Dia das Mães: o relato de mulheres que optaram por não serem mães

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Todo segundo domingo de maio as mães brasileiras são homenageadas pelos seus filhos e pela mídia. Nos dias atuais, com as mulheres optando por serem bem-sucedidas profissionalmente, o instinto materno é cobrado como se ser mãe fosse uma obrigação e o caminho da felicidade. Mas o que pensa quem optou desde cedo por não seguir […]

POR Redação SRzd12/05/2024|3 min de leitura

Dia das Mães: o relato de mulheres que optaram por não serem mães

Mulher olhando testador. Foto: Pikist

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Todo segundo domingo de maio as mães brasileiras são homenageadas pelos seus filhos e pela mídia. Nos dias atuais, com as mulheres optando por serem bem-sucedidas profissionalmente, o instinto materno é cobrado como se ser mãe fosse uma obrigação e o caminho da felicidade. Mas o que pensa quem optou desde cedo por não seguir essa regra?

O assunto é tabu. A reportagem do SRzd procurou mulheres para falarem sobre essa opção e, curiosamente, jovens na faixa dos 20 e poucos anos, embora tenham plena certeza da decisão de não serem mães, preferiram não serem entrevistadas.

A bacharel em Estética e Cosmetologia Sulanei Souza de Oliveira, 75 anos, não vê problema em assumir essa posição. Ela abriu mão da maternidade em uma época em que ser mãe era praticamente obrigatório para as mulheres. Casada por duas vezes – o primeiro casamento durou cinco anos e o segundo, 26 – Sula, como é mais conhecida, atualmente é viúva. “Eu não tive filhos porque realmente eu não quis. Eu podia ter. Quanto aos maridos, tudo o que eu queria fazer, eu sempre fiz”. A decisão não impediu de exercer seu lado maternal. “Nunca tive vontade. Eu praticamente criei os meus irmãos porque era a filha mais velha, então acabei criando os que vieram depois, principalmente o mais novo – eu tinha 16 anos quando ele nasceu. Meu pai e minha mãe trabalhavam, então eu tinha que arrumar a casa e cuidar dos irmãos”, relembra sem ressentimento.

Foco na carreira – O mesmo sentimento é compartilhado pela pediatra Maria Luiza Santos de Souza, de 74 anos. A decisão de não ter filhos veio há 42 anos, depois que se formou e casou com o representante comercial de indústria farmacêutica Nilsen Coelho de Souza, atualmente aposentado. “Eu vim de uma família muito pobre e eu tinha que sustentar a minha família. Então, eu tive que optar: ou ter um filho e viver para o filho ou ter a minha vida como médica e viver para a minha família – os dois não ia dar, eu tinha que largar um para ficar com o outro. Eu optei pela família porque sempre me ajudou desde pequena. Eu estudei em colégio público, fiz faculdade pública, ganhei bolsa do MEC, foi tudo muito difícil. Ele (o marido) também nunca ligou para filho, não, senão talvez eu até mudasse de ideia”, revela.

Depois que a vida financeira estabilizou, o casal manteve a opção. “Quando a gente conseguiu tudo o que a gente queria, já não podia mais”, recorda. “Estou bem até hoje”, afirma. O amor é direcionado para a sobrinha e afilhada Gabrielle, filha do irmão José Carlos. Prestes a fazer 15 anos, Gabi recebe toda a atenção do casal. “É uma filha. Desde bebê a gente acompanha ela”, conta. Os cuidados incluem pegar a adolescente no colégio quando os pais não podem e algumas cobranças. “É necessário. O adolescente tem que ser cobrado”, disse. “Não era para eu ter esse caminho”, resume.

Os relatos dessas mulheres desmistificam que uma mulher só pode ser realizada se tiver filhos e mostram que o tal instinto materno pode ir para irmãos, sobrinhos, pets, porque no coração de todo ser feminino mora um amor tão grande que pode ser direcionado de várias maneiras possíveis.

 

Todo segundo domingo de maio as mães brasileiras são homenageadas pelos seus filhos e pela mídia. Nos dias atuais, com as mulheres optando por serem bem-sucedidas profissionalmente, o instinto materno é cobrado como se ser mãe fosse uma obrigação e o caminho da felicidade. Mas o que pensa quem optou desde cedo por não seguir essa regra?

O assunto é tabu. A reportagem do SRzd procurou mulheres para falarem sobre essa opção e, curiosamente, jovens na faixa dos 20 e poucos anos, embora tenham plena certeza da decisão de não serem mães, preferiram não serem entrevistadas.

A bacharel em Estética e Cosmetologia Sulanei Souza de Oliveira, 75 anos, não vê problema em assumir essa posição. Ela abriu mão da maternidade em uma época em que ser mãe era praticamente obrigatório para as mulheres. Casada por duas vezes – o primeiro casamento durou cinco anos e o segundo, 26 – Sula, como é mais conhecida, atualmente é viúva. “Eu não tive filhos porque realmente eu não quis. Eu podia ter. Quanto aos maridos, tudo o que eu queria fazer, eu sempre fiz”. A decisão não impediu de exercer seu lado maternal. “Nunca tive vontade. Eu praticamente criei os meus irmãos porque era a filha mais velha, então acabei criando os que vieram depois, principalmente o mais novo – eu tinha 16 anos quando ele nasceu. Meu pai e minha mãe trabalhavam, então eu tinha que arrumar a casa e cuidar dos irmãos”, relembra sem ressentimento.

Foco na carreira – O mesmo sentimento é compartilhado pela pediatra Maria Luiza Santos de Souza, de 74 anos. A decisão de não ter filhos veio há 42 anos, depois que se formou e casou com o representante comercial de indústria farmacêutica Nilsen Coelho de Souza, atualmente aposentado. “Eu vim de uma família muito pobre e eu tinha que sustentar a minha família. Então, eu tive que optar: ou ter um filho e viver para o filho ou ter a minha vida como médica e viver para a minha família – os dois não ia dar, eu tinha que largar um para ficar com o outro. Eu optei pela família porque sempre me ajudou desde pequena. Eu estudei em colégio público, fiz faculdade pública, ganhei bolsa do MEC, foi tudo muito difícil. Ele (o marido) também nunca ligou para filho, não, senão talvez eu até mudasse de ideia”, revela.

Depois que a vida financeira estabilizou, o casal manteve a opção. “Quando a gente conseguiu tudo o que a gente queria, já não podia mais”, recorda. “Estou bem até hoje”, afirma. O amor é direcionado para a sobrinha e afilhada Gabrielle, filha do irmão José Carlos. Prestes a fazer 15 anos, Gabi recebe toda a atenção do casal. “É uma filha. Desde bebê a gente acompanha ela”, conta. Os cuidados incluem pegar a adolescente no colégio quando os pais não podem e algumas cobranças. “É necessário. O adolescente tem que ser cobrado”, disse. “Não era para eu ter esse caminho”, resume.

Os relatos dessas mulheres desmistificam que uma mulher só pode ser realizada se tiver filhos e mostram que o tal instinto materno pode ir para irmãos, sobrinhos, pets, porque no coração de todo ser feminino mora um amor tão grande que pode ser direcionado de várias maneiras possíveis.

 

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