Empresária negra desabafa após ser acusada de roubar um vestido que já era dela

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A empresa negra Juliane Ferraz, de 24 anos, diz ter sido vítima de racismo ao ser acusada de roubar um vestido que já era dela. Em um vídeo publicado no Instagram, ela conta que foi abordada no Norte Shopping, no Rio de Janeiro, por dois funcionários dizendo que ela furtou um vestido de R$ 25 […]

POR Redação SRzd17/06/2021|5 min de leitura

Empresária negra desabafa após ser acusada de roubar um vestido que já era dela

Empresária registra ocorrência contra empresa por falsa acusação de furto. Foto: Reprodução de TV

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A empresa negra Juliane Ferraz, de 24 anos, diz ter sido vítima de racismo ao ser acusada de roubar um vestido que já era dela. Em um vídeo publicado no Instagram, ela conta que foi abordada no Norte Shopping, no Rio de Janeiro, por dois funcionários dizendo que ela furtou um vestido de R$ 25 da loja Leader.

No dia 10 de junho, Juliane foi ao shopping comprar um presente para a enteada de cinco anos. Ela levou um vestido da criança na bolsa para poder compara com o tamanho dos modelos da loja. A empresária conta que tirou a peça da bolsa, mas não achou nenhum vestido do jeito como ela procurava e deixou a loja. Porém, foi abordada em outro espaço do shopping por um segurança e pelo supervisor do estabelecimento.

“Abri minha bolsa, o único vestido que tinha era o da minha enteada, que era colorido e de outra marca. Expliquei tudo, mas ele insistiu em afirmar que peguei o vestido e disse que eu devia ter esquecido de pagar. Falei que não existia isso de esquecer de pagar, que isso era furtar, e ele me respondeu que eu peguei e estava filmado”, disse  em entrevista ao UOL.

A empresária falou que pediu para ver as imagens e que nesse momento diversas pessoas já estavam olhando para ela. Juliane diz que na filmagem aparece ela tirando o vestido da bolsa, comparando com os da loja e devolvendo a roupa que levou de casa para a bolsa antes de sair da loja.

Juliane foi orientada pela Polícia Militar a voltar na loja e pegar o nome dos funcionários. A empresária conta que a queixa foi registrada como calúnia, mas ela entende que a ação foi motivada por racismo.

“Dói muito saber que uma pessoa te olha e acha que, pela cor da sua pele, você não tem o benefício da dúvida. Ele estava à vontade ao gritar comigo no shopping, sendo que, ainda dentro da loja, quando eu fui guardar o meu vestido, eu cheguei a levantar a minha bolsa bem no alto para a câmera gravar o que eu estava guardando, pois a gente que é preto está acostumado a desconfianças. Esse supervisor [que fez a abordagem] já tinha ficado me vigiando na loja, mas deixei para lá”, disse.

O caso foi registrado como calúnia no 23º Distrito Policial do Méier. Uma audiência já está marcada no Juizado Especial Criminal contra o funcionário que a abordou. Juliane também pretende processar a unidade da loja. “[…] porque parecem que são treinados para abordar sempre um certo tipo de pessoa. Eles sempre acham que preto tem que roubar. Por isso seguem a gente em lojas e mercados. Acham que a gente não tem dinheiro para comprar”, contou.

O que diz a loja

Em nota, a loja Leader se posicionou dizendo que a abordagem foi “totalmente equivocada” e que o profissional responsável já foi afastado.

“Apresentaremos cada detalhe aos nossos times, cada erro, e reiteraremos o respeito ao ser humano, como já explícita nosso Código de Ética. Somos uma empresa de 70 anos de existência que figura entre as mais amadas e respeitadas pelos colaboradores em várias pesquisas. Nos orgulhamos disso e não abrimos mão de seguirmos assim. Fica aqui nosso pedido de desculpas sincero e a certeza de que não deixaremos que se repita com outras pessoas”, diz o comunicado da loja.

A empresa negra Juliane Ferraz, de 24 anos, diz ter sido vítima de racismo ao ser acusada de roubar um vestido que já era dela. Em um vídeo publicado no Instagram, ela conta que foi abordada no Norte Shopping, no Rio de Janeiro, por dois funcionários dizendo que ela furtou um vestido de R$ 25 da loja Leader.

No dia 10 de junho, Juliane foi ao shopping comprar um presente para a enteada de cinco anos. Ela levou um vestido da criança na bolsa para poder compara com o tamanho dos modelos da loja. A empresária conta que tirou a peça da bolsa, mas não achou nenhum vestido do jeito como ela procurava e deixou a loja. Porém, foi abordada em outro espaço do shopping por um segurança e pelo supervisor do estabelecimento.

“Abri minha bolsa, o único vestido que tinha era o da minha enteada, que era colorido e de outra marca. Expliquei tudo, mas ele insistiu em afirmar que peguei o vestido e disse que eu devia ter esquecido de pagar. Falei que não existia isso de esquecer de pagar, que isso era furtar, e ele me respondeu que eu peguei e estava filmado”, disse  em entrevista ao UOL.

A empresária falou que pediu para ver as imagens e que nesse momento diversas pessoas já estavam olhando para ela. Juliane diz que na filmagem aparece ela tirando o vestido da bolsa, comparando com os da loja e devolvendo a roupa que levou de casa para a bolsa antes de sair da loja.

Juliane foi orientada pela Polícia Militar a voltar na loja e pegar o nome dos funcionários. A empresária conta que a queixa foi registrada como calúnia, mas ela entende que a ação foi motivada por racismo.

“Dói muito saber que uma pessoa te olha e acha que, pela cor da sua pele, você não tem o benefício da dúvida. Ele estava à vontade ao gritar comigo no shopping, sendo que, ainda dentro da loja, quando eu fui guardar o meu vestido, eu cheguei a levantar a minha bolsa bem no alto para a câmera gravar o que eu estava guardando, pois a gente que é preto está acostumado a desconfianças. Esse supervisor [que fez a abordagem] já tinha ficado me vigiando na loja, mas deixei para lá”, disse.

O caso foi registrado como calúnia no 23º Distrito Policial do Méier. Uma audiência já está marcada no Juizado Especial Criminal contra o funcionário que a abordou. Juliane também pretende processar a unidade da loja. “[…] porque parecem que são treinados para abordar sempre um certo tipo de pessoa. Eles sempre acham que preto tem que roubar. Por isso seguem a gente em lojas e mercados. Acham que a gente não tem dinheiro para comprar”, contou.

O que diz a loja

Em nota, a loja Leader se posicionou dizendo que a abordagem foi “totalmente equivocada” e que o profissional responsável já foi afastado.

“Apresentaremos cada detalhe aos nossos times, cada erro, e reiteraremos o respeito ao ser humano, como já explícita nosso Código de Ética. Somos uma empresa de 70 anos de existência que figura entre as mais amadas e respeitadas pelos colaboradores em várias pesquisas. Nos orgulhamos disso e não abrimos mão de seguirmos assim. Fica aqui nosso pedido de desculpas sincero e a certeza de que não deixaremos que se repita com outras pessoas”, diz o comunicado da loja.

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