CPI: Yamaguchi mantém defesa do tratamento precoce no Senado Federal
A médica Nise Yamaguchi foi ouvida, nesta terça-feira (1), na CPI da Covid-19 no Senado Federal. Um dos motivos principais de sua convocação baseou-se, sobretudo, em torno das polêmicas sobre o uso da cloroquina no chamado ‘tratamento precoce’ contra o novo coronavírus. + Veja a cobertura completa da CPI da Covid-19 no Senado Federal Sobre […]
POR Redação SRzd01/06/2021|5 min de leitura
A médica Nise Yamaguchi foi ouvida, nesta terça-feira (1), na CPI da Covid-19 no Senado Federal.
Um dos motivos principais de sua convocação baseou-se, sobretudo, em torno das polêmicas sobre o uso da cloroquina no chamado ‘tratamento precoce’ contrao novo coronavírus.
Sobre o tema, a profissional afirmou que não existiu uma minuta de mudança de bula da cloroquina, para que ela pudesse ser utilizada dentro das normas legais, numa versão que contradiz o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, Antonio Barra Torres.
Mandetta disse ao senadores, quando esteve na CPI, que viu, em uma reunião no Palácio do Planalto, em 2020, uma minuta de decreto presidencial para mudar a bula, inserindo no texto que o remédio seria eficaz contra o vírus da Covid-19, o que a ciência afirma não ser verdadeiro.
Incomodado com a postura de Yamaguchi, o presidente Comissão, o senador Omar Aziz (PSD), repreendeu a médica, devido às declarações dela em defesa do tratamento precoce e em detrimento das vacinas, numa fala que causou tumulto.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), passou um vídeo em que Nise diz que não se deve vacinar deliberadamente, nem obrigatoriamente: “Tratamento precoce salva vidas e, portanto, não precisa vacinar aleatoriamente a população inteira dizendo que é a única saída”, disse na ocasião Yamaguchi, que reafirmou a mesma opinião nesta terça-feira. Aziz, então, interrompeu:
“A sua voz calma e a forma de falar é convincente, passa para as pessoas como se fosse a verdade. Peço que desconsidere essa questão que ela diz sobre vacinas. Não escute o que ela está dizendo. Todos os brasileiros precisam de duas vacinas. Essa CPI foi criada para quem perdeu pai, mãe, irmão. Quem está nos ouvindo neste momento, não acreditem nela: vacina salva, tratamento precoce não salva”.
Diante disso, iniciou-se um bate-boca entre senadores, que chagaram a levantar a possibilidade de encerrar a sessão.
“Vacina não é tratamento, vacina é prevenção. Um não compete o outro. Tratamento é tratamento, vacinação é vacinação”, defendeu-se Nise que repetiu, inúmeras vezes, ser conselheira eventual do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Durante sua presença na CPI, ao ser interpelada pelo senador Otto Alencar (PSD), ouviu que ela é “conselheira de Bolsonaro não tem apreço pela ciência”:
“A senhora apostou em uma droga que podia dar certo ou não. E a ciência, por mais que a senhora tenha curso, não admite isso: querer apostar no escuro. A senhora não sabe nada de infectologia, foi aleatória, superficial, não poderia estar debatendo um assunto que não é do seu domínio”.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e possíveis omissões do governo Federal no enfrentamento da pandemia, além de apurar outras possíveis irregularidades em repasses da União para estados e municípios. Nesta quarta-feira a Comissão ouve a médica Luana Araújo, médica infectologista nomeada para o cargo de Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde e que foi demitida depois de 10 dias.
A médica Nise Yamaguchi foi ouvida, nesta terça-feira (1), na CPI da Covid-19 no Senado Federal.
Um dos motivos principais de sua convocação baseou-se, sobretudo, em torno das polêmicas sobre o uso da cloroquina no chamado ‘tratamento precoce’ contrao novo coronavírus.
Sobre o tema, a profissional afirmou que não existiu uma minuta de mudança de bula da cloroquina, para que ela pudesse ser utilizada dentro das normas legais, numa versão que contradiz o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, Antonio Barra Torres.
Mandetta disse ao senadores, quando esteve na CPI, que viu, em uma reunião no Palácio do Planalto, em 2020, uma minuta de decreto presidencial para mudar a bula, inserindo no texto que o remédio seria eficaz contra o vírus da Covid-19, o que a ciência afirma não ser verdadeiro.
Incomodado com a postura de Yamaguchi, o presidente Comissão, o senador Omar Aziz (PSD), repreendeu a médica, devido às declarações dela em defesa do tratamento precoce e em detrimento das vacinas, numa fala que causou tumulto.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), passou um vídeo em que Nise diz que não se deve vacinar deliberadamente, nem obrigatoriamente: “Tratamento precoce salva vidas e, portanto, não precisa vacinar aleatoriamente a população inteira dizendo que é a única saída”, disse na ocasião Yamaguchi, que reafirmou a mesma opinião nesta terça-feira. Aziz, então, interrompeu:
“A sua voz calma e a forma de falar é convincente, passa para as pessoas como se fosse a verdade. Peço que desconsidere essa questão que ela diz sobre vacinas. Não escute o que ela está dizendo. Todos os brasileiros precisam de duas vacinas. Essa CPI foi criada para quem perdeu pai, mãe, irmão. Quem está nos ouvindo neste momento, não acreditem nela: vacina salva, tratamento precoce não salva”.
Diante disso, iniciou-se um bate-boca entre senadores, que chagaram a levantar a possibilidade de encerrar a sessão.
“Vacina não é tratamento, vacina é prevenção. Um não compete o outro. Tratamento é tratamento, vacinação é vacinação”, defendeu-se Nise que repetiu, inúmeras vezes, ser conselheira eventual do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Durante sua presença na CPI, ao ser interpelada pelo senador Otto Alencar (PSD), ouviu que ela é “conselheira de Bolsonaro não tem apreço pela ciência”:
“A senhora apostou em uma droga que podia dar certo ou não. E a ciência, por mais que a senhora tenha curso, não admite isso: querer apostar no escuro. A senhora não sabe nada de infectologia, foi aleatória, superficial, não poderia estar debatendo um assunto que não é do seu domínio”.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar as ações e possíveis omissões do governo Federal no enfrentamento da pandemia, além de apurar outras possíveis irregularidades em repasses da União para estados e municípios. Nesta quarta-feira a Comissão ouve a médica Luana Araújo, médica infectologista nomeada para o cargo de Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde e que foi demitida depois de 10 dias.