Brasil teria a agricultura mais sustentável do mundo, o que criou constrangimentos para a delegação brasileira presente na Conferência.

Como o ministro não está mais em Cancun e nenhum representante do Ministério da Agricultura estava presente, o prêmio foi entregue a representantes de organizações da sociedade civil brasileira que asseguraram que enviariam ao Ministro.

Sobre o prêmio: O prêmio Capitão Gancho está em sua sexta edição e é promovido pela Coalizão contra a Biopirataria (CAB), um grupo formado por organizações da sociedade civil internacional como a ETC.

 

Hoje, durante uma cerimônia realizada no hall principal da COP 13 – Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica, das Nações Unidas, que acontece em Cancun, México, a Coalizão contra a Biopirataria (CAB na sigla em inglês) anunciou como ganhador do prêmio Capitão Gancho, categoria “Duas caras”, o ministro da agricultura do Brasil Blairo Maggi, um dos chefes da delegação brasileira na COP 13.

Vestido de Capitão Gancho, Jim Thomas, do Grupo ETC, anunciou o prêmio, justificando a escolha de Maggi – principal representante do agronegócio brasileiro – por limitar a implementação de compromissos em mudanças climáticas e em biodiversidade.

O ministro chamou há três semanas, em Marrakesh, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) – compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa que os países signatários do Acordo de Paris assumiram – brasileiras de “intenções” e há informações de que foi um dos que pressionaram pela não ratificação do Protocolo de Nagoya, sobre acesso e repartição de benefícios pelo
uso da biodiversidade, por conta da pressão de setores do agronegócio que temiam ter que pagar royalties da soja.

O Brasil foi um dos países que ao invés de ratificar o Protocolo, criou a lei 13.123/2015 – Marco Legal da Biodiversidade. Este marco é considerado negativo por setores da sociedade civil e comunidades tradicionais porque seria na prática uma forma de legalizar a biopirataria no Brasil, atendendo interesses de ruralistas e empresas privadas e ameaçando os direitos garantidos na Convenção da Diversidade Biológica e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.

O Rei da Soja

 

Blairo Maggi é conhecido, no Brasil, como rei da Soja, e em relatório do Greenpeace foi apontado como um dos maiores responsáveis pelo desmatamento no Brasil nos anos 2003 e 2004. Neste período, Dos 12.576 km² desmatados no estado do Mato Grosso, na época governado por Maggi, apenas 4.176 km² foram feitos de forma legal, segundo a ONG.

O Greenpeace também já premiou o ministro com o troféu Motoserra de Ouro, em 2006, quando teria afirmado “Esse negócio de floresta não tem futuro”. Durante a COPP 22 do Clima, realizada em novembro em Marrakesh, Blairo Maggi afirmou que o Brasil teria a agricultura mais sustentável do mundo, o que criou constrangimentos para a delegação brasileira presente na Conferência.

Como o ministro não está mais em Cancun e nenhum representante do Ministério da Agricultura estava presente, o prêmio foi entregue a representantes de organizações da sociedade civil brasileira que asseguraram que enviariam ao Ministro.

Sobre o prêmio: O prêmio Capitão Gancho está em sua sexta edição e é promovido pela Coalizão contra a Biopirataria (CAB), um grupo formado por organizações da sociedade civil internacional como a ETC.

 

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